Kurushimi - A Gueixa e o Samurai (SENDO TRANSFORMADA EM LIVRO)

45. Fase III - Nikushimi no Monogatari II

Nikushimi no Monogatari: Um conto de ódio. 

Aviso 1: A partir deste capítulo, você pode começar a ler a versão alternativa de Kurushimi que está disponível no meu perfil. A versão aborda um mundo onde a Era Meiji não aconteceu e a Sakura e o Sasuke acabaram se casando.

Aviso 2: Se você é leitor antigo e não releu o capítulo 2 após eu ter reescrito e acrescentado mais detalhes, talvez seja uma boa ideia para ter uma imersão mais completa e ligar alguns pontos com os acontecimentos que serão mostrados aqui. Se não quiser, não se preocupe porque não altera sua experiência.

Aviso 3: Soube que o wattpad está apresentando um problema onde o capítulo parece ter terminado, mas na verdade está na metade e o leitor acaba não lendo ele completo. Ao terminar sua leitura, dê uma conferida se você realmente acabou, eu vou colocar aquele símbolo do clã Uchiha com cerejeiras para indicar o término.

Aviso 4: Como sempre, nas notas finais terão algumas curiosidades históricas sobre o capítulo. Lembrando que é sempre bom avisar que mostrar o passado dos personagens não é justificar suas ações futuras ou passar pano para atitudes tóxicas deles, apenas desenvolvê-lo para enriquecer a fic :) 

Boa leitura!

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Noda, Província de Uchiha – 5 de abril de 1862

Era Tokugawa, 6 anos antes da invasão

Era primavera em Noda.

A estação transformava a paisagem em um espetáculo particular de cores, como se a natureza deliberadamente agisse para diluir a melancolia do inverno que terminara. Por todo território, as copas das árvores ganhavam intensos tons de verde que acimavam o mar de tulipas amarelas, lilases violetas, lírios laranjas como o pôr-do-sol e arbustos onde pequeninas flores brancas brotavam aos montes, estendendo-se até onde a vista alcançava.

Havia acabado de amanhecer quando a cavalaria partiu rumo à uma pequena vila de camponeses localizada ao sul da província. Um vento morno com cheiro doce soprava as bandeiras ornamentadas com o grandioso emblema do clã Uchiha: o leque vermelho e branco sobre o tecido escuro. Ao todo, a pequena tropa era composta de trinta homens montados em velozes corcéis, armados com longos arcos samurais – yumi – e a tradicional dupla de espadas cujas saya eram tão negras quanto seus cabelos e olhos.

Na madrugada daquele mesmo dia, um mensageiro da pequena vila reportou um problema de furto simples de solucionar, bastando ao líder que enviasse apenas um único homem para o serviço. Entretanto, Uchiha Fugaku enxergou a situação como uma oportunidade de testar as habilidades de seu primogênito e, assim sendo, ordenou que alguns de seus guerreiros o acompanhasse e garantissem sua proteção.

Acima de seus cavalos, eles mantinham os olhos atentos às colinas que circundavam o vilarejo e às árvores altas ao redor, os polegares roçando na bainha de suas espadas e nas flechas dentro das aljavas em suas costas, prontos para reagir ao primeiro sinal de perigo.

Enquanto preocupavam-se com sua segurança, Uchiha Itachi escutava as lamentações do camponês à sua frente com uma extraordinária preocupação, dando tamanha importância a um problema que a qualquer outro seria dispensável que sequer parecia ter apenas oito anos – nove, ao fim daquela primavera. Não, aquele que observasse sua compostura pela primeira vez, teria a estranha impressão de tratar-se de um adulto experiente preso dentro do corpo de um mero rapazinho.