27°- capítulo.

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Nessa tarde de sábado, Mary me rastejou contra minha vontade até o shopping. Está me fazendo rodar o shopping inteiro a procura de um vestido novo, já que ela acha que os que ela tem não tem mais graça. O que não concordo, porque eles continuam lindos e eu sei que isso é só uma desculpa pra ela comprar um vestido novo pra ir no encontro dela hoje a noite.

Isso mesmo. Um encontro.

E não um encontro qualquer mas sim com ninguém menos que Michael Clifford. Finalmente ela resolveu aceitar o convite dele para sair depois de uma semana inteira recusando sem a menor piedade. Ela apenas o olhava, na maioria das vezes com uma expressão tediosa e dizia um sonoro " não ".
Acompanhado de um " não enche caralho" quando ele insistia demais.

Obviamente fazia parte da fama de marrenta que ela tentava manter, principalmente com ele.
E na verdade, nem vai ser propriamente um encontro, já que, alegremente estou sendo obrigada a ir também. É óbvio que não estou nem um pouco feliz e muito animada pra isso, porque já consigo imaginar o cenário inteira na minha cabeça.

Os dois discutindo coisas fúteis do começo ao fim até o grande momento em que um se rende a essa enorme tensão sexual e enfiam um a língua na garganta do outro.

Ainda não entendo exatamente porquê preciso ir e estou trabalhando em me livrar disso porque honestamente vai ser um sufoco passar por isso sem querer me enfiar num buraco.

Mary demorava demais em escolher um vestido e nesse momento, já é a terceira loja em que entremos e o quarto vestido que ela experimenta. Todos os outros aparentemente estavam justos demais, apertados demais ou com qualquer outro defeito que ela escolheu colocar pra só não admitir que sim, ela queria estar impecável hoje e o vestido deveria ser perfeito.

Coisas de primeiro encontro, apesar dela não admitir que é um.

Meu celular vibra no meu bolso, me tirando do transe em que eu estava enquanto encarava o piso reluzente da loja. Não havia muito o que se fazer, além de esperar.

Harry: Olá Srta. Cooper. Eu estive na sua casa mas não tinha ninguém lá. Poderia me dizer onde a senhorita está?

Segurei minha risada e acabei por revirar os olhos. Harry anda com essa mania de ser formal e eu até gosto porque eu sei que isso é parte do seu plano para tirar sorrisos meus e melhorar meu dia. Ele se esforça muito.

Eu: Quanta formalidade! Fico pensando se do nada você começar a agir assim com seus amigos. Vai ser difícil de explicar.

Obviamente as coisas mudaram nessa semana. Você não pode beijar alguém e simplesmente agir como se nada tivesse acontecido.

Até porque Harry não é qualquer garoto. Ele não vai sumir depois de uns dias do meu cotidiano e eu não poderia o evitar. Os motivos são óbvios; escola, aulas juntos, vizinhos.

E até então, talvez eu ainda pudesse achar maneiras de o evitar e não tocar mais no assunto. Isso se ele me desse a chance, se ele não me fizesse acreditar que eu não preciso fazer isso.
Porque ele continua aqui, ele continua me beijando e querendo estar perto de mim e sim, isso é inédito e eu secretamente enlouqueço com as possibilidades.

É muito cedo pra afirmar alguma coisa, para definir o que eu sinto mas só tenho certeza que eu gosto muito do que venho sentindo quando ele passa as tardes de folga dos treinos dele comigo.
Me levando para tomar café, me assistindo estudar e me roubando beijos.

Harry: Oh! Isso porque você acha que eu ajo como um idiota quando estou com eles, não é mesmo?

Harry: Isso é ofensivo, sabia?

Simply Happens [H.S] Where stories live. Discover now