33. Fase II - Akimatsuri II

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Aviso: esse capítulo contém  cenas de putaria e eu aviso só por avisar, porque eu sei que vocês gostam.

Boa leitura!

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Uchiha Sasuke estava contrariado.

E somente quando a intensidade da batida de seus pés nas pedras do jardim sobressaiu-se aos tambores do Kabuki que fora capaz de dar-se conta daquilo. Ante à própria impaciência, simplesmente não conseguiu manter-se imóvel por muito tempo e se dependesse inteiramente de sua escolha, teria saído dali e caminhado sem rumo até que a cabeça esfriasse.

Em qualquer situação, o ronin evitaria envolver-se emocionalmente, pois sempre seria a decisão mais razoável e ponderada a se tomar. Tentava, por exemplo, não deixar que as provocações de Kenzo prejudicassem sua qualidade de trabalho ou que discordar sobre a maioria das missões dadas por Ichi afetassem seu desempenho. E sendo o homem pragmático que era, havia tentado seguir por aquele mesmo caminho: distanciar-se e ignorar.

Mas para sua miséria, não era tão fácil assim ser indiferente ao comportamento de Sakura, porque se fosse honesto consigo mesmo, isso nunca aconteceu antes. Desde que era apenas um menino e pousara os olhos nela a primeira vez parecia ter sido capturado, enjaulado, marcado a ferro quente para nunca escapar de seu feitiço.

Agora que era um homem e ela uma mulher a situação havia escalado a um nível irremediável. Insuportável. Intragável. Os minutos se passavam, longos e dolorosos, e sua raiva ainda estava ali, vívida demais, não dando qualquer sinal de que pretendia desaparecer tão cedo. E por que deveria? As atitudes dela acima daquele palco eram justificativa o suficiente para que aquele sentimento perdurasse por dias a fim.

Se ela queria ser tocada por outro homem, não faria nada para impedi-la. Não era como se ela houvesse mencionado algo sobre exclusividade, aliás, até onde se recordava, nenhuma promessa fora selada entre eles. Ora, mas se ela havia exigido que Sasuke assumisse seus sentimentos antes de tocá-la, teria feito o mesmo com aquele outro sujeito?

Se tivesse, que poderia ele fazer? E se nada pudesse fazer, por que diabos estava insistindo em pensar sobre aquilo? Não era como se tivesse qualquer direito de exigir que ela parasse com aquilo. Ah, mas...

Mas.

Mas.... Argh. Em algum lugar secreto dentro de si havia sempre aquele sentimento insolente de posse que sobressaia-se a qualquer outro, vendo-a como sua Sakura. Sua. Não pretendendo dividi-la com mais ninguém.

Talvez estivesse exagerando e tudo aquilo não passasse de uma bela interpretação da parte dela, quiçá sequer tinha culpa de estar sendo tocada, levantada e girada, fazendo apenas o que lhe ordenavam para seu próprio bem-estar. Quanto a isso, Sasuke compreendia melhor do que ninguém, ele próprio estava ali contra sua vontade, cuidando de um velho ao invés de estar em ação, atrás de Itachi, quebrando a cara de alguém.

Mas sua expressão não era provinda de atuação alguma, não importava o que lhe dissessem. Havia uma grande diferença entre sorrir, tocar em alguém, dançar e aquilo. Aquela cara de safada não surgia de uma hora para outra, não era simples assim de se interpretar, sabia disso porque tivera o privilégio de assistir à transição da Sakura que provocava para uma Sakura provocada. Havia uma grande distinção entre elas, assim como havia entre a mulher de sua imaginação e a da vida real.

Apenas alguns minutos e tudo terminaria. Era a isso que se agarrava. Logo a peça chegaria ao fim e poderia sair daquele inferno de lugar e esquecer-se de absolutamente tudo o que vira naquele dia. Esperava que um exército inteiro de Murata o estivesse aguardando, que lhe colocassem na linha da frente para descontar aquela raiva acumulada: deles, de seu trabalho e daquela palhaçada.

Kurushimi - A Gueixa e o Samurai (SENDO TRANSFORMADA EM LIVRO)Where stories live. Discover now