22. Fase II - Ikigai

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Notas da autora: Você encontra o significado das palavras marcadas com asterisco (*), assim como de todos os sufixos usados (ex: -dono, -sama) em Glossário & Honoríficos.

Ikigai: é um termo que descreve sua motivação para viver ou a "força motriz" que motiva alguém a cumprir objetivos.


Curiosidades (hoje vai ser aqui em cima para TOTAL compreensão do capítulo):

Kabuki: O kabuki é um teatro tradicional japonês datado do século 17 que é conhecido por suas danças, figurinos, maquiagem e músicas extravagantes. Originalmente, homens e mulheres atuavam em conjunto, no entanto, com a Era Tokugawa, os samurais (por serem muito conservadores) começaram a relacionar as atrizes de Kabuki com a prostituição e libertinagem, visto que levavam um estilo de vida muito moderno para sua época, namorando vários homens e dançando sensualmente em cima do palco. Em 1629, elas foram proibidas de trabalhar nessa arte e os homens tiveram que começar a interpretar papéis femininos desde então.

Aos poucos, o kabuki foi perdendo a atenção do público até quase desaparecer. Somente na Era Meiji, quando o Imperador Meiji participou de um espetáculo preparado especialmente para ele, que essa arte voltou a ser considerada tão importante que hoje em dia é considerado um patrimônio cultural da humanidade. 

Kawatake Mokuami (1816-1893): Foi considerado o melhor dramaturgo de kabuki de todos os tempos, responsável por 150 peças do estilo e foi o primeiro a introduzir histórias ocidentais (como Romeu e Julieta) no teatro oriental.

 Onoe Kikugorō (1844 –1903): Foi considerado um dos três maiores atores de kabuki de todos os tempos, mas o único que conseguia interpretar qualquer tipo de papel, incluindo mulheres. Ele também chegou a interpretar um papel no primeiro filme japonês da história.

As referências estéticas do kabuki, do festival e até da maquiagem e roupa que a Sakura vai usar, vocês encontram lá no pinterest da fic (link na minha bio)!


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Tóquio, Distrito de Yoshiwara – 24 de julho de 1877

Ano 10 da Era Meiji


Em comemoração ao rápido avanço econômico e social do país, o Imperador Meiji decretou que um Akimatsuri – um Festival de Outono – fosse produzido em Tóquio, no fim do mês de setembro, com o intuito de exibir as extravagâncias da capital aos turistas estrangeiros.

A repentina notícia agitou o hanamachi de tal forma que as escolas de dança precisavam trabalhar em um ritmo quase industrial para atender aos okiyas intimados a participar dos eventos. Consequentemente, fornecedores e profissionais envolvidos nas preparações de gueixas e maikos triplicaram os preços de seus serviços e tornara-se praticamente impossível encontrar um especialista com agenda vazia.

Em Lótus Celeste, a expectativa era quase sufocante.

Diretamente relacionadas ao nome do general, a obrigação de serem – no mínimo – perfeitas pesava no ombro de cada uma daquelas meninas e mulheres, sobretudo na herdeira. Isso porque, junto do comunicado imperial ao hanamachi, uma carta selada com o emblema do crisântemo dourado chegara ao okiya, ordenando que Yaeko Sakura se apresentasse no palco principal, diante dos membros da corte e do próprio Imperador.

Kurushimi - A Gueixa e o Samurai (SENDO TRANSFORMADA EM LIVRO)Where stories live. Discover now