Pânico na Floresta

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- O que foi que você fez, primor? - Loreto olhava assustado para a amiga, com lágrimas nos olhos e uma expressão de incredibilidade.

- Loreto, eu não sei… Mas nós precisamos sair daqui agora!

Loreto estava estático no sofá de seu apartamento, ouvindo tudo o que Fernanda acabara de lhe contar sobre sua última conversa com Miguel.

- Primor, não há mais nada a ser feito!

- Loreto - ela estava desesperada - Nós precisamos desenterrar o corpo da minha tia! Se ele contar à polícia, nós vamos ser os principais suspeitos! 

- Primor… A uma hora dessas a polícia já deve estar lá! 

- Então nós temos que sair agora! Anda logo! Loreto, vamos!  

Ela o puxou pelo braço e ele ficou em pé, mal conseguindo se equilibrar. Foram até a garagem e pegaram o carro velho - um dos primeiros carros que o padrasto de Fernanda havia comprado - Era o mesmo carro que haviam usado para se livrar do corpo.

Loreto ia no banco do passageiro enquanto Fernanda dirigia em direção à floresta na estrada:

- E a carta? - Fernanda perguntava para um Loreto que tinha os olhos vidrados no horizonte, estático - Loreto! Onde está a maldita carta?

- Que carta? - Ele estava fora de si.

- A carta que foi encontrada com ela! A carta onde dizia que ela não voltaria a arruinar mais nenhuma família! Eu te entreguei, onde você colocou?

- Primor… Eu coloquei a carta no bolso dela! 

Ela freou o carro com tudo. Não podia acreditar no que seus ouvidos estavam escutando:

- Como é que é? Você colocou a carta junto com ela? 

- E-eu não sabia o que fazer! - ele estava aterrorizado.

- Loreto, aquela maldita carta tem as nossas digitais! A quem é que você acha que vão ligar as digitais quando encontrarem o corpo dela?

- Me desculpe…

- Peça desculpas quando estivermos apodrecendo na cadeia! 

Ela pisou no acelerador e ele se segurou. Após vinte minutos, estavam no meio de uma floresta abandonada. Eles entraram sorrateiramente, carregando juntos uma lona. 

- É mais por ali - afirmou Fernanda quando avistou uma árvore familiar. 

Eles andaram por mais alguns minutos, mas quando chegaram no local do corpo…

- Loreto, eles já vieram! 

O local estava todo demarcado por fitas e avisos de “cena de crime, não ultrapassar”. Fernanda e Loreto se entreolharam e não precisaram dizer uma palavra para saber que estavam sendo assombrados pelo mesmo pânico naquele momento. 

 

Rubi - O RetornoTahanan ng mga kuwento. Tumuklas ngayon