40°- capítulo

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- É estranho que você está sempre entrando por aqui. - digo enquanto abaixo o vidro da janela na qual Harry acabou de entrar.

- Hm, é, mas não tenho outra opção. - ele diz atrás de mim e me viro para encara-lo.

Algo me diz que ele estar aqui a uma hora dessas é errado, mas não consigo evitar. Queria mesmo vê-lo antes de dormir, e agradeço por ele ter tido essa ideia. Não posso negar que acho um pouco divertido essa coisa de ele ter que entrar pela a janela. Me sinto estranhamente divertida com isso, por mais que fazer isso seja algo errado já que os meus pais não sabem.

- Opções você tem. - ele franze a testa e coloca as mãos no bolso.

O jeito que seus olhos estão agora, me deixa encantada. Eles estão em verde mais claro que o normal, chega ser brilhante, e é definitivamente encantador a combinação deles com a cor das maçãs do seu rosto. Harry tem os cabelos úmidos e bagunçados na sua cabeça, veste uma t-shirt do Rolling Stones, e uma calça de sarja escura. Eu acho encantador o jeito que ele cabe perfeitamente nelas, fica tão bem e é tão simples.

- Pela a porta eu não poderia. Seus pais já estão dormindo?

Tenho certeza que eles já estão no quarto deles. Já passou das nove da noite e eles costumam dormir cedo. A única que provavelmente está acordada é a Mary. Dei boa noite para ela antes de entrar no quarto por isso acho que ela não vem mais aqui hoje.

- Sim. Vim para o quarto assim que terminei de jantar, mas provavelmente eles já devem estar dormindo. - respondo passando por ele.

- Espero que essas paredes sejam grossas.

Me viro pra encara-lo.

- Por que?

- Sei lá, eles podem nos ouvir e seria difícil explicar porquê estou aqui. - ele diz com um sorriso. - O que pensou?

- Ah, nada. Mas ele não ouviriam e nós não vamos fazer barulho.

Ele sorri e retribuo o gesto. Me sento na cama, trago minhas pernas pra cima cruzando-as uma por baixo da outra e encosto minhas costas na cabeceira da cama.

- Senta. - peço e ele caminha até mim.
Ele se senta na minha frente e se apoia com seu braço na cama, ficando mais virado pra mim. - Como foi o treino?

- Cansativo, mas bom. Estou ansioso para o jogo de sábado.- ele sorri. - Fiquei inspirado hoje, talvez saiba porquê.

- Não sei. Por quê?

- Alguém disse que sentiu minha falta - ele deu de ombros. - É algo bom, sabe, se sentir importante.

- Oh. - coro. - Eu... Hm.. Eu não achei que isso seria assim... Tão inspirador. - ele riu e sorri.

- Vindo de você é. Você é sempre tão fechada. - ele diz ou reclama.

- Não sou não. Só não expresso muito meus sentimentos. - ele franze a testa.
- Ok, isso é a mesma coisa. - reviro os olhos para mim mesma.

- Mas eu gosto disso, um pouco. Tem suas vantagens. A maioria das garotas são tão apressadas quando se fala em sentimentos, é até forçado.

- Que bom. Não quero forçar nada. - digo sinceramente.

- Eu sei e não está. Mas se você quiser me dizer alguma coisa agora tudo bem.

- Tipo?

- Não sei. Alguma coisa que esteja confusa pra você.

Uma coisa confusa pra mim?

Eu realmente não sei lidar muito bem com tudo isso, nunca tive experiências nisso, em relacionamentos e essas coisas. Mas não é tão confuso para mim ter um nome ou não. Eu não quero fazer ele se sentir preso ou algo assim, não quero força-lo à nada. Estou contente com o que temos e realmente não quero ter uma conversa do que seja isso. É muito cedo pra mim.

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