47. Fase III - Kizuna

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Kizuna: Laços indestrutíveis de amor/amizade entre duas pessoas, capaz de perdurar mesmo após tragédias e separações.

Importante nota inicial: meus pudinzinhos, vocês surtaram tanto no último capítulo com aquela informação que não se atentaram ao detalhe do laço matrimonial entre o sasuke e a sakura naquela "árvore genealógica" estar riscado significando que havia sido anulado.

"Ah autora, sua vagabunda, isso quer dizer que eles não estão mais casados?" -
não! isso quer dizer que eles são, sim, casados por um contrato que existe entre as duas famílias, mas apenas enquanto o Itachi ficar vivo (lembra que seria ele a ficar responsável pelo casamento do irmão? uma espécie de "padrinho"?). No entanto, isso só a gente sabe e ele fez de propósito para ela não saber. 

Lembrando aqui que tudo o que ocorreu pré-era meiji e que envolvia os samurais teoricamente não é mais válido, até porque os dois eram crianças, nunca consumaram (nheconheconatabaca) o casamento e então, se ela aceitar ficar com o Orochimaru, não existe cartório pra impedir isso de acontecer.

Claro, isso apenas se o Itachi não falar nada e deixar rolar.

Boa leitura! E bota um All I Ask da Adele pra tocar na segunda parte, hihi.


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Tóquio – 29 de novembro de 1877

Ano 10 da Era Meiji


O senhor Ueno inclinou-se sobre a mesa e ajustou seus óculos redondos de leitura.

Em seu ateliê, um largo tampo de carvalho estendia-se de uma parede a outra, cheio de tecidos, agulhas de costura e fitas que transbordavam e roçavam no chão, um espetáculo de sedas, algodão e cetim. Aos fundos, se era possível escutar as assistentes cochicharem entre si, atarefadas em arrumar as vestes encomendadas em elegantes caixas brancas; vez ou outra, lançavam olhares suspeitos aos dois rapazes que acompanhavam o patrão, mas não ousaram dizer nada.

Era o fim do entardecer quando os dois kyodai ali chegaram.

Durante todos aqueles dias, investigaram e recolheram pistas dos avistamentos dos Murata, sem muito sucesso, ao menos, nada tão promissor quanto ao que encontraram no bordel em Toshima. Exaustos de andar por toda cidade, se alimentar com péssimas refeições e frequentar hospedarias baratas que não ofereciam nada além de futons tão finos que machucavam as costas, ambos – pela primeira vez – concordaram que era hora de desistir e visitá-lo.

Uchiha Sasuke estava em pé ao lado da mesa, esperando que o velho pronunciasse qualquer coisa. Impaciente, com os braços cruzados e o semblante contorcido, tinha os olhos voltados ao companheiro que parecia estar confortável demais na luxuosa residência, esparramado na poltrona elegante de veludo, com os pés em cima da mesa de costura e o nariz enterrado nas cartas que Ichi havia mandado para aquele endereço no começo da semana.

Hm... — Ueno refletiu enquanto observava uma delas — Kyoto, é? Ouvi boatos de que eles estavam em Osaka. Bem, mas se considerarmos que são quatro irmãos... É possível que estejam espalhados em todos os lugares. — Ergueu os olhos para o ronin e ofertou-lhe um sorriso gentil. — Por que não se senta um pouco, filho? Ficará cansado.

Sasuke negou a oferta, meneando a cabeça. Não pretendia ficar ali muito mais que o necessário, sentia que cada segundo quieto abria brechas para um ataque repentino vindo de algum lado.

— Eu ficarei feliz em ajudar, como sempre — Ueno concluiu, devolvendo-lhe o papel — De fato, vocês vieram falar comigo na hora certa. Irei para Kyoto em dois dias e preciso mesmo de ajuda com algumas coisas.

Kurushimi - A Gueixa e o Samurai (SENDO TRANSFORMADA EM LIVRO)Where stories live. Discover now