Capítulo 62 | Por Completo

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Boa leitura!

[Taehyung pov]

Meus olhos estavam fechados, minhas costas sobre a maciez de um colchão em uma cama melancolicamente espaçosa demais, um quarto qualquer, escuro e vazio. Frio de um modo que não tinha nada a ver com a temperatura.

Solitário.

Queria ter ficado com os outros lá embaixo, jogando conversa fora até o Sol nascer, mas... eu não tenho mais energia pra isso.

Eu me acostumei a dor, me conformei, mas ela ainda suga as minhas energias. Eu só queria não ter visto. Não ter visto o brilho nos olhos cristalinos, não ter visto suas mãos discretamente unidas, dedos entrelaçados. Queria não ter reparado quando Jimin se levantou e deu qualquer desculpa antes de ir embora, queria não ter juntado os pontos quando um tempo depois, Jungkook foi na mesma direção que ele e os dois não voltaram mais.

Dizem que o ser humano é capaz de se adaptar a tudo, então talvez eu realmente tenha me acostumado a dor. Não é mais tão insuportável quanto antes, desde que descobri a verdade sobre eles e Junny, eu pude sentir, algo murchou dentro de mim até morrer. A esperança talvez? Não sei ao certo. Realmente não dói mais tanto quanto antes, mas ainda é exaustivo como ter sua força vital sugada.

Exaustivo, confuso e sufocante.

Não sei o que sentir. Nunca amei ninguém como amei Jimin. Um sentimento tão poderoso, mas sem esperança alguma. Não sei explicar, e agora... Sinto que perdi ele completamente, mas ao mesmo tempo, que o tenho mais do que nunca antes. Estou estranhamente feliz por eles, mas também em pedaços por dentro. E talvez, parte disso seja porque eu amo Jungkook, ele é o meu gêmeo, a felicidade dele é a minha, todas as vitórias dele são vitórias para mim também.

Eron. Somos parte diferentes da mesma alma.

Então, eu não podia estar mais perturbado agora. Imensamente feliz e completamente vazio por dentro.

Me sentia exausto e meio entorpecido.
Eu só queria paz, só isso.

Me despedindo dos outros, só me enfiei no quarto que escolhi, tranquei a porta, tirei minha camisa, jogando em qualquer canto e me larguei de qualquer jeito na cama.

Eu só queria paz. Apenas paz. Sem nenhuma complicação, nenhum problema, nada na cabeça, eu só queria uma noite inteira de pura e absoluta paz. Queria apenas dormir, ou melhor, desmaiar, apagar tão completamente que nem mesmo os meus sonhos pudessem me incomodar.

Mas era tão inútil. Meu coração é um bastardo miserável que gosta do caos. Alguns dizem que são divididos entre a mente e o coração, mas no meu caso, minha mente e o meu coração trabalham juntos e na harmonia certa para me arruinar. Pois, em meu peito enquanto ainda tenho que lidar com o fato devastador e imutável de amar Jimin, minha mente se aproveita enquanto meus sentimentos pelo loirinho estão fracos, distantes e dolorosos demais para serem sentidos e me arrasta para o pecado da carne, desenterrando meus pensamentos sobre... ela.

Eu jurei a mim mesmo que nunca mais pensaria nela. Eu sei onde isso vai dar, sei que vou apenas me machucar ainda mais. Já tinha tantos problemas, eu precisava cortar o mal pela raiz e estava tão decidido que cheguei até a me forçar a pensar em Jimin apenas para evitar pensar nela.

Isso ajuda durante o dia, mas à noite...

Ela vinha me assombrar de madrugada e esses pensamentos eram sempre irresistíveis demais para alguém tão fraco como eu. As lembranças daquela boca gostosa sobre a minha, o beijo mais quente que já provei na vida, suas mãos firmes sobre mim, despertando o meu corpo, me deixando faminto e incontrolável. Eu apagava em meio a esses pensamentos e sonhava com ela debaixo dos meus cobertores, roupas nunca faziam parte do roteiro e minha mente fazia um ótimo trabalho em tentar imaginar seu corpo sem elas, imaginar como seria ter sua pele diretamente contra a minha, meu corpo sobre o dela, sua respiração descontrolada, enquanto o calor nos cegava até que estivéssemos trêmulos e suados. Imaginava como seria quente ao me enterrar inteiro dentro dela, como seria gostoso se nos entregássemos ao desejo louco que nos queimou da última vez. Nos meus sonhos, eu provava que sou capaz de fazê-la sentir prazer, fazia devagar e bem gostosinho só pra ela, até ouvi-la engolir aquele orgulho e gemer meu nome, pedindo mais...

Último Pecado | JikookWhere stories live. Discover now