29. Fase II - Fuminshō

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Fuminshō: insônia

Aviso 1: eu sinto muito a todos os homens que são meus leitores, mas essa fanfic é imunda e rampeira, tal qual a autora. Não desistam de mim.

Aviso 2: vocês, leitoras imundas, parem de pular capítulo pra ler putaria que depois não vão entender NADA do que tá rolando lá na frente, viu? hun.

Aviso 3: esse capítulo contém cenas impróprias para os menores de  idade, não deixa a sua mãe ver.

Boa leitura, amo vocês <3 

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Tóquio, Distrito de Yoshiwara – 16 de agosto de 1877

Ano 10 da Era Meiji


Era precisamente meia-noite quando Uchiha Sasuke desistiu de batalhar contra a insônia. Fora impossível a ele constatar as horas, pois o quartel da ninkyō dantai estava sempre toldado por uma escuridão proveniente de corredores sem janelas. A única compreensão que possuía naquele momento era a de que necessitava dormir, pois mantivera o corpo no limiar da fadiga por um tempo longo demais.

Outra noite tórrida de verão sucedia-se, quente e sufocante se comparada ao frescor da floresta em que morava, dificultando a tarefa de adormecer em Yoshiwara. Acaso dependesse inteiramente de sua vontade, teria retornado para casa e usufruiria do silêncio campestre para, enfim, ser embalado em um repouso gratificante.

Mas não possuía tal direito. Não quando em poucas horas teria que justificar sua rebeldia aos membros da alta hierarquia da organização.

Contrariado, sentou-se no futon e foi imediatamente atingido por uma intensa dor de cabeça. Suor escorria por seu tronco nu, deslizando pelas linhas definidas de suas costas e colando seus cabelos à testa, nuca e no princípio dos ombros. Percorreu os dedos entre as madeixas negras para afastá-las do rosto e bocejou, sentindo o sono insistente convidá-lo para retornar para cama.

Ah, se ao menos fosse tão simples!

Seus olhos perderam-se em algum lugar do quarto mergulhado na escuridão, enquanto uma parte ínfima e preservada de sua racionalidade arquitetava uma solução para eliminar aquele incômodo de uma vez por todas. Talvez devesse ir até o lavatório e tomar um segundo banho, mais demorado e quente que o anterior. Também poderia recorrer às caminhadas noturnas herdadas do mestre, perambulando ao redor daquele casarão até que o tédio sobressaísse à inquietude e não lhe restasse alternativas além de sucumbir ao sono.

Ou poderia engolir a porra do orgulho e assumir que nada daquilo estava relacionado a um fator externo, mas aos seus instintos primitivos e naturais de homem que, ao longo de dezenove anos, tentou reprimir arduamente, temendo que ao aceitá-los e satisfazê-los, tornar-se-ia apenas mais um.

Querendo ou não, aquela insônia irritante tinha nome, aparência, cheiro e personalidade:

Sakura.

E ao contrário das vezes em que sua existência o impedira de descansar apropriadamente, aquela não era relacionada a uma ingrata reflexão sobre os sentimentos que nutria por ela ou uma preocupação com seu bem-estar. Era algo meramente físico que fazia sua mente trilhar até ela com uma insistência doentia.

Kurushimi - A Gueixa e o Samurai (SENDO TRANSFORMADA EM LIVRO)Where stories live. Discover now