Último Pecado | Jikook

Capítulo 44 | Eu te amo mais

Desculpem qualquer erro
Boa leitura!

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[Jungkook pov]

À um passo do grande vazio depois do precipício. No alto do monte, eu tinha o meu corpo dormente enquanto olhava para baixo, para a enorme queda que terminava na cachoeira lá embaixo. Minhas botas no limite da beirada enquanto o vento do dia nublado e escuro soprava contra o meu corpo.

O que estamos fazendo?
Está tudo destruído e o que restou segue o mesmo caminho. Porque continuamos lutando? Pra que? Contra o que?

Contra o que estamos resistindo? Contra o que estamos lutando?

Os demônios?
Não, não mais. Eles são apenas vermes aos nossos pés agora, matá-los se tornou esporte, algo até divertido de tão insignificante.

Contra o que estamos resistindo? Contra o que estamos lutando? Porque... porque eu sinto que é contra nós mesmos?

Vendo a água da cachoeira despencar suavemente do monte ao lado, caindo para o ar livre, a enorme queda até lá embaixo... eu senti inveja das gotinhas que despencavam para a liberdade...

Contra nós mesmos... estamos todos lutando contra nós mesmos, contra os nossos próprios demônios, resistindo a quem realmente somos, guerrilhando até a exaustão. Somos nossos próprios condenadores, nossos próprios punidores, viciados em nossa própria ruína, estamos tentando nos consertar nos destruindo. Nunca satisfeitos, sempre conseguimos encontrar novas formas de nos machucar, novas formas de nos despedaçar, novos níveis de dor.

Não conseguimos parar, não podemos nos controlar.

"Não quero ficar longe de você, Tae."

As vozes deles ainda ecoavam nos meus pensamentos, me torturando.

"Somos eternos. Nessa vida e em todas as outras, Jimin, eu te seguirei por toda a existência."

Eu nunca esperei sentir uma dor tão profunda, nunca imaginei que isso pudesse ser tão insuportável. Eu nunca cheguei tão longe na minha própria ruína.

"Acredita mesmo nisso?"

"Eu acredito em nós, Jimin."

Eu queria erguer minhas mãos e tapar os meus ouvidos, não queria ouvi-los... eu não suportava, mas não adiantava mais, eu não tinha como fugir e suas vozes continuavam cruelmente se repetindo em minha mente como um maldito disco arranhado.

"Eu te amo, Tae."

"Eu te amo, Jimin."

Separando os meus lábios, eu lutava para conseguir respirar, mas mesmo ao ar livre, eu me sentia tão sufocado e agoniado. Eu não estava suportando estar em minha própria pele... não suportava a dor que queimava em meu peito.

O conflito interno estava me enlouquecendo.

Entre o ódio e o amor. A raiva e a compreensão, a dor e, de certo modo, o alívio.

Eu não sabia o que sentir e isso estava me deixando assustado, pois... o controle escorria pelos meus dedos, a um fio de perdê-lo completamente. Eu estava por um fio quando o Sol começou a nascer por trás das nuvens pesadas e com ele, eu pude sentir a minha pele se aquecer... queimar como o próprio Sol, queimando e sendo alimentado pela confusão em minha cabeça.

A dor, a raiva... o ódio.

"Eu te amo, Jimin... e sempre será o meu primeiro eu te amo com esse significado."