A Tentativa Final

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- Carlos? Acorde! – seu amigo Miguel o sacudia para chamar sua atenção.

- Oi! – ele parecia ter acordado de um sonho. Sem entender muito, olhou para o lado e avistou seu amigo lhe apontando um livro em sua direção.

- É sua hora de revisar a leitura! – eles estavam na sala de aula.

- Me desculpe, estou meio distraído...

- O que te distrai?

Carlos passara todos os dias desde o jantar na casa de seus pais, pensando sobre a garota que lhe fora apresentada: Fernanda. Era encantadora, muito educada, simpática e de uma beleza incomparável. Algumas semanas depois e ele havia se arrependido de não lhe haver pedido seu número de telefone.

- Uma discussão com meu pai, nada demais – Carlos preferia mentir do que precisar explicar que estava apaixonado por uma garota que vira apenas uma vez na vida.

- Vamos à cafeteria – seu amigo agora fechava o livro – Quem sabe com um café, você acorde.


Eles caminhavam pelos corredores da faculdade em direção à cafeteria, no meio de muitos alunos apressados e atarefados, quando ao cruzar um dos corredores, Carlos esbarrou em um dos alunos, derrubando todos os seus livros ao chão.

- Moleque, você não olha por onde anda? Seu inútil...

- Fernanda?

- Carlos?

Seus olhares se encontraram e a expressão de Fernanda mudou. Ele rapidamente pôs-se a ajudá-la a recolher seus livros. Estava tão nervoso que acabou mais atrapalhando do que ajudando.

- Me desculpe...

- Não se preocupe – ela continuava recolhendo os livros.

- Uau, que coincidência incrível! – ele disse, enquanto a admirava.

- Sério? – ela não parecia muito impressionada – Por que?

- Eu... Não sabia que você estudava aqui...

- Sim, já estou há dois anos no curso de publicidade... Você é de medicina, não é?

- Carlos – Miguel interrompera – Vou deixar você com sua amiga, preciso ir à cafeteria.

- Não, não se preocupe – disse Fernanda – estou com pressa, preciso mesmo ir nessa. Foi um prazer te rever, Carlos!

Ela já caminhava em direção à saída, quando Miguel vociferou:

- Moça, espere! Será que você pode passar seu número para o meu amigo?

Fernanda sorriu e tirou um cartão de sua bolsa. Entregou a Miguel e respondeu:

- Quem sabe da próxima vez, ele mesmo possa me pedir? – ela virou-se em direção à saída e desapareceu.

- Discussão com seu pai, hein? – disse Miguel, entregando o cartão ao amigo – Estou vendo que tipo de coisa anda te distraindo...

- Obrigado! – Carlos pegou o cartão timidamente e sorriu – Finalmente consegui o número dela!

- Espero que agora a chame para sair, ou será que vou ter que fazer isso por você também?

Eles sentaram-se à mesa da cafeteria e continuaram conversando.




O Dr. Cárdenas estava sentado em seu consultório quando escutou um barulho na recepção. Rapidamente, abriu a porta de sua sala e deparou-se com Fernanda em frente à mesa onde costumava trabalhar, recolhendo suas coisas.

Rubi - O RetornoWhere stories live. Discover now