Capítulo 04 | Você não vai

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Qualquer erro, podem apontar.
Boa leitura!

- Porque você me ajudaria? - questionei e aqueles olhos escuros e tão loucamente familiares, brilharam para os meus quando sequer precisou pensar para responder:

- Porque você pediu. Você me chamou Jimin e... agora, eu estou aqui.


[Jimin pov]

Um gelo

Isso foi o que eu ganhei após sair no soco com Jungkook.

O silêncio no quarto era completamente absoluto depois que ele finalmente me libertou da prisão desorientadora dos seus olhos negros profundos e se afastou de mim, me dando as costas quando se virou para a bagunça que fizemos no quarto e, sem dizer mais nada, apenas começou a organizar.

Eu não esperava por isso. Não era essa a atitude para que eu tinha me preparado antes que ele entrasse por aquela porta. E novamente, eu não sabia mais o que pensar, pois enquanto juntava os pedaços da cadeira que eu estilhacei na parede tentando acertá-lo, em momento algum ele chegou a obstruir a minha passagem. A porta do quarto estava completamente aberta e através dela, eu podia ver a porta de saída do trailer também entreaberta do outro lado. Ele não estava me prendendo ali... Ele sequer chegou a tentar me atingir quando lutamos, só tentou me conter e sobre os sedativos...

Merda. Eu tinha entendido tudo errado, mas... Quem poderia me julgar por isso? Que tipo de pessoa tentaria realmente ajudar em um tempo onde matar ou morrer era a única lei?

Como ainda poderia existir generosidade se todas as pessoas boas tinham literalmente evaporado?

Eu sei disso, pois depois do arrebatamento, todos os humanos que encontrei eram ainda mais nojentos do que os próprios demônios, eles tentaram me sacrificar, me usando como distração para escaparem, tentaram me matar, me deixaram preso naquele porão pra morrer.

Porque esses seriam diferentes?

- Você deveria se sentar. - Ele finalmente interrompeu o silêncio de repente, com certa impaciência ao indicar a maca ao meu lado. - Você está pálido e Jin disse que você deveria permanecer em repouso se não quiser piorar sua situação... na verdade, acho que você sequer deveria estar conseguindo ficar de pé agora.

Ele murmurou, mas sequer se virou para mim, continuando a organizar as coisas que bagunçamos ou derrubamos no quarto.

Eu não o ouvi, ainda não conseguia tirar os olhos da saída, da luz forte que passava pela porta entreaberta... que parecia ser raios de Sol.

Não podia ser, desde a primeira invasão dos demônios, tudo tinha sido obscurecido por uma nuvem fina e tóxica que pintava tudo de cinza.

- Onde estamos? - disparei confuso sem conseguir ver muita coisa pelas janelas pequenas também.

Por cima do ombro, ele parou apenas para me mandar um olhar reprovador quando me encontrou ainda em pé ali. Revirando os olhos, eu fez o que ele queria, ainda lutando contra uma careta quando o esforço de me sentar me fez voltar a sentir a coxa.

Com o sangue frio, o incômodo se tornava mais difícil de ignorar.

- Você está em um acampamento nas montanhas. - aquela voz grave e ao mesmo tempo suave anunciou quando ele finalmente se virou para mim. Aqueles olhos negros, sérios e calculistas, me deixando meio inquieto quando se fixaram no meu rosto. - É de difícil acesso e longe o suficiente das grandes cidades para ser seguro dos demônios.

Último Pecado | JikookWhere stories live. Discover now