Capítulo 16 | Isolamento part.: II

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Desculpem qualquer erro
Boa leitura!

[Laboratório abandonado|Jimin pov]

- Jimin... ai! - Jungkook tentou começar a dizer alguma coisa, mas acabou murmurando quando eu pressionei sem querer um machucado ao terminar de limpar o corte em sua testa.

Abrigados no laboratório abandonado, o pequeno quarto que nós dois dividimos, agora era iluminado unicamente pela luz pálida e fraca da noite.

Foi uma surpresa boa descobrir que ainda tinha água no chuveiro. Não era exatamente pura, mas dava para tomar um banho rápido. Depois do banho, seus curativos precisaram ser trocados e isso era bom.

Ter com o que me ocupar era bom. Essa tinha se tornado a minha nova mania. Eu vinha optando por fugir quando o tormento era maior do que posso suportar, eu apenas tentava fugir, não pensar, não sentir, porque eu não suportava mais.

Eu não tinha mais forças para isso.

- Jimin... olha pra mim. - sentado na maca com suas costas apoiadas a cabeceira e o corpo todo detonado, Jungkook me pediu em um sussurro preocupado, mas eu não conseguia mais.

O quarto tinha apenas duas macas e desde que Taehyung saiu dizendo que passaria a noite no quarto ao lado, eu estava sentado na beira da maca de Jungkook, bem ao seu lado. Cuidei de cada um dos seus ferimentos, tentando ignorar a sequência de pontos que agora, marcavam a lateral de seu corpo, tentando não me assustar com a quantidade de hematomas.

- Jimin... - quando não reagi ao seu pedido, ele chamou a minha atenção usando um tom suave e preocupado, segurando o meu pulso com cuidado. Me sentindo tão fraco de repente, eu fechei os meus olhos.

Eu me sentia tão patético por chorar tão facilmente. Eu não queria chorar mais, mas se eu erguesse o olhar para o seu, eu sei que isso aconteceria.

- Os meus olhos estão tão horríveis assim? - foi o que ele questionou e esse era um motivo tão insignificante que, mesmo me sentindo à beira de um precipício, eu até cheguei a revirar os olhos.

Até mesmo falar me custava.

- Os seus olhos? - eu me forcei a dizer, descendo o olhar até minhas mãos, lutando para me manter firme ao confessar em um sussurro frágil. - Eu esperei aquele jipe voltar por dois dias, Jungkook. Dois dias suportando tudo isso sozinho, nem mesmo Yoongi aguentou e quando você voltou... - eu respirei fundo já sentindo a minha visão irritantemente borrada outra vez, minha voz ficando embargada - Eu quase te vi morrer nas minhas mãos e... eu não podia fazer nada. Eu perdi a consciência achando que você tinha morrido e quando acordei, o seu coração tinha voltado a bater, sua pele estava ardendo em febre. Eles disseram que você estava contaminado. Taehyung e eu tentamos pará-los, mas eles arrastaram nós dois para logo de você e nos prenderam. Eles... eles te acorrentaram... quase te mataram de novo. - eu apenas deixei tudo escapar, rindo secamente com o quão cômico soou a última parte, mas até mesmo esse humor amargo se desfez com a percepção seguinte: - Eles teriam te matado se eu não tivesse conseguido me soltar... a cor dos seus olhos é a última coisa que importa pra mim agora, Jungkook.

A mão de Jungkook entrou no meu campo de vista, cobrindo a minha quando a outra chegou ao meu rosto. Seu toque ainda era tão suave quanto eu me lembro, as pontas dos seus dedos deslizando cuidadosamente pela pele da minha bochecha até a curva do meu queixo, esse que ele ergueu até que meus olhos pudessem ver os seus.

Eu tinha me acostumado aos olhos escuros e profundos em seu rosto, mas agora eles ardiam tão vermelhos e vibrantes quanto um rubi, como sangue quente.

Último Pecado | JikookOnde histórias criam vida. Descubra agora