Rubi - O Retorno

Eu me Entrego a Você

- É impressão minha ou você não me parece muito feliz? - perguntou Daniel para o amigo Miguel, enquanto acertava uma das bolas de sinuca no buraco da mesa.

- Por que diz isso? - Ele deu um gole na cerveja e se adiantou para fazer a sua jogada na mesa.

- Sei lá, achei que ficaria mais animado aqui com a sua namorada.

- Ela não é minha namorada - disse, olhando de relance para Tânia.

- Então tá bom - o amigo fez sua jogada e não disse mais nada.

- É que acho que ela está muito emocionada - desabafou - Mal começamos a sair e ela já quer assumir um compromisso sério.

- Mulheres são assim mesmo - ele foi ao lado do amigo - Quando vêem um bonitão assim, não perdem tempo - ele bagunçou carinhosamente o cabelo do amigo, que sorriu - Já querem logo o prender.

- Sim, eu entendo isso, mas não gosto de fazer as coisas de forma precipitada.

- Poxa, que pena.

- Por que?

- Eu tinha preparado uma surpresa pra vocês no quarto de hóspedes.

- Ah, é? Que tipo de surpresa? - o amigo sorria, curioso.

- Pedi para a empregada encher a banheira de hidromassagem e colocar algumas pétalas na cama, sabe como é.

- Uau, você está mesmo inspirado, hein - o amigo começou a cutucá-lo carinhosamente - De onde tirou essa ideia?

- Na verdade, fiz o mesmo para a Fernanda.

Miguel se calou por alguns segundos e voltou a jogar.

- Fez uma surpresa pra ela? - perguntou em seu tom mais calmo e de forma mais despretensiosa que conseguiu.

- Sim. Hoje teremos nossa primeira noite juntos!

Miguel continuou em silêncio. Acertou a bola com mais força do que pretendia e acabou estourando uma das garrafas de cerveja na bancada.

- Desculpa, acho que estou ficando embriagado - usou isso como desculpa e se retirou do local.

Ele caminhou até o banheiro da piscina, lavou o rosto e apoiou as mãos em volta da pia. Se olhou no espelho e começou a se perguntar: "Quando foi que você deixou essa garota se tornar um problema?"
Naquele momento, ele só tinha certeza de duas coisas: a primeira é que aquela mulher era proibida para ele, e a segunda, é que não conseguiria deixar de pensar nela tão cedo.

Todos já haviam se recolhido para seus devidos quartos na mansão dos Valencia. Fernanda se encontrava no banheiro da suíte do filho mais velho da casa. O banheiro mais parecia uma mansão: era composto por uma pia gigantesca com gabinete renascentista, um enorme espelho que ficava de frente para a porta e acima do gabinete, uma banheira de hidromassagem e uma ducha com box. Tinha tanto espaço que era possível colocar uma cama ali dentro e morar ali mesmo.

Ela se encontrava de lingerie vermelha, toda rendada e um scarpin vermelho de veludo. Seus dois braços estavam apoiados no gabinete e ela estava virada de frente para o espelho, criando coragem para o que viria a seguir. Não é que ela estivesse com medo, mas não sabia o que esperar. A porta do banheiro se abriu e ela pode ver através do espelho, a sombra de Daniel se aproximar: era realmente muito atraente. Seu corpo parecia esculpido por algum deus grego. Seus cabelos castanhos e franja comprida davam um ar charmoso em sua feição. Ele trajava apenas uma cueca boxer preta e ela conseguia sentir o corpo dele emanar calor mesmo de longe.