27. Fase II - Nikushimi no Monogatari I

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Nikushimi no Monogatari: Um Conto de Ódio
Crédito de tradução do título: Gabrielle Torraca.

Notas da autora:

- Você encontra o significado das palavras marcadas com asterisco (*), assim como de todos os sufixos usados (ex: -dono, -sama) em Glossário & Honoríficos.

-
Não esqueçam de deixar seus votinhos nos capítulos lidos, eles me ajudam muito a saber que vocês estão gostando e me incentivam a atualizar sempre <3 

- Importante: Quando o capítulo vier acompanhado de " I " significa que haverão mais partes que poderão aparecer em outro momento futuro ou em sequência. No caso deste, a segunda e a terceira parte só virão mais para frente. 

- TW (trigger warning): esse capítulo contém cenas de estupro, embora tenham sido cautelosamente escritas para não ofender ou romantizar tal crime, tampouco com a intenção glorificar e feito da forma mais "suave" possível para não causar nenhum choque, peço para que, aqueles que se sentirem engatilhados com tal situação, leiam com o devido cuidado. 

Boa leitura!


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Shimotsuma-han, Província de Hitachi – 1 de novembro de 1860

Era Tokugawa, 8 anos antes da invasão



O chão de terra tremeu.

Sob o crepúsculo púrpura, as armaduras negras e carmesim afiguraram-se como os demônios da crença xintoísta, indubitavelmente mais aterrorizantes do que a imaginação do povo comum seria capaz de caracterizar. Carregadas por corcéis de pelo escuro, as bandeiras brandiam a cada galope, fazendo oscilar os emblemas distintos de ambos os clãs:

O leque branco e vermelho.

A argola perolada.

Uchiha e Haruno.

Acima das colinas, a cavalaria vislumbrou o feudo de Inoue Masakane, senhor do Domínio de Shimotsuma e um árduo crítico ao xogum Tokugawa. Aquela cidade, cercada por uma imensa muralha edificada por troncos sobrepostos, era responsável por guarnecer suprimentos ao castelo da família Inoue e, como tradição em tempos de guerra, nada era mais eficiente para desestruturar o poder de um senhor feudal do que devastar suas terras – um castigo à altura de sua rebeldia ao supremo líder militar do país.

Em uma velocidade sobrenatural, os samurais desceram as montanhas, fazendo a relva romper ante ao agressivo trotar de seus cavalo. Acima da muralha, os ashigaru* sentiram o chão sob seus pés estremecer, curvando-se no parapeito para identificar o que ocorria. E, ao notarem os emblemas dos reconhecidos clãs, sentiram os corações interromperem uma batida, colocando-se a correr o mais rápido que puderam.

Com seus semblantes queimados de sol tomados por pânico, um legítimo medo da morte dominando cada um de seus sentidos, eles soaram as cornetas, dando o sinal de alerta:

Uchiha! — vociferaram — Haruno!

Uniformizados com chapéus cônicos de metal e peitoral de couro laqueado por ferro, a infantaria de Masakane desceu dos muros e ergueu uma sucessão de barricadas diante dos portões, posicionando-se atrás das barreiras de madeira e elevando lanças de lâminas delgadas para derrubá-los de seus cavalos, a fim de ganharem tempo para que a população pudesse escapar.

Kurushimi - A Gueixa e o Samurai (SENDO TRANSFORMADA EM LIVRO)Where stories live. Discover now