63°- capítulo.

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- Olha, eu não vou caminhar da sua casa até a cafeteria. Sabe quantas quadras são? Vai tipo, gastar meus pés. - Emma resmungou, como uma criança.

- Pés não gastam, Emma. - eu revirei os olhos enquanto cruzava os braços.

- Os meus gastam e são muito sensíveis.

- Emma, pelo amor de Deus, eu preciso me preparar para isso.

- Se prepara dentro da droga do táxi. - ela apontou para o táxi à nossa frente, onde a porta já estava aberta e um senhor de cabelos grisalhos estava nos encarando como se fôssemos duas adolescentes malucas. - Olha, só entra no táxi ok? Já disse que vai dar tudo certo, Bella.

Emma juntou as mãos, e sibiliou um por favorzinho, por causa da minha hesitação, porém, eu me dei por convencida que ela não iria realmente ceder e que o senhor taxista, que eu obviamente não sabia o nome, não poderia esperar para sempre.

Suspirei prolongadamente antes de entrar no táxi, e dar um sorriso forçado para o taxista que nos encarava com olhos confusos, pelo retrovisor do táxi. Não o culpava, já que Emma e eu ficamos praticamente cinco minutos inteiros discutindo se íamos de táxi ou não.

- Obrigada, por esperar. - Emma sorriu amavelmente para o taxista e o mesmo assentiu, dando a partida.

Eu sabia que aquilo era nervosismo demais, ansiedade demais, medo demais ou tudo isso junto, o que só piorava, mas eu não conseguia evitar. Era praticamente impossível não me sentir nervosa, mesmo com tudo que Emma me disse. O que era basicamente que seu primo iria me ajudar e que tudo daria certo. Mas obviamente, isso não bastava para me deixar tranquila.

A chance de eu conseguir meu primeiro emprego era nostálgico e ao mesmo tempo amedrontador. Eu não tinha experiências em nada, além de ajudar minha mãe com a contabilização da loja ou ficar no caixa, e esperava honestamente que isso pudesse ajudar, de alguma forma.

Era difícil acreditar que eu poderia ter sorte de ser contratada, de cara, e a possibilidade era praticamente nula na minha cabeça, mas ainda carregava uma certa esperança comigo e com as palavras de Emma.

Estava agradecida por ela ter se disponibilizado à ir comigo. Ter uma pessoa conhecida era aliviador, e tranquilizante, ainda mais que o primo era dela e ela absolutamente saberia conversar com ele, melhor do que eu.

Minhas mãos suavam pelo nervosismo, mesmo tentando ter pensamentos positivos e quando chegamos na rua da cafeteria, pagamos o taxista, saímos do táxi, e encaramos a fachada marrom da cafeteria. Onde o nome Coffee Break, estava escrito com letras sublinhadas em negrito, e tinha um desenho de uma xícara de café/chá ao lado.

Não dava para ver perfeitamente as coisas lá dentro pela extensa janela de vidro, mas podíamos ver algumas mesinhas de madeira escura e alguns sofázinhos de couro preto e contudo, presumi que seja um lugar acolhedor e confortável, como uma cafeteria normalmente tende ser.

Naquele momento, eu percebi que se eles fossem rigorosos, eu não teria a mínima chance, mesmo com a ajuda do primo da Emma. Isso apenas cooperou para que a minha ansiedade aumentasse, e a bola revira-se no meu estômago. Era um saco que tudo ultimamente me fazia sentir aquilo, e que nada que eu tentasse fazer conseguia mudar isso.

- Bella? - Emma acenou a mão na frente do meu rosto, chamando minha atenção para ela. - Você está bem?

- Uh, sim. - pigarreei, e tentei relaxar meus músculos tensos. - Eu só... Estou nervosa.

- Eu sei tá legal? Mas relaxa. Já avisei
o Adam que nós chegamos, e ele vai vir aqui falar contigo antes. Para te orientar e essa baboseira.

Simply Happens [H.S] Where stories live. Discover now