• Capítulo setenta e quatro •

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4 meses depois, Layla narrando...

Entro na sala onde ela estava ainda imóvel, me dói de verdade ver ela naquele estado, e a única coisa que eu sinto é arrependimento.

Arrependimento por não ter deixando ela entrar na minha vida, por não ter me dado a chance de conhecer a verdadeira Mirian e de ter tido esse contatos com ela, a alguns meses atrás a Lorena me ligou cheia de esperanças dela acordar.

Tudo por causa de um gráfico onde mostrava que os movimentos cerebrais dela estava melhor do que nunca.

Mais até agora ela não acordou, e também não se mexeu, antes ela mexia os dedos e contraia as sobrancelhas mais agora nada.

Amanhã e véspera de ano novo, e só de pensar que ela vai passar mais um ano assim me dói de verdade.

Talvez os médicos estivessem certos, tá mais do que na hora de desligar as máquinas, não posso deixar ela sofrendo assim, todos os dias tendo que passar por alguns procedimentos.

Talvez esteja na hora de deixar ela partir em paz.

Isso a minha mente me dizia, mais meu coração se recusava a aceitar, me sento na cadeira olhando ainda pro rosto dela.

Depois daquele dia eu larguei o bope, e assim que ela estava "estável" vim pra São Paulo, na minha mente eu queria manter ela o mais distante possível do rio de Janeiro.

Quanto mais gente soubesse que ela estava viva, mais fácil chegaria aos ouvidos do PVLI que a missão não foi concluída e com certeza viria atrás dela.

Ninguém além de mim sabe, e pra tudo ser mais seguro e sigiloso eu sumi no mapa também, cortei qualquer ligação que eu tivesse com qualquer pessoa no Rio.

Se procurarem a minha ficha vão ver que a última vez em que usei o meu nome foi a anos atrás, quando comprei minha passagem pra cá, depois daquilo as pessoas aqui da cidade me conhecem por Vitória.

Sinto meu celular vibrar e o puxo do bolso vendo ser a babá do Theo, atendo na mesma hora, quando eu disse que larguei o bope não tava brincando.

Agora eu trabalho em um empresa de advocacia como secretária de um cara mesquinho e metido a besta.

Trabalho em tempo integral, das 06:00 até as 19:00 e precisava de alguém para ficar com o Theo, foi difícil encontrar alguém de confiança mais eu achei a Laura, claro que eu confio nela, depois de pegar tudo sobre ela, fixa criminal nome dos familiares, tudo!

IDL

Senhorita vitória?

Sim, algum problema Laura?

Desculpa atrapalhar dona Vitória, mais o Theo está um pouco febril e eu não sei o que fazer.

De um banho de água morna nele, e da aquele xarope que eu comprei, caso não melhore, me liga que eu vou pegar ele

Okay dona Vitória.

FDL

Me levanto ficando ao lado dela e dessa vez eu me permito tocar seu rosto, seus cabelos, a forma de como ela era parecida comigo era totalmente diferente, era uma coisa estranha.

Me abaixo colocando minha cabeça em seu peito, e me permito chorar.

Eu fiz tudo que eu podia minha irmã, eu tentei, era pra você já ter acordado, era pra gente tá juntas nessas, era pra eu ter acreditado em você desde a primeira vez que eu te vi, e não ter caído na história idiota do Bruno, eu sempre quis ter uma irmã, eu sempre quis ter uma família, e quando a oportunidade me surgiu, eu recusei e joguei fora da pior forma — Levanto o meu rosto encarando ela que permanecia com a mesma expressão.

Ela parecia tão serena, ela parecia feliz e de alguma forma isso me conformava, ela estava feliz.

Mais e difícil perder um irmão, ainda mais quando eu tive a chance de conhecer ela é não quis, quando eu tive a chance de ouvir o lado dela da história, quando eu tive a chance de ter uma família e de ser feliz, mais não aqui estou eu chorando pelo leite derramado mesmo que eu saiba que chorar não vai fazer eu voltar no passado, ou tê-la de volta.

Me levanto enxugando o meu rosto que estava completamente molhado, e dou um beijo na testa da mesma.

Respiro fundo e pego meu celular e minhas coisas e ia saindo, chego na porta e olho para trás novamente.

Eu te amo Mirian, por mais que não tenha tido a chance de te conhecer, eu te amo — Dou um sorriso por achar aquilo um pouco idiota, eu estava dizendo eu te amo a uma pessoa desconhecida, eu tinha sofrimentos profundos por uma pessoa que eu só sabia o primeiro nome.

Olho pra ela novamente e vejo o seu dedo indicador se mexer, paro e me aproximo na esperança daquilo ocorrer novamente, mais não acontece.

Me distancio de novo, pensando estar maluca, e vendo coisas.

Quando escuto a voz dela ecoar pelo quarto.

Onde eu estou? — Ela pergunta.

Paro no lugar pasma encarando ela, que tentava se mexer, mais tinha movimentos curtos e limitados, corro até ela.

espera não se mexe vou chamar a médica, fica quieta por favor — Corro até a porta e como se fosse um milagre a Lorena estava na porta falando com uma enfermeira.

A chamo, e ela vê o meu desespero e vem correndo até o quarto, quando ela entra ela fica igual a mim, ou até pior ela congela no lugar encarando a imperatriz que olhava tudo sem entender.

Flávia - A Mirian  fala — Meu Deus a Flávia eu tenho que sair daqui — ela começa a se sacudir na cama, tentando de todas as formas saí dali, quando a Lorena vai até ela.

Mirian fica calma eu tenho que te examinar, vai levar um minuto....

Ficar calma? Vão queimar ela viva — Me lembro vagamente do dia em que encontrei, o corpo queimado, ao lado do dela, deve ser a tal Flávia, um arrepio me percorre ao imaginar o que aquela garota sofreu — eu tenho que voltar lá, e quem caralho é Mirian? — Vejo os músculos da Lorena se enrijecerem e ela se vira me encarando, um olhar que eu entendia bem.

Fudeu

Continua

Continua

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Imperatriz |Trilogia Família Do Poder Vol1Where stories live. Discover now