Capítulo 49 | Máscaras

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Desculpem qualquer erro.
Boa leitura!

[Taehyung pov]

Pelo retrovisor do jipe, eu a vi saindo rapidamente do trailer. Olhos avermelhados, rosto molhado, peito subindo e descendo rapidamente em uma respiração agitada interrompida por soluços. Passadas rápidas como se estivesse fugindo de algo... 

Quando disse a Jimin que precisava conversar com Minjung, o fiz porque estou sinceramente preocupado. Eu não estou mais suportando ver isso.

Eu sei o que está acontecendo com ela. Não é como se alguém pudesse mentir para mim. Acho que sei o que a está atingindo tanto, e não, infelizmente, eu não tenho como ajudá-la, mas... as coisas estão fugindo do controle, o problema ganhando uma proporção séria e... ela está completamente sozinha.

Eu sei que ela não está suportando mais. Isso está a destruindo. Eu não posso continuar sem fazer nada.

Se detendo no meio do gramado, vi quando ela ergueu o olhar por cima do ombro, olhando para o trailer uma última vez antes de se virar rapidamente, secando o rosto bruscamente e vindo a passos rápidos em direção ao meu jipe.

A poucos metros de distância, eu me assustei com a velocidade com a qual tudo mudou bruscamente. Sua expressão se modificou completamente de um segundo para o outro. Tudo sumiu, os vestígios do choro, a dor em seu olhar, a angústia em sua expressão... sumiu como se nunca tivesse estado ali, seu rosto se erguendo rapidamente logo depois, nada além de seriedade era transparente.

Assustador.

Exatamente como se ela tivesse colocado uma máscara.

Um instante depois, a porta ao meu lado se abriu e se já não a conhecesse bem, eu nunca poderia adivinhar que havia algo errado. Ela entrou bruscamente como sempre, se acomodando no banco ao meu lado e batendo a porta com aquela mesma brutalidade desnecessária e sem querer que sempre iniciava as nossas discussões. Sim, a nossa primeira discussão do dia sempre era pelo fato dela estar destruindo as molas das portas do meu jipe.

De repente, eu só queria que esses motivos bobos fossem o maior dos nossos problemas outra vez.

Não sei em que momento comecei a me aproximar tanto dela, não sei quando passei a me importar tanto. Foi tão natural que sequer nos demos conta, nós nos entendemos sem precisar de muito e eu sei disso. Só não esperava chegar ao ponto em que... a sua tristeza me atingi, me machuca. Eu só queria poder fazer alguma coisa para ajudar, qualquer coisa...

Sem erguer o olhar para mim, sem dizer nada, ela apenas se manteve atrás de sua máscara. Ajustando seu cinto de armas, se concentrando na tarefa de suas mãos, rasgando um pedaço de elástico de um dos bolsos de sua calça camuflada, ela deu um nó nas pontas e ergueu suas mãos para os cabelos escuros e compridos. Geralmente, eles estavam sempre bem presos em uma das tranças elaboradas que Rosé fazia... hoje, estavam soltos e ainda um pouco molhados.

Puxando tudo para trás, ela usou o elástico para fazer um rabo de cavalo alto sem muita delicadeza e ao já não ter mais com o que se ocupar, ela ficou apenas ali, quieta.

Quando o silêncio se prolongou dentro do veículo, seus olhos escuros se ergueram para a chave na ignição que eu já deveria ter girado e ligado o jipe, mas não vai rolar, não enquanto o seu rosto estiver tão pálido, não enquanto suas mãos permanecerem em punhos tão apertados a ponto de deixar os nós dos dedos brancos.

Eu não vou deixar ela se afundar assim.

— Por favor... só liga o carro. — suspirando profundamente, ela ainda tentou sem muita energia, parte da máscara caindo quando sua voz falhou. 

Último Pecado | JikookWhere stories live. Discover now