65°- capítulo.

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Harry Styles POV

Enquanto andava pela calçada estreita e tinha um cigarro entre meus lábios, tragando-o e assoprando a fumaça em seguida, notei que já havia chegado no prédio antigo. Em frente a entrada modesta, Dean varria calmamente a calçada do prédio, enquanto cantarolava baixinho alguma música irreconhecível para mim.

Enquanto me aproximava da entrada do prédio, notei os olhos acizentados do porteiro erguerem-se em minha direção, mesmo não olhando-o diretamente. Perto o suficiente dele e da porta, observei-o abrir um sorriso amigável e acenar com a cabeça para mim, como normalmente fazia.

- Voltou cedo, rapaz. - ele comentou, me obrigando a parar e dar-lhe atenção. - O encontro não foi bom? - perguntou, em um tom casual e genuinamente curioso.

Traguei pela última vez o cigarro, antes de assoprar um pouco de fumaça e joga-lo junto a pilha de pó e sujeita em que ele varria. Encarei o velho curioso à minha frente seriamente, mas sabia que a culpa da sua intromissão e curiosidade era somente por causa da droga do Louis e sua boca grande.

- Bom, pelo jeito não foi. - ele disse, parecendo um pouco intimidado pelo meu silêncio.

Mas eu sabia de qualquer forma que eu não estava com o melhor humor dês que sai daquela cafeteria e isso justificativa sua intimidação, já que na maioria das vezes, eu o tratava com tanta simpatia e educação quanto ele à mim, dês que cheguei aqui.

- Mas não se preocupe, rapaz. Logo você arranjará uma bela namorada. - ele assegurou-me, batendo levemente no meu ombro, como um conforto.

Engoli em seco, e apenas assenti fracamente, me negando em dizer, pateticamente, que um dia já tive namorada e que ela não poderia ser mais bela.

Deixei-o terminando de varrer a calçada, enquanto abria a porta de entrada e adentrava no hall do prédio, não demorando muito para entrar no elevador, que estava surpreendentemente funcionando, em comparação com a não tão boa aparência do prédio ou com o seu requinte. Algo comum para um prédio suburbano.

Apertei um dos botões do elevador e em menos de um minuto as portas de aço do mesmo se abriram no quinto e último andar do prédio. Caminhei sentindo o peso dos meus ombros aumentarem a cada passo que dava para a penúltima porta escura do corredor com paredes em cor creme.

Destranquei a porta e adentrei no meu solitário apartamento, onde um dia eu sonhei dividi-lo com alguém, e isso provavelmente faria-o ter mais sentido do que no momento. Uma vez que observei a bagunça da sala, suspirei, sendo incapaz de resolver aquilo no momento, mais uma vez.

Não observei muito a pouca mobília do meu apartamento enquanto fazia meu caminho até a cozinha, que era ao estilo americana, embutida à sala. Não havia muitos móveis mas os que tinha, era o suficiente para mim viver aqui, além de que grande parte da mobília veio junto com o apartamento.

Como se fosse inevitável, abri a porta do armário acima da pia e vasculhei-o, procurando algo forte o suficiente para o momento. Acabei encontrando uma garrafa de whisky, que comprei há dois meses atrás, mais específicamente; na pior fase de minha vida, o que dura até o momento para ser sincero.

Agarrei-a e não me importei em colocar gelo ou qualquer merda dessas. Apenas peguei um copo e voltei para sala, me sentando no único sofá do cômodo enquanto sentia minha cabeça latejar pelos pensamentos reprimidos. Servi o líquido amarronzado no copo e virei-o em segundos, engolindo o líquido de uma vez só. Senti-me aliviado e ao mesmo tempo sufocado.

Meus olhos fecharam-se involuntariamente enquanto eu inclinava minha cabeça para trás, escorando-a nas costas do sofá de couro e sentindo meus tímpanos serem imersos pelo silêncio do lugar. Foi só aí, depois de todo o trajeto infernal para casa, que eu comecei a pensar no que havia acontecido.

Simply Happens [H.S] Where stories live. Discover now