10°- capítulo

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Assim que Ally e Emma foram embora, já era de tardezinha. O sol estava se pondo, e o ar estava mudando. As meninas e eu fizemos o trabalho há tempo. Era exatamente o que Emma disse, apenas colocar o que pensamos sobre um certo assunto e questionar um pouco. Eu acho que filosofia é isso. Para fazer você pensar, refletir. Foi fácil e rápido.

Hoje foi um dia legal pra mim, posso dizer. As meninas são engraçadas e acabo por me divertir um pouco. Mesmo que esse não seja o meu jeito de me divertir, eu acabei me divertindo. Foi bom saber sobre as meninas e sobre a vida delas. Bem, os garotos que elas gostam. Eu particularmente ouço muito as pessoas, mas não é totalmente bom se eu não começasse a questionar e comparar minha deprimente vida com a dos outros. Isso é um saco e eu preciso realmente parar com isso.

Decidi esperar minha mãe sentada nos degraus da varanda. Ela disse que logo estará aqui e que talvez ela precise da minha ajuda com algumas coisas da loja. Não, não é sobre roupas ou algo assim, ela apenas quer uma ajuda com o faturamento da loja. Ela sabe a filha nerd que têm.

A rua está calma, quase deserta. O sol está se pondo deixando que o vento fique ainda mais fresco e a noite comece a chegar. Meu pai provavelmente vai chegar tarde. Ele sempre têm uma reunião ou outra para comparecer.

Mary está lá dentro conversando com tal Shawn pelo celular. Ela disse que encontrou ele no Instagram e eles começaram a conversar. Ele deu o número dele para ela, e agora os dois estão lá, marcando o dia para enfiarem um a língua na garganta do outro.

Mary sempre foi assim, de não se apegar. Eu posso dizer que admiro isso nela algumas vezes, porque sabe, Você começa a se apegar, e começa a sentir algo mais forte e aí já está apaixonada e quando vê, o cara te da um pé na bunda, te deixando com cara de tacho. Bem, não é como se eu fosse experiênte mas é o que acontece na maioria das vezes. Homens são todos idiotas.

Mas como a Mary não. Ela fica, e quando sente que já está ficando mais sério, ela quem dá o pé na bunda. Eu acho ruim às vezes porque tem caras legais, como o Greg. Mas eu realmente não posso julgar. Só espero que um dia ela se apaixone por alguém de verdade, e essa pessoa a faça feliz. Vai ser impagável ver ela apaixonada mas mesmo assim, se ela estiver feliz, eu ficarei por ela.

Ouço barulhos de passos na grama e viro minha cabeça para ver quem é. Harry aparece com suas mãos nos bolsos da bermuda moletom, os habituais chinelos, e os cabelos rebeldes em sua cabeça. Não faço ideia do porquê, mas sempre estão assim, e eu gosto disso, não, eu apenas acho que lhe caiem bem esse estilo.

Quando ergo a cabeça para olha-lo, seus olhos verdes estão em um tom mais claro e brilhante, queria saber como ele se sente sabendo o quanto bonito é. Eu infelizmente, nunca saberei isso.

Eu não faço ideia porque ele sempre me procura. Justamente eu. Sempre aparece onde eu estou. Ele quem aparece, não pode dizer que é conhecidência, porque é ele quem aparece.

- Oi. - ele diz rouco e desvio o olhar para baixo novamente.

- Oi..

- Posso sentar? - ergo o olhar novamente para ele, surpresa.

- Uhm... se quiser. - dou de ombros.

Harry se sentou ao meu lado, em uma distância razoável entre nós. Não consigo impedir de sentir o cheiro dele. Seu cheiro não é tão forte, é levemente suave e fresco. Me lembra hortelã e algo mais rústico, um perfume amadeirado talvez. Mas é bom, muito bom na verdade.

- Sua amiga é engraçada. - ele diz depois alguns segundos em silêncio. Eu ainda estou me perguntando o que ele está fazendo aqui, puxando papo comigo, de novo.

Simply Happens [H.S] Where stories live. Discover now