Último Pecado | Jikook

Capítulo 65 | Não me arrependo

Desculpem qualquer erro.
Boa leitura!

∞

[Taehyung pov]

Antes do fim do mundo, Jackson era apenas um estudante de psicologia que no máximo chegou a fazer alguns estágios. Depois de sobreviver ao fim do mundo e todos os seus extremos, ele se tornou um guerreiro que é capaz de passar por cima de tudo para sobreviver.

No entanto, quando entrei para o grupo de Namjoon e conheci a figura, eu fiz a merda de julgar o livro pela capa. Eu olhei para ele e pensei: um cara tão aparentemente desequilibrado não deve entender merda nenhuma de saúde mental, com certeza, ele era um riquinho mimado que comprou o diploma. Um palhaço como ele não deve levar nada a sério e se sobreviveu até aqui, foi às custas de alguém ou se escondendo.

Esse foi exatamente o meu primeiro julgamento sobre ele. Eu me irritava por ele estar sempre rindo e feliz, mesmo quando quase passamos fome no começo. Eu me estressava por ele ser capaz de fazer piada de tudo, até dos nossos sacrifícios. Tudo nele me irritava e assim que bati o olho nele pensei que ele seria apenas um fardo para o grupo.

O tapa na cara veio justamente na nossa primeira missão juntos.

Éramos apenas, Lisa, ele e eu. Fomos cercados por demônios maiores, Lisa fraturou a costela a ponto de não conseguir se mover e aparentemente não havia saída daquele inferno. Eu nunca deixaria ela para trás, então Jackson teve a oportunidade de se salvar e escapar enquanto os demônios estavam distraídos com o cheiro do sangue dela. Ele teve a oportunidade de fugir, mas... em nenhum momento ele cogitou isso.

Enquanto eu mantinha os demônios longe, ele carregou Lisa em suas costas, correndo por três quarteirões até conseguirmos pegar um carro... ele ficou por nós, ficou até o último instante, mesmo que isso pudesse custar sua vida.

Foi quando me dei conta de que eu não tinha raiva de Jackson por achar que ele conseguiu tudo fácil... na verdade, eu tinha inveja dele por ele ter passado exatamente por todas as dificuldades que eu passei e ainda conseguir agir como se tivesse sido fácil.

Eu não queria reconhecer sua força só porque suas cicatrizes não são tão feias como as minhas.

E naquele mesmo dia, eu tive a prova de que estava errado e mesmo assim, ainda não quis reconhecer. Eu ainda insistia em criticar: Ok, talvez ele possa mesmo ser um bom combatente afinal, mas isso ainda não prova que ele não passa de um palhaço desequilibrado.

E como se lesse meus pensamentos, ele me confrontou naquela noite. Impaciente, eu duvidei da sua capacidade profissional, eu abri a boca para dizer que não precisava dos seus conselhos, que ele era alguém que precisa de ajuda e não alguém capaz de ajudar.

E ele? Ele não ficou bravo, não se ofendeu nem se afastou de mim. Ele... ele sorriu e olhando nos meus olhos, me provou o quanto eu estava errado. Ele leu todas as palavras escondidas no livro da minha mente como se estivessem estampadas na minha testa. Ele expôs tudo o que eu escondia no mais profundo fundo do baú.

— Deve ser cansativo ter que sustentar esse escudo sempre erguendo. Não posso nem imaginar o quanto ele deve pesar, mas pela frieza na sua expressão, sei que é muito. — ele começou em um tom sereno e sábio, a compaixão em seu olhar mudando completamente a sua expressão a ponto de nem parecer ser mais a mesma pessoa. Ele sorriu ao notar como paralisei no lugar. — Você nunca vai conseguir me ofender, Taehyung, porque eu sei que você não pensa realmente assim. Eu sei que você não é assim. Você rosna alto, mas eu nunca o vi morder.

E mesmo surpreso com as palavras sérias, sinceras e diretas, eu ainda assim me irritava, me negando a admitir que estava errado sobre ele.

— Não me provoque. Você não sabe de merda nenhuma. — praticamente o ameacei com o tom ríspido de voz e apesar de ter percebido como ele se encolheu um pouco, ainda assim, não me deixou em paz.