44°- capítulo.

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A casa na qual está acontecendo a festa terrivelmente barulhenta e cheia de jovens possivelmente já bêbados, é maior e mais bonita do que eu imaginava. Esse bairro é possivelmente um dos mais caros e mediante seguros de Londres. As casas ao lado e no quarteirão inteiro são grandes e bonitas. Muito mais que a minha e as dos meus vizinhos. Nosso bairro é de classe média, mas diria que a maioria das pessoas que moram lá são aposentados, tirando minha família e a do Harry claro. Mas esse bairro, parece dez vezes melhor do que o meu. E me pergunto se os vizinhos estão cientes do que está acontecendo aqui, e não chamariam a polícia caso a música fique mais alta do que já está.

De qualquer forma, a pessoa que mora aqui, não parece estar ligando pra isso. E só agora eu percebo que não conheço nem o dono da festa e possivelmente aniversariante. Nunca o vi e estou aqui, pronta para entrar na sua festa de sei lá quantos anos. Me sinto uma intrusa, mas conforme eu vejo as diversas pessoas entrando e saindo me sinto menos culpada. Mary já me tranquilizou diversas vezes quando entramos nesse bairro e comecei a entrar em pânico.

O resto da rua parece calma e a única casa que se destaca é especificamente esta. Seja pela a música exageradamente alta ou pelas diversas pessoas aqui fora no gramado perfeitamente aparado.

Mary parece encantada e animada quando a olho. Seus olhos estão viajando por todos os lados da casa e pelas pessoas, a noite deixou seus olhos em um azul escuro e ela está sorrindo feito uma criança. É provável que ela tenha sentido falta desse tipo de coisa.

- Porra! Isso que é uma festa! - ela diz encantada e atira seu cabelo para trás dos ombros, apenas com uma mão.

Me nego a comentar, e olho ao redor tentando encontrar Emma e Ally. Já era pra elas estarem aqui, mas como Ally também tinha que sair escondida, talvez elas possam demorar. Quando vejo, já estou sendo puxada por Mary para dentro da casa. Entramos na casa barulhenta e cheia de adolescentes segurando copos vermelhos, com provavelmente alguma coisa alcoólica que eles não deveriam estar bebendo.

Diversas pessoas dançando ou se pegando de formas desesperadas. Quase todas as garotas estão usando vestidos minúsculos, ainda menores do que esse que Mary está. É quase impossível reconhecer alguém aqui por estar tão cheio. Não consigo nem ver direito a decoração da casa mesmo que esteja na cara o quão linda ela é. Me encolho inevitavelmente quando vejo uma menina loira sensualizando para três rapazes sentados no sofá, com sorrisos mais do que safados na cara. O que exatamente é essa festa?

- Temos que esperar as meninas lá fora. - grito por cima da música para Mary assim que desvio o olhar e ela abana a cabeça em negação.

- Relaxa. Já avisei que vamos estar aqui dentro. - ela explica igualmente alto e desvia o olhar parecendo estar procurando alguma coisa.

Dois garotos desconhecidos passam por nós e Mary os para pedindo uma bebida. Em minutos recebo um copo vermelho igualmente como Mary e agradeço mesmo que eles provavelmente não tenham ouvido. Mary dá-lhes um sorriso sugestivo e um aceno de cabeça em agradecimento, o que é o suficiente para eles retribuirem e olha-la de forma perversa. Essas pessoas não sabem se controlar?

Quando olho para a minha bebida, cheiro tentando descobrir o quê há nela ou o quê é. Um cheiro forte de vodka invade meus sentidos e fecho os olhos consequentemente. Olho para Mary, vendo-a distraída, enquanto seu corpo se mexe conforme a música eletrônica toca. Ela me olha de volta e ri certamente da minha cara.

- Vai lá! Bebe, Bella. - ela incentiva, e eu desvio o olhar para a bebida novamente.

Beber. Um assunto um tanto delicado para mim. Eu simplesmente não gosto de álcool, não é como se eu já tenha provado muitas vezes, mas acho uma das coisas mais viciantes que existem e não é bom lembrar que meu pai foi alcoólatra uma boa parte da sua vida. Uma das coisas que eu tento omitir já que agora, ele está sem beber há cerca de dez anos. Seus problemas com álcool começou ainda adolescente, segundo ele. No começo, bebia por esporte, quando tinha algum problema e quando precisava esparecer. Uma das coisas que aprendi é que o álcool pode ser um tipo de êxtase ou relaxante. Quase todas as pessoas que tem problemas bebem para esquecê-los e era exatamente isso que ele fazia. Bebia até cair, bebia todos os dias. Aquilo querendo ou não, vicia e ele ficou dependente disso.

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