"Ardente como uma mancha obscura no meu sangue angelical. Bem e mal, estaremos inteiros quando admitirmos para nós mesmos que os dois correm e queimam em nossas veias."
∞
[Jungkook pov]
O fogo tomou conta de tudo, se espalhando pelo o ar em uma velocidade absurda, como uma onda, uma explosão de energia, envolvendo tudo até que eu não pudesse ver mais nada. No entanto, sequer chegou a queimar, pois no instante seguinte, a pressão do impacto quando o fenômeno nos atingiu, soprou violentamente as chamas para longe até que se dissiparam.
O som estrondoso como uma bola de demolição abalou tudo. Fomos empurrados pela pressão para trás, o chão abaixo dos nossos pés tremendo quando a coisa atravessou a sala como uma flecha, um rastro de luz no espaço e colidiu, rachando todo o concreto do piso ao pousar bem no centro da sala.
Uma nuvem de poeira subiu tomando conta de tudo, pude ouvir a base da construção protestar diante a violência do impacto. Um arrepio eletrizante se espalhando rapidamente por cada centímetro da minha pele ao sentir... seja o que for, era algo muito mais forte e poderoso do que todos nós justos. Só então... um segundo depois, mesmo ainda sem conseguir ver, eu pude sentir a presença familiar... pude reconhecer o pedacinho de mim mesmo, o cheiro do Jimin misturado ao meu.
Não pode ser.
— Junny! — Soobin gritou de algum lugar, lutando para tentar chamar a atenção do garoto.
Foi quando a poeira baixou que eu consegui vê-lo. No centro de uma enorme cratera no meio da sala, estava o meu pequeno loirinho. Radiante e imponente como um ser de luz, poderoso e impiedoso como o próprio inferno. Agachado ainda na posição em que pousou... chamas azuladas inflamavam da superfície da sua pele alva e luminosa, queimando seu moletom branco nos braços, o fazendo resplandecer.
O choque me deixou no mais completo... nada, quando ele ergueu a cabeça. Os fios cor de ouro, já compridos demais, caindo entre seus olhos quando ele ergueu um olhar afiado diretamente em direção às janelas no final da sala, por onde entrarão os demônios. Os olhos díspares me roubaram o fôlego, um completamente em branco e incandescente em sua luz fria exatamente como os de Jimin. O outro, ardendo em vermelho-sangue.
Eu não conseguia reagir, não parecia real. Não podia ser. Mas à minha frente, do outro lado da sala, pude ver Jimin olhando para o garoto no mesmo estado de absoluto choque que eu me sentia agora.
Não houve tempo para mais nada, os demônios já estavam quase no nosso andar e tudo foi tão rápido.
O olhar do garoto queimou quando ele levou suas duas mãozinhas ao chão. O caos e rosnados dos demônios estavam cada vez mais altos e próximos, mas... eu pude ouvir o zumbido agudo que, de repente, surgiu. Baixinho a princípio, mas se tornando mais alto a cada novo segundo e com ele, uma onda estranha de pressão chegou até mim, se tornando mais intensa aos poucos... como se apertasse o meu cérebro.
— Junny! — Soobin gritou levando suas mãos até a própria cabeça, mas o garoto parecia completamente cego e provavelmente nem nos notando aqui. Sem tempo, o moreno acabou desistindo de tentar fazê-lo parar. — Merda... tapem os ouvidos!
Soobin ordenou para Jimin e eu, mas eu mal pude ouvir o que ele disse, o zumbido se tornando cada vez mais agudo, cada vez mais fino e penetrante... como se estivesse queimando meu cérebro por dentro. E mesmo assim, eu não conseguia me importar com a dor, tudo o que eu conseguia ver eram as mãozinhas pálidas — que conheço cada traço como os das minhas próprias mãos — derretendo e se afundando no piso da sala, pude captar os movimentos rápidos e quase imperceptíveis dos seus pulsos e depois... meus olhos se arregalaram ao sentir quando o chão abaixo das minhas botão começou a vibrar constantemente. Recuando um passo quando logo depois, a estrutura inteira desse andar começou a tremer perceptivelmente, como em um terremoto.
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Último Pecado | Jikook
FanfictionCometer um erro uma vez é normal, todo mundo erra. Cometer o mesmo erro duas vezes já é burrice ou falta de atenção, mas... cometer o mesmo erro insistentemente em todas as oportunidades que lhes for dadas... nesse caso, é amor. Após uma inexplicáve...