79°- capítulo

1.8K 102 42
                                    

Ouçam com
Never Be Alone - Shawn Mendes.
Ou Unconditionally - Katy Perry.

Depois de um banho rápido, que serviu para me fazer relaxar um pouco, diminuir a sensação estranha no meu estômago e até mesmo me ajudar a compreender o que aconteceu nos últimos minutos, vesti minhas roupas rapidamente, peguei tudo que precisava, e sai de casa.

Mary parou de perguntar o que eu iria fazer quando expliquei de um jeito rápido o que ela queria tanto saber. Depois disso, ela apenas me desejou boa sorte e voltou a assistir sua série, arrumando qualquer desculpa para adiar a conversa com Michael.

Assim que peguei o primeiro ônibus para o centro, mandei uma mensagem para Adam, avisando que me atrasaria um pouco hoje, mas que recompensaria depois. Coloquei os fones de ouvidos em seguida, deixando Friends de Ed Sheeran soar em meus ouvidos e me concentrei em olhar as ruas através da janela do ônibus, independente de quantas vezes já tenha feito isso.

De algum modo, não era como se eu estivesse ali mesmo.

Estava ansiosa, preocupada e hesitante, mesmo sabendo que era o certo a se fazer agora. Eu sentia isso. Sentia que era e sabia que podia me arrepender muito se não o fizesse.

E a última coisa que queria agora era de mais arrependimentos. Mais lamentações para meu currículo já extenso.

Preciso parar de ser boba, porque já fui mais tempo do que realmente tenho sobrando.

Merecemos uma última conversa.

Desço na parada mais próxima do prédio dele, dês daí já torcendo para que ele esteja lá. Não saberia onde mais procura-lo, já que liguei para seu trabalho no caminho, quando lembrei da hipótese dele talvez estar lá também, e a Sra. Berkeley me garantiu entre uma pequena conversa amigável que ontem foi seu último dia.

Não quis pensar muito, apesar de falhar nisso também, no que ela comentou sobre Harry ter andado ainda mais para baixo durante essas últimas semanas, o que a fez estranhar, já que para ela, a chegada da sua viajem deveria o fazer ficar feliz, não triste.

Não sei se preciso dizer que o nó se atou imediatamente na minha garganta e o sentimento de culpa apertou meu peito com um pouco mais de força.

Eu estava sendo tão estúpida.

Sabia disso. Tanto que não me deixei esquecer disso enquanto adentrava o prédio, e me aproximava do balcão da recepção, onde Dean folheava um jornal, parecendo bastante concentrado.

De alguma forma, me forçar a lembrar que fui uma tola me dava coragem para continuar a tentar consertar as coisas.

Limpei a garganta e não precisei mais do que isso para ter os olhos do gentil senhor em mim. Dean abriu um sorriso amigável imediatamente, deixando o jornal de lado.

- Doce, Bella.- sua voz soou surpresa, mas com a mesma simpatia que eu me lembrava. - Quanto tempo.

Apesar do nervosismo, e da dificuldade em expressar algo bom agora, não pude evitar um sorriso de volta.

- Como vai, Dean?

- Muito bem. Quase não sinto que estou velho e com um monte de dores. - brincou. Eu sorri, desviando o olhar em seguida. - Acredito que veio aqui para ver o menino Harry, certo?

- É, na verdade eu queria..-

Não pude terminar a frase, porque o barulho do elevador chegando no andar e a porta do mesmo se abrindo, me chamou mais atenção, porém só não me tirou toda a atenção, porque o que viria depois disso, seria o verdadeiro motivo de eu congelar e meu coração parar de bater dentro do meu peito.

Simply Happens [H.S] Onde as histórias ganham vida. Descobre agora