Capítulo 28 | Arriscar

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Desculpem qualquer erro
Boa leitura!

[Minjung pov]

Talvez, eu esteja fazendo a maior burrice da minha vida. Talvez isso possa ser facilmente uma armadinha e... sinceramente, eu sempre preferi as coisas como estavam. Neste mundo contaminado e morto, eu preferia quando ainda éramos apenas, Haru, Rosé e eu. Eu sei que isso soa como ingratidão já que Jackson foi uma grande ajuda desde o dia que o encontramos, mas eu nunca fui de confiar em ninguém e sempre fui mais do que capaz de cuidar de nós três, mas as coisas não são mais como antes. Rosé está doente, não importa o quanto eu possa me virar bem nesse novo mundo onde tudo é questão de sobrevivência... ela nunca vai conseguir se adaptar a isso.

Rosé é o ser mais sensível e frágil desse mundo, a minha jóia mais preciosa, um anjo e anjos não podem viver entre demônios.

Não importa o que eu faça, não importa o quanto eu a proteja e cuide dela, por mais que eu queira, não há como eu ser forte por ela. Ela é só uma garotinha de 17 anos e isso... viver lutando, se escondendo, caçando, matando para garantir mais alguns dias vivo... isso não é para ela, ela não pode suportar uma vida assim por muito mais tempo e saber disso foi o que me fez engolir o meu orgulho agora, foi o que me levou a arriscar e desejar com todas as minhas forças que isso não fosse uma armadilha ou algo assim.

Eu optei por confiar na palavra de Jackson de que ele realmente conhecia essas pessoas e que eles são confiáveis.

Eu não tinha mais força alguma para lutar, sequer consigo lembrar agora qual foi a última vez que eu comi alguma coisa. Eu podia sentir a energia se dissipando aos poucos do meu corpo, fazendo todos os meus movimentos custarem tanto de mim. Na verdade, eu sequer sabia se conseguiria voltar todos aqueles quilômetros andando ou até mesmo dirigindo até o posto de saúde abandonado onde Rosé estava.

Mas, é justamente em um estado debilitado como esse que algo completamente contraditório acontece com o nosso corpo... é nesses últimos instantes de energia que nos tornamos capazes de fazer qualquer coisa para sobreviver.

É um dos instintos mais primitivos onde a determinação é convertida em força. E nada mais nos intimida. Se qualquer um deles só tentasse encostar um único dedo em Rosé... essa seria a última coisa que fariam. Então, eu continuei desejando que eles estivessem sendo sinceros, pois eu não gosto muito da ideia de matar outros humanos, mas não hesitaria em fazê-lo...

Assim como não hesitei da última vez.

E, para ser realista, uma ajuda parecia algo tão surreal de se acreditar, assim como aquele lugar seguro que eles estavam descrevendo com tanta empolgação desde o momento que aceitei entrar no jipe, mas eu não pude deixar de notar... eles estavam limpos, as roupas pareciam ser boas e eles pareciam fortes, nutridos e saudáveis demais para essa nova realidade.

Ar puro, água limpa e abrigo... ou esse lugar é o paraíso ou o fim definitivo de todo esse inferno. Mas não deveria ser mentira.

- Ei... você é mesmo uma Park? - o moleque... perguntou enquanto se virava no banco do carona para olhar para mim. Seus olhos grandes e curiosos, tão verdes como nunca vi antes, vencendo um pouco mais a timidez a cada instante. Era difícil não ficar chocada com o quão ele parecia saudável. A pele clarinha e luminosa, a cor da vida presente no rosado das bochechas gordinhas. Ele era realmente muito pequeno para a idade que dizia ter, mas a vitalidade quase irradiava do garoto e isso fez o meu coração se estilhaçar no peito, pois... um dia, Rosé foi exatamente assim, tão radiante quanto ele, mas hoje... o cinza do mundo apagou o seu brilho. Engolindo em seco, acabei respondendo sua pergunta com uma confirmação silenciosa e um sorriso brilhante se abriu no rosto adorável do menino. - Que coincidência! O namorado do Jungkook também é um Park, sabia?

Último Pecado | JikookWhere stories live. Discover now