Último Pecado | Jikook

Capítulo 66 | Pressentimento paterno

Capítulo grandinho... perdoem qualquer erro.

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[Jimin pov]

O amor centraliza as nossas prioridades. Ele nos amadurece, nos ensina de uma forma dura e dolorosa, mas com resultado valioso o suficiente a valer cada lágrimas. Ele nos proporciona uma força extraordinária que corre e ferve em nossas veias justo nos momentos em que estamos mais esgotados. Uma força que pulsa violentamente, que preenche o peito e o rasga nos despertando para a vida, uma força que batalha com unhas e dentes para permanecer acesa em nossos corações. O amor nos dá um propósito, um caminho para seguir, uma causa para lutar... ele dá um sentido a nossa vida.

Eu queria apenas ter descoberto isso antes. Eu não sabia, nunca soube de nada disso e olhando para trás agora, eu percebo o quanto a minha vida era seca, o quanto o meu coração era vazio... o quanto eu era infeliz.

Eu não sabia... mas Jungkook me ensinou:

O sentido da vida é amar.

E de repente, nada mais é por acaso, tudo parece ser predestinado. Não sei exatamente quando aconteceu, mas em algum momento parei de falar "eu" e o substituí por "nós", em algum momento, as coisas não eram mais só sobre mim e o que eu quero, mas também sobre nós e o que nós queremos. Eu não decido sozinho, nós dois conversamos e chegamos juntos a uma decisão. Eu não luto mais sozinho, nós dois lutamos juntos e nos protegemos até o final.

Não sou mais eu sozinho e sim, nossa união como um só.

E eu realmente só me dei conta ao ouvir da boca dele, aquele plural significativo ali ao percorrer do dia, mesmo quando o assunto era direcionado apenas à ele. A forma como aqueles olhos negros sempre procuravam os meus toda vez que o usava:

"Agora não, nós vamos almoçar..."
"Desculpa, estávamos ocupados..."
"Ok, vamos fazer isso..."
"Não sei, o que você acha, amor?..."
"Isso! Estamos conseguindo!..."
"Por mim, se o Jimin concordar..."
"Tudo bem, estamos indo..."
"Já deu por hoje, precisamos descansar..."
"Boa noite, gente. Vamos dormir cedo hoje..."

Era tão natural que ele nem parecia se dar conta da forma automática como me incluía em tudo, tanto que os outros já pareciam acostumados a isso.

Não sou mais eu sozinho.
Somos um.

Aprendemos a pensar, a agir, a decidir, a viver e a sentir como um só e talvez, isso seja o amor verdadeiro. O amor verdadeiro é essa habilidade natural de conseguir se sincronizar completamente com o outro. É isso o que torna tudo tão intenso. A felicidade dele é a minha em dobro, o amor dele é o meu em dobro, a empolgação dele é a minha em dobro... a dor dele é a minha em dobro.

Aconteceu na madrugada de ontem. Eu acordei no meio da noite ao ouvi-lo chamar o meu nome e senti-lo se mexer demais ao meu lado. Quando ergui o olhar para ele, o encontrei dormindo profundamente, mas sua pele brilhava em suor, sua expressão era completamente perturbada e seu rosto estava avermelhado, quando notei as lágrimas escorrendo livremente entre um soluço e outro, molhando seu travesseiro. O meu coração disparou em alerta, pulsando dolorosamente no peito e deduzindo ser um pesadelo, tentei acordá-lo imediatamente. Ele estava tão profundamente imerso na inconsciência que tive que balançar seus ombros para conseguir despertá-lo e ele teve um pequeno sobressalto ao abrir os olhos, parecia completamente desorientado e eu me surpreendi ao encontrar suas íris em vermelho.

Seu ser estava tão profundamente perturbado ao ponto de atingir até mesmo o seu demônio. Foi desesperador. Precisei usar meu dom para acalmá-lo.

Seu corpo estava trêmulo, respiração pesada e olhar assustado. Não foi só um pesadelo. Pra deixar Jungkook naquele estado... eu sabia que tinha sido algo sério.