• Capitulo cinco •

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Imperatriz na voz...

Trepei na moto e segui o menor até uma casa no topo do morro, não era lá essas coisas mais dava pro gasto.

Era uma casa de dois andares embaixo tinha uma cozinha, sala, banheiro, tinha até piscina.

Na parte de cima tinha três quartos.

—Tão entregues — O menor diz e a baronesa passa por ele sem falar nada esbarrando no ombro do mesmo — colfoi — diz e a baronesa continua seguindo pra dentro da casa. Ela nunca foi dessas que se abre de primeira, diferente de mim, baronesa e fechada até pra família, um aperto de mão pra ela significa muita coisa, ela não aperta a mão de qualquer um, não fala com qualquer um, não sequer olha pra qualquer um, as vezes isso pode ser encantador, mais na maioria das vezes é irritante.

Reviro os olhos ela tem que parar de ser assim, oito anos fora do Brasil e não mudou nada.

— Não liga ela e assim mesmo, tem um gênio difícil igual o tio... — Pequena fala entrando na casa e olhando ao redor, colocando a mochila dela em cima do sofá, pequena e diferente de nós duas, esperta pra caralho, as vezes penso que ela se daria mil vezes melhor do que eu no comando, mais os planos pra ela já são outros.

Pequena e observativa, ao contrário da baronesa fala com desconhecidos numa boa, e sempre com segundas intenções, tá sempre jogando um verde, é em todas as vezes ela sempre colhe maduro, e sempre consegue o que quer.

Vandamme — O menor diz interrompendo a pequena, já adivinhando completamente quem era o pai da Baronesa, tio vandamme e exatamente igual, a fama dele não é boa, o cara é sanguinário, deixa nada em branco, vai até o final quando quer, tenho dó de quem cruza o caminho dele, e mais dó ainda de quem cruza o caminho da baronesa — eu tive a triste coincidência de cruzar o caminho dele, assim que eu vi ela lá na boca, já desconfiei que ela era alguma coisa dele.

— Sério? Dão um prêmio pra ele meninas, descobriu a América — Baronesa diz com deboche e ironia, subindo as escadas me fazendo revirar os olhos mais uma vez.

— Baronesa, não tem nem 24h que a gente se encontrou e eu já quero que tu vá embora — digo e ela coloca a cabeça na quina da escada me encarando. Já eu sou um pouco isolada, elas duas são meu porto seguro e meu escudo, fazem de tudo por mim da mesma forma que eu faço por elas, antes de chegar em mim passa primeiro pela pequena, depois pela baronesa e se sobreviver a essas duas, aí sim tem a chance de trocar uma ideia comigo.

— Pois pegue tua moto, trepe nela, e vai pra casa do Caralho, do Brasil eu não saio mais — Ela diz e some mais uma vez na escada.

Reviro os olhos mais uma vez e subo as escadas atrás de um quarto descente, enquanto a Pequena fica lá em baixo conversando com o tal dóidói.

Entro no último quarto do corredor e vejo um guarda roupa e uma porta, vou até a mesma abrindo e vendo que é o banheiro, o quarto tinha uma cama de casal e uma TV na parede.

Coloco meu capacete na cama e entro no banheiro tomando uma ducha demorada.

Se papai mandou a gente pra cá e porque isso aqui vai ficar feio, ele nunca me tira do olhar dele, a ordem e sempre a mesma "ficar por perto e onde ele consiga me ver", por motivos de segurança e por medo também de eu acabar fazendo alguma merda.

Saio do banheiro e visto a mesma roupa já que a gente veio de moto e nossas coisas ainda não haviam chegado.

Desço as escadas encontrando a pequena sentada no sofá mexendo no celular e a baronesa fumando na varanda olhando pro nada.

— Tem algumas coisa pra comer? — Pergunto notando que o garoto já tinha ido embora, e a baronesa estava pensativa de mais.

— Nada já olhei em todos os cantos — Pequena diz ainda com a atenção no celular.

— Vamo comigo comprar pelo menos o básico? — pergunto e ela assente se levantando — Bora lá Baronesa?

— Bora né fazer o que, tem nada pra fazer — Joga a bituca do cigarro no chão e caminha até a gente.

Decidimos ir caminhando já que não conhecíamos nada no morro, e bom pra poder ver como realmente as coisas funcionam por aqui.

Fomos descendo o morro até encontrar um mercadinho, acho que daqueles de mini preço tá ligado? Entramos e cada uma já foi logo pegando uma cesta, eu pegava algumas coisas para higiene pessoal e da casa, a Pequena pegava algumas coisas para fazer a janta de hoje.

E a Baronesa ia jogando um monte de besteiras na cesta dela, assim que terminamos as compras voltamos pra casa, encontrando os dois carinhas que estavam mais cedo na boca, sentados no sofá.

— O que vocês estão fazendo aqui? — pergunto e eles fingiram que nem me ouviram isso me deixa irritada, e me trás péssimas recordações do passado.

Baronesa me encara, ela já sabe que eu tô irritada, vai até a cosinha colocando as sacolas dela no balcão, e eu faço o mesmo junto com a pequena.

Me viro pros meninos que ainda estavam sentados no sofá, e tiro minha pistola da cintura atirando na parede ao lado deles o que faz os dois da um pulo.

— Mano que tipo de problema você tem, o mandada, puta que pariu — disse o tal doidoi me encarando, e volta a se sentar no sofá. A baronesa ri e me encara satisfeita, pequena apenas anda normalmente como se nada ativesse acontecido.

— O que vocês estão fazendo aqui? 

— Churrasco tá vendo não — O tal pitbull disse com deboche e eu respiro fundo dando um sorriso de lado sem mostrar os dentes e dou mais dois tiros na parede pertinho do pitbull que me encara com ódio.

 Porra mina, nois veio trazer teus Bagulho que deixaram lá no pé do morro — disse jogando as malas que meu pai deve ter pedido pra trazer pra gente.

Respiro fundo travando a arma e colocando de volta na minha cintura.

Indo para a cozinha ajudar a pequena a guardar as coisas no armário. Até ouvir arrombarem minha porta, corri pra sala vendo o Tizil com a pistola apontada pra dentro.

 Que porra que tá acontecendo nesse caralho — disse assim que viu que todos estavam bem.

— CHURRASCO — respondemos todos em uníssono.

 Vocês se acham muito engraçados né, já podem começar a entregar currículo no circo. — disse se jogando ao lado do dóidói no sofá.

Continua

Imperatriz |Trilogia Família Do Poder Vol1Where stories live. Discover now