Capítulo 55

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Boa leitura!

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Othon inicia a preparação das ervas para o feitiço, enquanto eu tento não pensar em suas palavras e em como esse procedimento será doloroso. Não posso me deixar vencer pelo medo da dor, sou mais forte que isso, afinal, não será a primeira vez que sinto o aspero toque da dor.

— Beba isto, irá te ajudar com a dor, não será nada muito eficaz mas poderá tornar um pouco mais suportável.

  Ele ergue um copo com um líquido borbulhante e de mau odor, tapo o nariz com uma das mãos e engulo rapidamente todo o líquido do copo, o gosto consegue ser pior que o cheio, argh!

— Isto é terrível. — meu rosto se contorce em desaprovação.

— Não disse que seria bom. — Othon retira o copo de minha mão e o coloca sobre a mesa. Logo ele mergulha dois dedos de cada mão em uma recepicente onde pouco tempo atrás estava pisoteando as ervas. — Estás pronta?

— Não. Mas pode começar quando quiser. — suspiro angustiada.

  Não demora muito e ele toca minhas têmporas com seus dedos, pressionando o local e fazendo movimentos com um intervalo a cada movimento. Othon começa a sussurrar o feitiço tão baixo que mal consigo ouvi-lo. Uma formigamento na região dos meus olhos começa a me incomodar, logo se estende para toda a região de minha cabeça.

— Othon...

  Ele pressiona seus dedos com mais força, pronuncia as palavras com mais força e rapidez, o formigamento cessa e uma queimação demasiada toma seu lugar, meus olhos começa a arder, meu cérebro parece que está cozinhando.

— Othon... Eu não quero mais...

  Ele não para. Sinto lágrimas escorrendo pelo meu rosto, elas descem tão quentes quanto meus olhos estão nesse momento. Me agarro aos braços da cadeira e arfo tentando não me rende ao desespero e a vontade exacerbada de gritar.

— Por favor... — minha voz sai trêmula, quase que inaudível. — Othon pa... pare! Está doendo muito... AAAAAAAAAAAAH... PAREEEEE POR FAVOR, PARE...

  Sinto que meu corpo está perdendo a força, minha cabeça está tão pesada, minha garganta tão seca, começa a arranhar... eu não posso mais, não aguento mais.

— Eu... eu não aguen...

**  

  Escuto vozes ao meu redor, meus olhos estão pesados, não consigo abri-los. Volto minha atenção para as vozes a minha volta e reconheço o dono de cada uma.

— A quanto tempo ela está assim? — ouço Ben indagar.

— Já faz bastante tempo. — Othon responde.

— Onde Adam está? Ele deveria está aqui com minha filha. — meu pai esbraveja.

— Adam está resolvendo coisas do Reino com Eros. — novamente ouço Ben. — Mas o que diabos estavas pensando ao fazer esse feitiço com ela? Por a caso não te passou pela cabeça que poderia prejudicar os bebês?

Prometida Ao Rei Onde as histórias ganham vida. Descobre agora