Último Pecado | Jikook

Capítulo 24 | Cartas na Mesa

Desculpem qualquer erro
Boa leitura!

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[Jimin pov]

Saindo da trilha, eu me enfiei no meio da floresta. Os pinheiros enormes de troncos grossos formavam uma cobertura de folhas no topo, de modo que a floresta fechada se tornava escura e sombria. Não havia trilha ou lugar marcado, eu não tinha um destino pré-determinado, esse era o jogo dela.

Claro, foi tão idiota de acreditar que alguém tão inteligente como Lisa simplesmente arriscaria o próprio pescoço em um tiro no escuro. Eu a subestimei.

Ontem no jantar, enquanto todos estavam distraídos, ela encostou em mim discretamente.

— Você tem até amanhã pra abrir o jogo, garoto. — ela sussurrou para que apenas eu ouvisse. — Esconder segredos é considerado traição, vai ter que me convencer de arriscar a minha cabeça.

Eu ergui o olhar para ela incrédulo. Ela não tinha falado nada sobre ainda termos que convencê-la.

— Você disse que nos ajudaria. — lembrei.

— Pois é. É difícil dizer não para o seu biquinho de choro, anjinho. — ela simplesmente murmurou enquanto mastigava. Estava zombando de mim? — Olha, eu quero ajudar e vou... mas antes, preciso saber em que merda estou me metendo.

Bom, era justo afinal. Eu não podia esperar que justo ela fosse simplesmente fingir que não sabia de nada, sem questionar.

Suspirando profundamente, eu desviei o olhar, o erguendo a tempo de encontrar os olhos negros dele fixos em mim do outro lado da fogueira, nos observando.
Eu sei que ele podia nos ouvir, meu olhar se encontrou com o de Jungkook rapidamente e em resposta, ele confirmou com um gesto discreto.

— Quando?  — perguntei, mas ela se afastou de mim quando Namjoon acabou erguendo o olhar para nós por acaso. Antes disso, murmurou rapidamente:

— Amanhã, depois do almoço. Me encontre se for capaz. — ela desafiou, era um teste obviamente, mas eu apenas confirmei.

Eu não sabia como seria isso, não faço ideia de como vou explicar para ela algo que nem mesmo eu entendo, mas o meu plano era a nossa melhor saída. Eu precisava tentar.

Hoje, ao final da segunda refeição, eu não vi quando Lisa sumiu da clareira, tínhamos combinado de nos separar para evitar chamar atenção, mas isso não foi um problema. Eu não tive dificuldade alguma para encontrá-la e... isso me assustou ainda mais.

Eu não me reconhecia mais, foi completamente instintivo, quando chegou o momento certo, foi como se a minha mente se calasse de repente, o meu corpo sabia o que fazer sozinho. O Jimin racional foi desligado.

Os meus sentidos se aguçaram me deixando em um estado sensível de alerta, eu não precisei pensar muito. Senti como se... a estivesse caçando.

Meus pés pareciam ter vontade própria. Segui pela trilha que dava para a cachoeira, foi onde a vi próximo pela última vez, eu sabia que ela tinha tomado esse caminho e depois, saido da trilha. Quase como se eu pudesse enxergar o rastro da garota entre as árvores, eu não precisei pensar muito para descobrir que caminho deveria seguir. Eu pude perceber... sua presença, por onde ela esteve, onde havia galhos quebrados, passos de botas na terra molhada, samambaias esmagadas por onde ela passou... seu cheiro.

Foi como se algo de repente, estalasse na minha cabeça, os sentidos já hipersensiveis, se aguçaram como nunca sequer imaginei que fosse capaz. Eu capturei o seu rastro de calor no ar, o cheiro humano que o vento espalhava... meu coração se agitou no peito, meus sentidos me perturbando quando minha visão pareceu ficar avermelhada e o caminho certo ficou "visível" para mim.