• Capítulo setenta e três •

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16 anos antes, dia 11 de Março. Narrado por Layla.

Qual e vamos logo, já pegamos todo mundo tão aí ainda porque? — Escuto o tenente Borges entrar no galpão e logo os passos ficando mais próximo — Gente esse lugar cheira mal, como vocês conseguiram... — Para de falar assim que fica do meu lado.

E eu desmorono caindo ajoelhada no chão, colocando as mãos no rosto e começando a chorar.

Essa não é.....

— A minha irmã — Digo entre soluços, e ele se abaixa me abraçando e me mantendo de pé, enquanto o Rezende vai até lá, mais no meio do caminho para e sai correndo em outra direção, apenas me abaixo encostando os meus cutuvelos no chão e deixando as lágrimas tomarem o meu rosto.

Pare de chorar major, tua irmã e loira? — Rezende pergunta e eu olho pra ele que vinha com ela no colo totalmente desacordada.

— Vamos sair daqui, não é seguro, vocês dois vem comigo vamos levar ela pro hospital — Borges diz, me levanto um pouco mais calma e Encaro ela, que estava nos braços do Rezende.

Porque eu fiquei tão emotiva assim só de pensar que ela estava morta? Eu nem a conheço direito.

Entramos no carro e eu fui atrás com a cabeça dela no meu colo enquanto o Rezende e o Tenente iam na frente o mais rápido possível.

Ela estava horrível nem queria imaginar o que ela passou, seus cabelos estavam curtos até o ombro praticamente, ela tinha feridas aberta por todo o seu corpo.

Marcas de faca, canivete e tudo que fosse cortante, o tanto que ela estava sangrando era assustador.

Assim que param o carro e tiram ela do meu colo eu me desespero.

A CABEÇA DELA — Rezende me olha sem entender — Tá saindo muito sangue — Digo e ele olha pro meu colo e o banco do carro e respira fundo, andando o mais rápido possível para o pronto socorro.

Entro desesperada com ela, acho que por estarmos os três de farda, nos atenderam muito rápido.

Tento ir com ela mais a enfermeira me para.

Não pode passar daqui moça, eu venho dar notícias — Eu queria rebater o que ela disse, eu queria dizer que eu iria acompanhar minha irmã, eu tinha que estar com ela, mais apenas confirmei com a cabeça e me sentei em uma cadeira qualquer que se encontrava ali.

O Tenente voltou pro batalhão ele tinha muita coisa pra resolver com os caras que ele pegou hoje, e o Rezende ficou aqui comigo me dando uma força, enquanto eu preenchia a fixa dela, que aliás eu não sabia quase nada a não ser o primeiro nome.

14 horas depois

Parentes de Mirian? — A doutora chama e eu me levanto rápido ela me encara, fazia horas que eu estava aqui, e não conseguia sair nem comer eu comi.

Perguntei se o Rezende poderia pegar o Theo na escolinha levar pro meu apartamento, onde a babá dele estaria esperando e o Rezende disse que iria.

Sim eu.

Ela precisou passar por alguns procedimentos cirúrgicos devido aos cortes profundos, costelas e o braço esquerdo estava quebrado — Assinto sentindo uma dor no peito e um nó se formar na minha garganta.

Posso vê-la? — A médica me encara estranho e eu não consigo entender.

Ela ainda está desacordada, e pra ser exata não sabemos se ela irá acordar — Naquele momento eu perco o meu chão minha respiração falha, e eu sinto meu coração bater desesperadamente no meu peito, acho que se ele fosse só mais rápido um pouquinho era capaz de eu ter um enfarte.

Mais há chances?

Ela bateu muito forte com a cabeça, ou bateram — Ela diz desconfiada e eu respiro fundo — Ela teve um traumatismo craniano, e sinceramente, ela pode sim acordar, a esperança é a última que morre né? — Assinto e ela me leva em um corredor até o quarto dela.

Seis anos depois

Mandou me chamar? — Encaro a doutora Lorena Lemos, que em todo esses anos me ajudou muito com a minha irmã. Principalmente depois do segundo ano quando eles queriam, ELES QUERIAM REALMENTE QUE EU DESLIGA-SE AS MÁQUINAS.

Fiz maior barraco, e a Lorena me ajudou falando que ainda tinha esperanças e que aquilo era uma decisão minha, nenhum trabalhador da área da saúde poderia me forçar a nada, e aqui estamos nós indo pro sétimo ano.

Digamos que nós últimos três meses a Mirian tem se mostrado forte, já piscou algumas vezes e mexeu o dedo indicador, dizendo a Lorena isso é muito bom, mais hoje eu acordei com a chamada urgente dela me pedindo pra vir pro hospital.

— Você não vai acreditar — Ela me entrega uma papelada, e eu olho vendo um gráfico enorme cheio de linhas, verdes azuis e vermelhas.

Que isso? Estatística de quem vai ganhar a presidência? — Ela revira os olhos e pega a folha da minha mão.

Deixa de ser besta Layla, aqui o — Aponta para a linha vermelha — É os movimentos cerebrais dela nos últimos quatro anos — Ela me mostra e a linha não estava alta igual as outras era a mais baixa que tinha — Ela não tinha quase nada de movimentos cerebrais, essa aqui é do início do ano — Aponta pra verde da que já tinha subido bruscamente, estava bastante alta — Os movimentos cerebrais dela já tinha voltado ao normal, mais ainda não era suficiente para ela acordar — Assinto e ela aponta pra última linha que era azul — E dos últimos três meses, estava melhorando estava praticamente na média — Ela dá pulinhos e eu estranho essa atitude dela.

Não era pra mim tá desse jeito aí, não é da minha irmã que a gente tá falando — ela revira os olhos e coloca a folha na mesa e puxa outra da máquina lá.

É essa é a última que eu tirei hoje de manhã...

Na hora que você me acordou, depois de um plantão noturno?

Aí Layla para de ser chata cara, só me escuta — reviro os olhos e cruzo os braços e ela me mostra o papel, com uma linha azul bem claro — Já passou da média Layla...

Isso significa?

Que ela está praticamente dormindo pode acordar a qualquer momento — Areagalo os olhos encarando ela — EU SEI MINHA PRIMEIRA PACIENTE QUE ACORDA DE UM UM COMA DE SEIS ANOS.

É.. Eu posso ficar com ela? — Ela assente.

Claro que pode maluca, e tua irmã.

Continua

Continua

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Imperatriz |Trilogia Família Do Poder Vol1Where stories live. Discover now