Capítulo 31 | Mais que sobreviventes

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Desculpem qualquer erro
Boa leitura!

[Minjung pov]

Até que ponto alguém é capaz de ir por amor? O quanto seria capaz de sacrificar? O quanto seria capaz de abrir mão pelo outro?

Simplesmente não conseguimos responder, porque, afinal, o amor não tem limites.

Nunca houve uma escolha para mim, a vida dela sempre esteve sob a mira do cano de uma arma e se eu tropeçasse...

Nunca tive escolha, eu tinha que fazer tudo o que eles mandavam, todo o serviço sujo, todo aquele teatro nojento, toda aquela merda. Eu tive que mentir, tive que mentir para ela, tive que enganá-la por toda a vida, sobre quem sou, sobre quem eles eram e sobre toda a merda por trás daquela fachada de família.

Nunca houve escolha para mim, tive que aceitar esse roteiro e insenar o personagem, tive que fingir ser sua irmã mais velha, ambiciosa e focada... ou o dedo no gatilho dispararia aquela bala.

Ingenuamente, acreditei que depois que me livrasse daqueles monstros, eu poderia nos libertar, mas… nada mudou. As mentiras nos consumiu… não consigo mais parar de fingir.  

Perturbada com meus próprios pensamentos, eu abri os olhos rapidamente, lutando para me desfazer deles.

Não consigo dormir à tarde. Me sentia exausta e com o corpo um pouco dolorido, mas não importava o quanto eu tentasse, não havia sono.

Na cama de cima do beliche, desde que Jimin saiu do trailer, eu me remexia sem sossego até que não pude suportar mais ficar ali. Com um suspiro derrotado, acabei descendo.

O suspiro suave e profundo de Rosé, era o único som no cômodo. Ao contrário de mim, ela dormia profundamente na cama de baixo. O rosto sereno e suave como se estivesse tendo lindos sonhos, as longas mechas ruivas espalhadas pelo travesseiro, a cor vibrante e brilhante se destacando nos panos brancos.

Meu olhar se prendeu facilmente na imagem, só então, sentindo meu ser se aquietar um pouco mais.

Sem fazer barulho, eu apenas me permiti sentar ali, à beira de sua cama. Perdida nos meus próprios pensamentos, na imagem do rosto delicado adormecido... não percebi o tempo passar.

Estava admirada com o brilho da vitalidade voltando a iluminar aquele rosto tão lindo. A pele impressionantemente pálida já não era mais marcada pelas manchas escuras de cansaço, em apenas dois dias, as melhoras já eram tão evidentes. Aos poucos, aquele vigor da vitalidade voltava a iluminar a pele suave, a cor já começando a pigmentar suas bochechas e os lábios cheios.

Aos poucos, ela voltava a ser aquela coisinha linda, a mesma garota radiante de antes.

Suspirando profundamente, o sorrisinho bobo foi inevitável diante o rosto tão adorável, os olhos suavemente fechados, os longos cílios, um tom mais escuro que seus cabelos, tocando levemente a pele fina abaixo dos olhos... erguendo a mão, não consegui resistir a tocar a pele clarinha e macia da bochecha, temendo inicialmente ainda encontrar o calor febril, mas sua temperatura também parecia normal outra vez. Deixei a pontinha dos meus dedos escorregarem pelo contorno delicado do rosto, em um carinho suave, mas que logo o interrompi, me afastando dela e a deixando descansar em paz, enquanto eu continuava ali, completamente perdida nos problemas do mundo real.

"... é como se... como se eu tivesse morrido naquele posto médico nojento e acordado no paraíso." — eu ainda podia ouvir sua voz soar em meus pensamentos. "Aqui é tão lindo... parece um sonho!"

Último Pecado | JikookOnde histórias criam vida. Descubra agora