• Capitulo vinte e quatro •

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Abro os olhos lentamente vendo o teto branco e barulho daquela maquininha chata do hospital, tento me sentar na cama, mais sinto uma dor horrível na nuca.

— Isso mesmo filha da puta, vai forçando o corpo, acha que tá na Disney — Se levanta da poltrona do quarto e vem até mim — Tá tudo bem? — Encaro ele seria, eu tava com cara de quem tava tudo bem? — Tá, não tá mais aqui quem perguntou — Balanço a cabeça em negação ainda com a mão na cabeça, respiro fundo lembrando do que tinha acontecido mais cedo, é estranhando completamente todo o acontecido, levanto o lençol fino já vendo que eu estava usando uma pijama de hospitalar.

— A trocação demorou quantas horas? — pergunto pro Tizil que já tava sentado na poltrona de novo.

 Por mais incrível que pareça uma hora, foi até estranho, papo de louco — ele diz pensando, e me encara.

— Pegaram alguém?

—  Não só recuaram.

— Que porra que rolou aqui? — Encaro ele que dá de ombros — Não levaram nada tem certeza? — ele assente e eu penso por um minuto.

Como assim invadiram o morro pra nada, e nem me levaram, porque quando eu cai, eu fiquei MUITO vulnerável, que porra que eles queriam? Paro de pensar juntando as peças.

— Chama o meu pai — ele me encarou sem entender nada — AGORA — ele me encara Sério.

— Tá gritando porque? — Diz daquela forma toda impaciente dele me tirando do serio.

— Tizil, só chama o meu pai — ele saiu da sala bufando e pisando forte, uma criança de cinco anos real.

Não demorou muito meu pai entrou na sala já veio todo sorridente me abraçar, e eu continuei com a cara fechada.

—  Que bom que acordou filha — Ainda o encaro seria — Que foi? Não vai me dizer que não lembra de nada? — na hora tio Van e tio grego entra na sala também — Que foi imperatriz? — encaro cada um naquela sala ainda negando com a cabeça, minha intuição não falha, mais não dá para acreditar.

— Só fiquei com medo de alguma coisa acontecer comigo, e eu não poder me despedir de vocês — digo entrando no personagem, até chorar falsamente eu consegui, sexto sentido e de família, e isso aqui tá fedendo, tem algo podre aí.

—  Que bonitinha — Tio Grego diz é me abraça junto com meu pai, menos o tio Van que encara aquilo ali sério, como se não concordasse com nada, encaro ele, assim como meu pai e tio grego, ele respira fundo e me abraça.

—  Nada de mal vai acontecer com você minha princesa — diz em voz alta me abraçando — Enquanto eu estiver vivo não — sussurra no meu ouvido e eu encaro ele sem entender.

— Vocês estavam aonde na hora da invasão? Não vi vocês — pergunto e eles ficam em silêncio.

—  Uai filha eu tava em casa — Diz passando a mão no meu cabelo, e eu dou uma risada de lado, o bom de ser a copia do seu pai é que vocês acabam desenvolvendo as mesmas manias, como por exemplo, passar a mão no cabelo quando está nervoso, ou mentindo.

— Mais o senhor saiu do baile ontem e atravessou? A pista não tava quente ontem de noite? —  Pergunto e um silêncio maior ainda, balanço a cabeça em confirmação e me sento na cama — E o senhor tio grego?

—  Com seu pai uai — Balanço a cabeça, lembrando que o Dóidói me disse que ele tava na casa dele hoje de manhã.

— É chegaram aqui que horas?

 Depois da invasão uai, pra que tanta pergunta Imperatriz? Não tô te entendendo — Meu pai se estressa, e eu balanço a cabeça confirmando.

— Quando sai minha alta?

 Agora as meninas estão Assinando as coisas lá — assinto encarando ele. Tio grego e frio pra caralho e calculista também, o tipo de pessoa que mente nos seus olhos, só não sabia que meu pai era assim também, mais já devia desconfiar, são irmãos.

— É o senhor tio Van, tá quieto hoje porque? — Encaro assim como todo mundo da sala, ele ia falar alguma coisa mais olha pro tio grego, e abaixa a cabeça respirando fundo.

 Eu vou fumar — Sai da sala, e o tio grego encara meu pai por um tempo e depois, sai atrás do outro, isso tá estranho.

— Pai...

—  Vamos pra casa fiona? — Baronesa entra na sala me atrapalhando.

— Não vejo a hora — dou um risada nasal.

 Ia me falar alguma coisa imperatriz? — Ia! ia sim, mais alguma coisa no olhar dele me impedia de falar, meu pai tá muito estranho, isso tudo tá muito estranho, Encaro ele por um tempo deixando uma certa tensão no ar.

— Não pai, não era nada demais, vamos? — desço da cama, e eles assentem.

Saio daquela sala sem falar nada nem ouvindo o que eles estavam falando, meu serviço com as meninas aqui no morro acabou a muito tempo, já treinamos todos que tinha pra treinar, contabilidade tá melhor do que já foi, todas as invasões a rocinha sai ganhando.

Pra que eles iriam manter a gente aqui? Meu pai ficou três meses internado em um hospital onde pra mim ir eu tinha que marcar hora, mais eu nunca podia por causa das invasões, toda vez que eu tentava ir, acontecia alguma coisa.

A última vez que eu consegui ir, foi na vez que eu fui pegar os cadernos, mais isso foi na primeira semana que ele estava internado.

Tio grego se metendo muito na minha vida depois da morte daquele tal caveira, tio Van discordando da palavra do tio grego o que é raro porque parece que eles tem o mesmo cérebro.

Tio Van totalmente estranho e quieto, não concordava e nem discordava da palavra dos dois mais, espero não tá certa porque, se eu tiver, eu não vou poder confiar em ninguém, nem nas meninas.

—  Não é imperatriz? — Meu pai me pergunta me fazendo sair dos meus pensamentos.

— Hãn??

—  Tio Lúcifer tava querendo passar o Natal e ano novo em Fernando de Noronha, que que cê acha? — Encaro eles com uma sobrancelha arqueada.

— Mais isso é daqui uns dez meses.

 É mais já é bom a gente ir planejando né?

— Por mim tanto faz — entro no carro encostando minha cabeça no vidro do carro.

Continua

Imperatriz |Trilogia Família Do Poder Vol1Where stories live. Discover now