A Mansão dos Valência

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- Como se sente? – perguntou Daniel, admirando a bela mulher a sua frente, sentada na cama de um de seus quartos de hóspedes na mansão dos Valência. Uma das empregadas ajustava a almofada em suas costas.

- Ai, tenha cuidado com o meu cabelo! – vociferou zangada para a empregada, que se desculpou prontamente – Como é que você acha que me sinto? – ela agora respondia para o primogênito da família Valência – Inútil, sem poder andar, é assim que me sinto!

- Bom, não posso te prometer que vai voltar a andar de um dia para o outro, mas deixarei todos os meus empregados à sua disposição, e de seu amigo Loreto, é claro – disse ao olhar de relance para o amigo de Fernanda, que se encontrava sentado à beira da cama enquanto massageava um dos pés de sua amiga, sem esconder sua expressão preocupada.

- Primor, o médico disse que em três meses no máximo, você já estará andando novamente!

- Daniel, pode me deixar a sós com meu amigo, por favor?

- É claro – respondeu, se retirando dos aposentos junto da empregada – Se precisar de algo, não hesite em pedir! – a porta se fechou.

- Loreto, eu não tenho três meses! – sua voz soava preocupada – Carlos começou a se envolver com a Maria, e se eu quiser impedir que esse rolo ridículo se torne algo sério, preciso estar bem, andando com minhas próprias pernas!

- Fernanda – ele dizia, enquanto se encarregava de abrir a mala da amiga e guardar seus pertences no guarda roupa embutido do quarto – quanto a isso, meu amor, não há nada que se possa fazer. Mas pensando por outro lado, você agora tem uma enorme vantagem!

- O que quer dizer com isso?

- O que eu quero dizer, fofinha – ele dizia enquanto colocava o celular de Fernanda para carregar – é que você agora está hospedada na mansão onde tudo acontece. Não precisa mais correr atrás do Carlos, afinal de contas, ele vive aqui, não é mesmo? Se a montanha não vai à Maomé...

- Maomé vai até a montanha – ela sorriu e arqueou uma das sobrancelhas, como sempre fazia quando bolava um plano.





- Pai, podemos conversar?

- O Dr. Cárdenas fechou o livro e apagou o seu charuto. Se encontrava em sua sala de estar, despretensioso.

- É claro, Carlinhos. O que houve?

- Pai, pensei sobre o que o senhor me falou, sabe, naquela nossa conversa sobre mulheres.

- E então?

- O senhor acha que talvez, alguém não seja seu amigo de verdade, mas sim esteja tentando tomar o que é seu?

- O que você quer dizer com isso, meu filho? – ele franziu a sobrancelha e projetou mais o seu corpo em direção ao filho, na intenção de escutá-lo melhor.

- As vezes sinto que o Miguel esteja tentando fazer a minha cabeça. Ele sempre me diz coisas horríveis sobre a mulher que gosto... ou gostava, eu não sei mais.

- Meu filho, eu vou te dizer uma coisa, e quero que você ouça com muita, muita atenção! – ele agora soava mais sério do que nunca – você nunca deve deixar mulher nenhuma destruir a sua relação com absolutamente ninguém! Você está me entendendo? – o filho acenou afirmativamente a cabeça – Ótimo!

- E se o problema não for ela? E se o problema for ele?

- Meu filho, quando você está com a mulher certa para você, esse tipo de problema nem existe, acredite em mim.

Rubi - O RetornoWhere stories live. Discover now