• Capítulo Sessenta e três •

3.4K 296 62
                                    

Layla narrando....

Deixo o Théo na escola, vendo ele correr até os amiguinhos, amo meu garoto e a única pessoa que me restou.

Já que bom, fui adotada e meus pais adotivos acabaram morrendo em um acidente de carro a um tempo atrás.

Entro no carro, e dirijo até a base do bope, estavam me acionando feito loucos, que eu saiba não tenho operações nesse mês, e sinceramente tô pensando seriamente em me aposentar.

Não aguento isso mais não, tenho um filho para cuidar, se algo acontecer comigo quem vai cuidar do Theo? Eu não tenho ninguém só eu e ele, o vagabundo do pai dele não quer nem saber do filho, e sinceramentenao confiaria a vida de nenhuma criança na mão daquele filha da puta.

Chego na base e subo pra sala do tenente, que me encara, bato continência.

— Sabe do Major Batista — O Tenente Borges começa a falar, e eu respiro fundo — Conseguiu capturar o Venom?

— Não senhor — Ele respira fundo colocando as duas mãos na mesa e olhando pro nada.

— Então acha ele, melhor ficar de olho — assinto, bato continência e me viro pra sair — Major — Me viro encarando ele — Eu tô falando sério ele vai atrás da sua família — Faço uma careta — Da imperatriz ou Baronesa — Arregalo os olhos.

— Deve ter algum engano...

Não tem engano nenhum, você acha mesmo que ia esconder isso de mim Major? — Abaixo a cabeça — Tô te dando um voto de confiança, não me decepcione major — Bato continência e saio da sala.

Já sabendo que aquele papo de voto de confiança era mentira, concerteza ele tem um plano.

E também não tinha como ele saber, não tinha como ninguém saber, se eu mesma só soube a uns meses atrás.

Entro na ala feminina para pegar algumas coisas no meu armário e trombo com a Alícia (Major Medeiros) não ia muito com a cara dela, sempre quis ter tudo que eu tenho, sempre tentando ser melhor que todo mundo.

Até filho ela teve quando descobriu que eu tinha engravidando, e foi com o pai do meu filho, que como eu disse sumiu e apareceu casado com essa garota, tornando o Théo irmão do filho da mesma.

Ela me encara com deboche e se aproxima.

E aí Layla tudo bom? — Respiro fundo abrindo o meu armário.

— Pra você e Major Torres.

— Que isso...

Saio de lá e deixo ela falando sozinha e caminho até a saída dos carros com o radinho, viro a garrafinha de água na boca olhando pro agente campos na minha frente.

Cara maluco ficava me encarando, se ele não tivesse de farda eu ia tirar com a cara dele.

— Manda? — Ele parece acordar e me encara.

— Me passaram que o patrão falou pra tu ficar de olho no Batista procede? — assinto — Então e melhor tu ir porque viram ele entrando no galpão em uma van com um carinha do PVLI, e parece que estavam com uma garota — Arregalo os olhos encarando ele.

— Tem certeza que não foi trote? — Ele balança a cabeça em confirmação — Bernades, Rezende, Barreto e Campos comigo — Aponto pro carro e eles entram.

Entro no banco do carona e o Campos no do motorista e o resto atrás.
— Leva a gente lá nesse galpão — Ele assente e ia ligando a sirene, mais eu coloco a mão na dele segurando — Sem a sirene, que chamar a atenção porra — Ele nega com a cabeça e liga o carro saindo.

Era uma estrada de chão o dia estava extremamente quente, o normal do rio de janeiro, o caminho era de terra, lugar deserto praticamente

Paramos em um lugar aberto uma clareira praticamente, colocamos o carro em um lugar mais afastado e seguimos a pé.

Se dependesse do número de pessoas que estavam ali, era melhor ir no sapatin e chamar reforço, porque estávamos em cinco.

Paramos em um lugar onde o mato era alto, mais era mato seco, e tinha um pé de caju e manga.

Na frente ficava um galpão de madeira não era tão grande mais dava pra guardar bastante coisa ali.

Esperamos alguns minutos e de lá saiu dois caras cheios de sangue. Rindo e conversando como se aquilo que estivessem neles não fossem nada.

Batem de frente com mais dois que eu reconheci de longe Batista e Brayan Vasconcellos mais conhecido no tráfico como Venom.

Major aqui atrás tá cheio deles, já chamei o reforço - Rezende diz no rádio.

— Só esperem chegar — Ele manda um okay e a linha fica em silêncio.

[...]

Uma hora depois os barulhos das sirenes, e começa uma correria deles no meio de tudo e eu caio na gargalhada porque já tava tudo cercado, não adiantavam nem correr.

Vejo um correr para a porta do galpão com a pistola na mão e eu vou atrás.

Ele entra e eu entro atrás. E paro atrás de uns caixotes, esse lugar tinha um cheiro horrível, coisa queimada.

— Parado, mão na cabeça, e solta a arma — Digo e ele se vira me encarando.

Colocando a pistola no chão e colocando as mãos na cabeça.

— O que eu queria eu já consegui, manda um abraço pro teu pai, e fala pra ele visitar a filhinha querida No inferno — Arregalo os olhos encarando o Venom e tentando assimilar cada palavra que ele acabou de falar.

E fico paralisado no lugar assim que eu olho para trás dele, escuto o Campos e o Rezende entrando e abordando o Venom enquanto eu mantinha meu olhar no ponto específico, naquele ponto específico.

"Manda um abraço pro teu pai, e fala pra ele visitar a filhinha querida dele no inferno".

Aquelas malditas palavras rodavam a minha cabeça enquanto minhas mãos suavam e lágrimas escorriam pelo meu rosto.

Qual e vamos logo, já pegamos todo mundo tão aí ainda porque? — Escuto o Tenente Borges entrar no galpão e logo os passos ficando mais próximos — Gente esse lugar cheira mal, como vocês conseguiram... — Para de falar assim que fica do meu lado.

E eu desmorono caindo ajoelhada no chão, colocando as mãos no rosto e começando a chorar.

—Essa não é... — O Tenente começa a falar e eu corto no meio na frase.

— A minha irmã — Digo entre soluços, e ele se abaixa me abraçando e me mantendo de pé, enquanto o Rezende vai até lá...

Continua

Imperatriz |Trilogia Família Do Poder Vol1Where stories live. Discover now