Capítulo 55 | A verdade

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Qualquer erro... já sabem.
Boa leitura!

[Jimin pov]

É engraçado perceber que não precisamos ter o dom de prever o futuro para sentir quando algo significativo ou ruim estar por vir.

Quando todos estavam reunidos em nossos lugares em volta da fogueira, de repente, um breve e completamente tenso silêncio se instalou.

Formando um círculo em volta da fogueira, Jackson, já com um curativo e devidamente agasalhado, estava sentado entre Hyunei e Jennie. Hobi dividia um tronco com Yoongi. Lisa subiu até se sentar sobre uma das pedras altas próxima ao grupo. E dividindo o tronco maior, Jungkook se sentou à minha esquerda, Taehyung a minha direita e Minjung ao lado dele. Todos nós direcionando nossos olhares para o mesmo ponto.

Para Junny sentado ao lado de Soobin.

Ninguém ousou interromper o silêncio mortal e completamente agonizante que se instalou. O que parecia era que Junny tinha conhecimento sobre o destino de todos nós e estava prestes a revelar o dia e hora em que cada um ali presente morreria. Por mais exagerado que fosse, era exatamente esse o clima.

Ele tinha prometido a verdade, a revelação do que está acontecendo conosco e porque, porque fomos os únicos que sobreviveram, porque sobrevivemos e qual é o propósito de tudo isso. E acima de tudo... O que somos. No entanto, agora, diante a oportunidade de descobrir toda a verdade, era perceptível no olhar de cada um presente o questionamento sobre se era isso mesmo o que queríamos.

O medo de descobrir a verdade e que ela seja pesada demais para suportar, a incerteza sobre se a ignorância não seria uma opção mais suave. Mesmo assim, mesmo despreparados, já estávamos aqui e ninguém parecia realmente disposto a desistir.

- Ok, vamos fazer isso.... - Junny murmurou para si mesmo, fechando seus olhinhos e respirando fundo antes de voltar a abri-los e erguê-los para nós.

Encolhido dentro da enorme jaqueta de couro de Jungkook, o menino parecia ainda menor do que já é. Era visível como ele estava nervoso e o impulso de ir até o garoto, puxá-lo para um abraço e lhe oferecer um pouco de conforto era tão forte que me deixava completamente tenso no meu lugar.

Eu o entendo, conheço como a mim mesmo e diante tantos olhares e a pressão de algo tão importante, se ele travasse e não conseguisse falar, eu não seria capaz de deter aquele instinto violento de protegê-lo que sempre pulsava forte dentro de mim. Mesmo que não houvesse nenhum risco físico, nenhum perigo por perto, seu nervosismo ou insegurança já eram o suficientes para me deixarem nessa posição, mas, nesse momento, quando o pequeno decidiu sentar longe de Jungkook e eu, nós entendemos que ele precisava fazer isso sozinho.

Andar com seus próprios pés.

Suas mãos estavam agarrando as mangas compridas demais da jaqueta e ele parecia calcular e planejar com cuidado as combinações de palavras certas antes de começar.

- Está tudo bem, Junny. - Jungkook pareceu não ter a mesma força que eu para se conter, ele não foi até o garoto, mas garantiu olhando fixamente em seus olhos díspares: - Pode falar sem medo, o que quer que seja, ninguém aqui te julgará. Sabe que não fazemos isso.

O menino balançou a cabeça confirmando.

- Eu sei, mas não é sobre isso. É sobre fazê-los entender... - o pequeno começou e então se deteve, quando algo pareceu se iluminar em sua mente, ele encontrou o caminho certo para começar. - Para que vocês acreditem em mim, eu preciso lhes contar uma história antes. - os olhos díspares se ergueram diretamente para os meus e depois, voltaram para os de Jungkook ao continuar: - A história sobre o último pecado do mundo.

Último Pecado | JikookOnde histórias criam vida. Descubra agora