Olho pra porta e o Tizil tava lá me encarando com a cara mais lavada do mundo.
— Tava aí a quanto tempo? — Ele ri e se aproxima.
— Tempo suficiente pra ver tu escolhendo profissões pra ela, que foi, tá chorando porque? — Ele me abraça e deita na cama colocando a cabeça no meu colo, folgado pra caralho viu.
— Nada não — ele me encara e balança a cabeça em negação — vem cá, quem te deu essa confiança em? — Dou um tapa na nuca dele e ele fecha a cara.
— Ninguém chora por nada imperatriz — Ele fala e eu respiro fundo, fico calada .
— Olha quem tá aqui? — Meu pai fala entrando na sala e logo depois minha mãe com uma bandeja cheia de comida.
— Mãe pra que tudo isso? — digo vendo ela com uma pá de coisa lá, nem sei se consigo comer aquilo tudo.
— Filha, tu tem que comer — Reviro os olhos e o Tizil sai do meu colo e minha mãe coloca a bandeja lá.
— Sei que tua barriga tá cheia, mais comer mais um pouquinho não faz mal — Diz com aquela cara de sínico dele e eu fecho a cara.
Olho pro meu pai que faz uma careta pro celular, e encara o Tizil.
— Vandamme tá voltando pra cá, tá vindo ver o sobrinho e vai dar uma passadinha aqui — Meu pai diz digitando algo no celular e a porta se abre dando a visão da Luci minha obstetra.
— Olha que a mãezinha ta cheia de visita — Dou um sorriso sem mostrar os dentes e ela se aproxima, com uma cadeira de rodas — Vamos fazer ultrassom? — Assinto e desço da cama com a ajuda da minha mãe, e me sento na cadeira de rodas — Alguém vai com ela? Só pode um acompanhante — olho prós três na minha frente que me encara e eu dou de ombros.
— Eu vou — Encaro ele, que me encara de volta, e a Luciana assente e a gente sai da sala.
— Foi você que fez o parto da minha prima né Luci — Digo e ela ri.
— Depende quem e sua prima? — Ela olha pra frente como se tentasse se lembrar de quem eu tô falando.
— Mirella... — Ela ri me atrapalhando.
— A garota do mamão com requeijão — Ela diz ainda rindo.
— Como assim? — digo sem entender.
— foi um desejo que ela ficou no dia do parto, e depois que o bebê nasceu ela ainda tava com vontade — Para de falar assim que entramos na sala da ultrassom, e eu dou risada, só a pequena mesmo viu.
— Pelo lado bom, eu não tive nenhum desejo — Passo a mão na minha barriga e me levanto pra me deitar na cama.
— Até porquê seria meio complicado entrar no hospital com comida né — Coloca a manta sobre minhas pernas, e levanta aquele vestido do hospital, deixando apenas a minha barriga a mostra, e passa aquele gel gelado.
— E aí como que ela tá em? — Digo já vendo a forma dela na tela do meu lado.
— Nossa menina tá linda, o corpinho dela já tá ganhando mais massa corporal, acho que já deve ter percebido né? — Dou uma risada, minha barriga cresceu bastante nesse último mês mesmo — seus cinco sentidos apurados e, com exceção do respiratório, apresenta todos os sistemas bem desenvolvidos — Ela olha mais um pouquinho e mexe em outras coisas lá e já podemos ouvir o coraçãozinho.
Na hora vejo a alegria me tomar de novo e eu tombo a cabeça pra trás colocando o braço nós meus olhos e começo a chorar.
Sinto alguém pegar na minha mão e olho vendo o Tizil bem pior que eu, dou uma risada e ele me abraça, e sinto um chute.
— Nossa — Ela diz e eu e o Tizil nós separamos olhando pra ela — Ela ama a conexão que vocês dois tem, ela fica como se tivesse...— Ela passa aquele negócio na minha barriga de novo, e puxa a mão do Tizil colocando na minha barriga e eu sinto um chute de novo, e eu vejo ela chutando na telinha do meu lado, e foi ali que eu comecei a chorar de novo — E como se ela ficasse eufórica — Ela fica toda besta sorrindo — em toda a minha carreira eu nunca tinha visto isso antes, e uma conexão com vocês dois — ele ri — Uma pergunta vocês ouvem vozes — encaro ela pensando se ela realmente estava falando sério — tô zuando.
A porta e aberta e eu olho vendo uma médica de cabelos pretos que assim que vê que a sala está ocupada arregala os olhos.
— Desculpa gente não sabia que tinha pasciente agora — Ela diz e a Luciana sorri, e encara ela — E Luciana tem que levar a Sophia na escola e eu tenho um cirurgia agora, não vai dar pra mim ir — Luciana me dá um papel pra mim passar na barriga e encara ela.
— Pode deixar eu levo — A outra assente e sai da sala.
— Eu ainda tô besta com o que eu vi aqui — Dou uma risada — Bom vamos fazer esse acompanhamento, de três em três dias, quando eu ver que o sistema respiratório dela já aquenta a gente faz o parto okay? — Assintimos e o Tizil me ajuda a me sentar na cadeira — Tenha um bom dia mãezinha — Desejo o mesmo e o Tizil me leva até a sala.
— A gente precisa conversar e dessa vez tu não vai correr não — Engulo em seco e continuo olhando pra frente.
Ele entra no meu quarto e minha mãe se levanta me encarando.
— E aí?
— Tá tudo bem, agora e só questão de tempo — Passo a mão na minha barriga, e ela da uns pulinhos lá.
— Não vejo a hora de pegar a minha neta no colo — Diz e eu dou risada e meu pai também.
— Deu pra perceber — Meu pai fala e minha mãe para e fecha cara se sentando no sofá.
S— Como sempre né? Sempre estraga a felicidade dos outros — Volta a mexer no celular dela e meu pai da risada abraçando ela de lado.
E o Tizil me ajuda sentar na cama, e eu sinto outro chute.
— Vai com calma aí filha, se vai acabar abrindo um buraco na barriga da mãe — Coloco minha mão na barriga de novo, é outra vez ela chuta.
Continua
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Imperatriz |Trilogia Família Do Poder Vol1
Teen Fiction📍𝑭𝒂𝒗𝒆𝒍𝒂 𝒅𝒂 𝑹𝒐𝒄𝒊𝒏𝒉𝒂 - 𝑹𝒊𝒐 𝒅𝒆 𝑱𝒂𝒏𝒆𝒊𝒓𝒐 Entre tiros trocados e vidas em risco, entre choros de inocentes e mortes de culpados, e escolhas desumanas, perdas e ganhas, amigos de verdade e lobos em pele de cordeiro eu nasci. No...