41°- capítulo.

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Harry POV

Uma voz distante soa pelo meus ouvidos. Parece ser um sonho, ainda mais por ser a voz dela, mas quando entendo que não é, abro os olhos lentamente. Preciso piscar algumas vezes para deixá-los abertos, e assim que consigo, vejo Bella ao meu lado. Ela tem os olhos fechados, mas sua boca não para de se mexer, soltando palavras sem sentido. Seu corpo está afastado do meu e suas costas estão contra a cama, ela parece estar inconsciente, dormindo.

Me preocupo em vê-la dessa forma. Não sei se é bom, se ela está sentindo algo, mas parece que ela só está.... Sonhando, e conversando sozinha. Demoro para me lembrar de quando o professor Finn nos explicou sobre isso. O nome é algo parecido como soniloquia, que se não me engano, é quando as pessoas começam a falar enquanto dormem, exatamente o que ela está fazendo agora. Ela apenas está falando, conversando consigo. Me viro de lado para encara-la melhor, sua boca curva-se diante suas palavras murmuradas e sua expressão muda conforme ela fala. Ela parece calma, e um pequeno sorriso desabrocha nos seus lábios enquanto continuo ouvindo ela falar sozinha. Bem, eu estou a ouvido mas ela não sabe disso.

Me pego sorrindo por vê-la assim, é estranho mas no entanto, é curioso para mim. Cada palavra que sai da sua boca é confusa, mas não consigo parar-las de ouvir. Ela resmunga constantemente, e até se mexe o que me assusta no momento, mas estou simplesmente encantado em ver isso. Eu não sabia que ela tinha isso, e sei que é uma das coisas que nunca saberia se não estivesse aqui, do seu lado. No entanto, eu gosto dessa sensação, gosto da idéia de que eu sei desse tipo de coisa sobre ela. Essas coisas íntimas. Me deixa satisfeito.

Não quero acorda-la, e sei que nem é aconselhável no caso dela, mas tenho que acalma-la, e fazê-la dormir silenciosamente de novo. Bem, é isso que se faz nesses casos, pelo o que eu sei. Apoio-me no meu cotovelo, e sussurro baixo sons incoerentes, enquanto acaricio seu rosto suavemente. Não sei exatamente o que dizer, por isso, apenas acaricio seu rosto, beijando uma vez ou outra sua bochecha rosada, o mais delicado possível para não acorda-la. Tudo isso na intenção de fazê-la dormir serenamente. E parece que resolve, pois ela para de falar em seguida, e se vira para o lado, ficando de costas pra mim. Seu corpo se encolhe, e aí vejo que estamos destapados. Subo o edredom dos pés da cama, tapando seu pequeno corpo. Quero abraça-la, e aquece-la mais do que o próprio edredom, mas tudo isso me fez entender onde estou.

Aqui, no seu quarto, de madrugada provavelmente, dormindo na sua cama. Não me lembro muito bem de quando peguei no sono, a última coisa que me lembro, foi de ela se aconchegando no meu peito e do cheiro de baunilha do seu cabelo invadindo meus sentidos. Eu não devia estar dormindo aqui, bem, queria mas não devia. Será que ela pegou no sono como eu, por isso não me acordou?

Sem hesitar, procuro meu celular no meu bolso, que nem me lembrei em tira-lo daqui. Encontro ele quase caindo do bolso e o pego para ver a hora. São 4:27. Sempre acordo às 7:00, então isso quer dizer que tenho mais ou menos, duas horas e meia. Quero ficar aqui, mas o que diria quando entrasse em casa e encontrasse minha mãe? Ela praticamente iria pirar imaginando que eu saí pela noite e não a avisei. Mas eu também posso acordar um pouco mais cedo e ir antes de ela acordar, consigo fazer isso, só preciso de mais uma hora, ou duas aqui. Fico claramente em dúvida, fecho os olhos e suspiro. Parece fácil decidir mas no entanto não é.

Foda-se.

Me cubro com o edredom, e abraço ela por trás, passando meu braço pela sua cintura, e me encostando o máximo que consigo nela, enquanto enterro meu rosto na volta do seu pescoço. Ela tem um cheiro tão bom, é doce mas não é enjoativo. Não consigo enjoar de qualquer forma, é o cheiro dela e me faz tão bem quanto abraça-la dessa forma.

Só preciso me acordar uma hora antes, eu consigo. Tenho que conseguir.

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