Simply Happens [H.S]

33°- capítulo.

Eu sabia que ia chorar, não importa quantas vezes assista esse filme. Sempre me emociono no final. Não sei como aguentar a ideia de perder o amor da sua vida e não doer. Fico me imaginando nessa situação, e não consigo segurar as lágrimas de virem. Sei que devo estar parecendo uma idiota agora, mas não importa o quanto dizem que é apenas um filme, tem muito atrás disso pra mim. Me lembro da primeira vez que eu vi, eu chorei de verdade, eu cheguei a soluçar e não minto. Talvez porque eu tenha lembrado da tia Lydia, porque eu vi junto com a Mary e acabou em nós duas chorando feito duas crianças.

Dessa vez eu só derramei algumas lágrimas que tentei segurar o máximo possível. Elas molharam o moletom de Harry já que estava, com cabeça em seu peito, abraçando seu corpo enquanto seus braços estavam também em minha volta. Quando funguei para tentar limpar as lágrimas sem ele ver, sabia que ele iria perceber.

- Ei, não chore. - ele pediu, limpando as lágrimas das minhas bochechas com seus polegares. Funguei novamente, balançando a cabeça.

- Desculpa.

Me afastei dele e sentei com as pernas cruzadas encima do sofá, enquanto limpava meu rosto. Sabia que só iria ficar ainda mais vermelho mas não importava.

- Não peça, eu só não gosto de te ver chorar. - ele disse, voltando a me por perto dele.

Seus braços ficaram na minha volta assim que voltei a por meu rosto contra o seu peito, deixando seu cheiro invadir novamente meus sentidos.

- Eu sei que você deve estar me achando patética agora, mas eu só não consigo segurar. Eu sabia que ia chorar assim que começou. - disse, suspirando.

- Tudo bem. Isso é normal, se você não estivesse aqui provavelmente eu iria chorar. - ele abafou um riso.

Me afastei para encara-lo, mesmo que eu esteja provavelmente horrível com cara de choro mas ele já viu então não importava.

- Como assim? Você não quer chorar na minha frente? - perguntei confusa e ele desviou o olhar. - Se for isso, não tem problema, eu não vou te julgar. Como você disse, é normal.

- Não, eu não quero chorar. Não é porque é você que está aqui, bem... Também, mas... Eu não gosto de fazer. Quem gosta? - ele pergunta com um sorriso embaraçoso - Eu só... Não gosto. Na frente de ninguém.

- Oh. Eu não sabia que era assim pra você, tão... Difícil. Eu posso te entender porque eu também não gosto de chorar na frente de ninguém, mas eu não me ajudo muito sendo tão emotiva como sou. - dei um sorriso e funguei, novamente.

- É, eu não gosto.

- Isso não tem nada a ver com você ser homem ou algo assim não é? Se for tenho que dizer que é bem machista, desculpa. - disse, me encolhendo.

- Não, não. Eu só... Não gosto de me mostrar vulnerável, entende? Eu nem sempre sei como expressar o que sinto é só... - ele parou.

- Eu entendo. - assegurei suavemente. Limpei a garganta em seguida. - E-er... Agora que o filme acabou, eu acho que é melhor ir ind-

- Não, é cedo ainda. Eu disse que queria passar o dia todo com você. - ele disse, me segurando quando tentei me afastar.

- O dia todo? Não posso ficar aqui até tarde. - ele franziu o cenho, de um jeito que não deveria ser tão fofo. - É sério. Que horas são?

Ele me soltou e vasculhou no bolso da calça, pegando o celular e visualizando o horário.

- Recém são duas da tarde. - ele disse, me fazendo unir as sombrancelhas e encara-lo desconfiada.