O casamento trata-se de uma maneira de formar alianças econômicas e políticas, bem longe de ser realizado por meio do amor. Um casamento serve apenas para garantir que a herança de uma determinada família permaneça centralizada, ou para aumentar as...
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Elena Hughes
Assim que a rainha Kiara me chamou eu parei de andar e me virei para ela.
— Claro! — eu disse.
— Eu vou para o quarto. — Adam disse e subitamente me deu um selinho, fiquei atônita. — Vou lhe esperar!
Disse e subiu as escadas, a rainha Kiara fez um sinal com a mão pedindo para que eu a seguisse, assim o fiz.
— Aqui poderemos conversar sem sermos interrompidas. — afirmou assim que entramos no escritório. — Sente!
Obedeço-a e me sento em uma das duas cadeiras que ficam de frente para a enorme mesa de madeira.
— Vejo que estão se dando bem. — diz referindo-se ao Adam e eu. — Fico muito feliz.
— Sim! — disse apenas isso, um mísero sim. Afinal não sei se estamos mesmo nos dando bem, esse selinho pode ter sido apenas um truque para bancar o bom marido na frente de Kiara, assim como ele fingiu estar tudo bem na hora do jantar.
— Bem, o que eu quero lhe falar é que... — ela levantou-se da cadeira atrás da mesa e sentou-se ao meu lado segurando minhas mãos. — Fique de olhos bem abertos com a Diana, ela não é confiável, sempre gostou do Adam e é tão perigosa quanto a mãe.
— O Benjamin me contou que ela é apaixonada pelo Adam desde quando eles eram crianças e que quando pequenos, Adam correspondia os sentimentos dela. — falei.
— Sim, é verdade! Mas isso foi a vários anos atrás, Adam tinha apenas oito anos, era uma paixonite de criança da parte dele. — Ela suspira pesado e encara meus olhos com suas íris incrivelmente penetrantes. — Mas a Diana tem um sentimento possessivo por ele, algo que não é saudável, várias vezes ela tentou contra a própria vida por causa dele. Foi preciso muita ajuda e conversas diárias com o padre Miguel para solucionar seu problema mental. Hoje está controlado, por enquanto. Agora que estás aqui tenho medo que ela volte a ser o que era e que tente algo contra Adam e você, ou contra ela mesma.
— Não sabia desse problema dela. — estou perplexa. Nunca imaginei que a Diana passou por todos esses problemas, ela é obcecada pelo Adam. — Mas o que a mãe dela tem a ver com tudo isso?
— A mãe dela é minha irmã gêmea. — disse como se isso fosse uma coisa ruim. — Quando éramos crianças vivíamos juntas, éramos melhores amigas, cantávamos nossos segredos uma para a outra. Quando completamos nosso décimo quinto baile de aniversário, ambas convidamos o menino que gostávamos e quando chegou a hora da festa o meu lindo príncipe encantado apareceu, Eros. Ele estava lindo, vestindo seu traje real de festa... — ela parou por um instante e suspirou como se voltasse no tempo e depois continuou... — Ele veio até mim e me beijou na testa, me entregou uma caixinha vermelha. E quando eu fui guarda-la junto com os demais presentes, Calista apareceu e eu fui contente dizer a ela que o meu príncipe havia chegado, quando mostrei Eros para ela... Calista começou a chorar e a me chamar de mentirosa, disse que eu estava fazendo isso por inveja, que eu não era mais sua irmã e outras coisas horríveis. Me empurrou e foi até o Eros, ele a desprezou e veio até mim. Isso foi o suficiente para a Calista ficar descontrolada e vir até mim como uma louca, ela rasgou meu vestido de festa, bagunçou todo o meu cabelo e estragou o meu dia, o nosso dia. Desde então dedicou-se a atrapalhar meu namoro, meu noivado e casamento com o Eros, até ser internada em um convento aonde as freiras cuidam de pessoas com problemas mentais, ela se tornou uma louca.
