Fim.

1.9K 108 139
                                    

Músicas;
The Cure - Little Mix.
E
Walking The In Wind - One Direction.

[Alguns anos depois]

Me lembro perfeitamente de como o sol brilhava com toda sua plenitude no céu, num dia lindo de primavera. O ar era morno e um cheiro de grama fresca preenchia todo o campus que eu acabara de chegar.

Chegava a ser intimidante o modo como ele parecia não ter fim de tão enorme. Havia várias pessoas por cada centímetro do lugar. Algumas embaixo das árvores, outras numa espécie de lanchonete que o recinto acomodava. Era tudo muito aconchegante para mim apesar de tudo.

Devido aos meus traumas e inseguranças, suponhava que não seria algo fácil; me acomodar no lugar que passaria meus próximos anos. E de início, realmente não foi ao todo uma boa experiência. Havia dias que eu não conseguia ir às aulas, acompanhar as atividades, simplesmente por estar em um mundo paralelo ao que acontecia.

Desconstruir hábitos e refazer-se à quilômetros de onde costumava ser sua zona de conforto pode ser um desafio e tanto.

Me prejudicou muito, mas soube lidar com isso, assim como todos os meus problemas ao longo do tempo.

Era certo que a pior coisa disso, de seguir meu sonho e buscar o que eu tanto almejava dês que descobri o que queria fazer, e o que queria ser, era ficar longe das pessoas que eu amava, que me mantinham segura e me faziam sentir estar em uma família.

Não sabia o tanto que elas significavam, até me encontrar chorando de saudades porque não as tinha ali, por perto. Foi difícil de se acostumar, mas consegui perceber ao longo do caminho que eu não estava completamente sozinha. 

Edwin foi um grande amigo durantes esses anos. Meu carinho por ele pareceu apenas crescer e crescer a cada momento. Ele esteve ao meu lado literalmente o tempo todo e mesmo quando eu não quisesse tê-lo, ele ainda estava lá.

Tia Rose também me ajudou muito, principalmente quando precisei de um colo e conselhos. Tínhamos um combinado de todos os sábados irmos para sala e maratona alguma coisa na Netflix. Era praticamente uma regra de convivência, e como eu era a hospede ali, apesar de me sentir cada vez mais em casa com o tempo, não iria de nenhuma forma quebra-la.

Afinal, era o que eu mais gostava de fazer. Não fazia me sentir tão sozinha.

Edi uma vez até me levou para uma das festas da fraternidade. Apesar de eu negar e negar, ele foi insistente o bastante para me fazer estar lá, em meio a pessoas bêbadas e muita agitação para o meu gosto.

Não bebi, não participei dos típicos jogos de fraternidade que a maioria jogava, e muita menos me acabei de dançar com as músicas da Britney Spears. Apenas fiquei com Edi, Peter e Jason, melhores amigo dele, e Anna, atual namorada do meu priminho.

Na época eles eram apenas amigos, e isso explica porque durante a festa, quando Edi já estava bêbado demais, o que me fez ter que dirigir para casa por ele, ele me roubou um beijo e se declarou para mim. Foi insano, mas já resolvemos isso, e agora ele parece estar muito feliz com a irmã mais nova de Peter.

Foram bons anos, sem dúvida, não apenas para mim, pois nesse tempo, diversas coisas aconteceram para as pessoas que conhecia. Mary, meses depois de eu ter me mudado para Oxford, se mudou para Manchester com Michael, ambos entrando na faculdade de Manchester. Se deu muito bem na carreira de moda, e atualmente trabalha em uma das revistas mais famosas do reino unido, apesar de ter começado a pouco tempo.

Foi algo grande e que fez valer a pena cada ano longe da família. Eu acredito muito mais nisso agora, quando me vejo onde estou.

Mamãe e papai se reconciliaram há três anos atrás, logo que Mary se mudou e estão muito bem agora. Fiquei contente em saber que eles teriam um ao outro, já que pensar em minha mãe sozinha naquela casa, me fazia querer voltar o mais logo possível. Sempre os visitava quando podia, e pretendo fazer isso em breve, mesmo que eu tenha acabado de chegar no meu mais novo lar e esteja deslumbrada demais para não querer explorar tudo.

Simply Happens [H.S] Onde as histórias ganham vida. Descobre agora