Churrasco Entre Amigos

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Fernanda estava mais deslumbrante do que nunca. Usava uma saia longa de renda preta e dourada, uma blusa curta preta com detalhes dourados em renda, um salto preto, uma bolsa pequena delicada e um colar e brincos dourados combinando com o look. Tinha seu cabelo cuidadosamente presos em um elegante coque alto e moderno. Ao entrar na festa, chamou imediatamente a atenção de todos do local.

Avistou alguns estudantes reunidos em volta da piscina, outros em volta da churrasqueira e algumas mesas ocupadas por garotas de biquini. Haviam muitas garotas na festa, e muitas delas estavam em volta de Daniel. Este, se encontrava em uma das cadeiras em volta da piscina, tomando um drinque e rindo com duas garotas.

- Que cena maravilhosa, Daniel – disse ela, caminhando triunfante em direção a ele.

Ele saltou da cadeira em um pulo e a olhou constrangido:

- Fernanda? O que você está fazendo aqui?

- Eu posso perguntar o mesmo para você. Quem são essas?

- Elas são apenas umas colegas da faculdade – as meninas estavam em um canto, rindo baixinho da situação.

- Posso saber o que tem de tão engraçado? – perguntou Fernanda, vendo que elas riam.

- Fernanda, vem cá – ele a conduziu para outro canto, mais afastado do centro da festa.

- Eu não te entendo – disse ele – Há meses saímos e você nunca me deu sinal de que quer algo. Ainda nem nos beijamos. Todos os dias praticamente, você vem aqui em casa, e agora que decido dar uma festa, você reclama? Percebe o quanto isso é contraditório?

- Não me interessa! – vociferou ela – Daniel, olhe bem pra mim. Você quer mesmo me comparar com essas mortas de fome que trouxe pra cá?

- Fernanda...

- Escute aqui! – ela vociferou, brava – Se nada rolou até agora, é porque sei muito bem do meu valor. E você também deve saber. Ou pensa que é fácil conquistar uma mulher como eu? Se está difícil demais pra você, ótimo! Fique com isso – ela apontou para as mulheres da festa – Mas se deseja ter ao seu lado uma mulher bonita, inteligente e elegante como eu, precisa fazer alguns sacrifícios!

- É claro que sei do seu valor... Fernanda, como posso fazer pra que nosso relacionamento avance?

Mas ela não respondeu. Seus pensamentos foram bloqueados pela visão de Maria aos beijos com Carlos. Ela sentiu o sangue lhe subir a cabeça e nessa hora, pensou que todo o plano iria por água abaixo. Ao terminarem de se beijar, Carlos virou-se em direção a ela. Seus olhos se encontraram, e no mesmo instante, Fernanda, sem pensar, beijou Daniel.

- Uau! – ele exclamou! – Sério, uau! Isso foi incrível! – ele estava mais feliz que nunca. Finalmente recebera o tão esperado beijo de Fernanda.

Ela continuava a olhar para Carlos e Maria, que agora, estavam de mãos dadas. Maria a avistou e caminhou rapidamente em direção a ela, junto de Carlos.

- Fernanda, você veio! – ela a abraçou – Eu disse para o meu irmão que não era certo não te chamar.

- Obrigada por me avisar!

- Você está linda! Bom, esse é o Carlos! – ela os apresentou.

- Já nos conhecemos – disse ela – Como vai?

- Estou bem – ele respondeu.

Ele parecia muito constrangido e Fernanda não estava nada contente. Vê-lo junto com Maria só dificultava seus planos, que há tempos não saia como o planejado.

- Quer beber algo? – perguntou Maria.

- Não, obrigada. Não bebo mais – respondeu Fernanda olhando para Carlos.

- Vou querer uma cerveja – respondeu Carlos.

Ela saiu e eles ficaram sozinhos, perto de uma das mesas.

- Fico feliz de ver que você está bem com o Daniel.

- Bom, eu precisei refazer a minha vida, não é mesmo? A pessoa que eu verdadeiramente quero não me responde mais... – ela respondeu, deixando-o calado. Ao não obter uma resposta, continuou – E Maria? Estão saindo há muito tempo?

- Nos conhecemos hoje pra falar a verdade. Miguel nos apresentou.

- Miguel, Miguel, Miguel... Por que sempre que alguma coisa acontece, o Miguel tem que estar envolvido?

- Como assim?

- Carlos, não se faça de sonso. Eu sei que você parou de me responder porque o seu querido amigo Miguel fez a sua cabeça.

- Fernanda, não é nada disso...

- Carlos! – ela o interrompeu – Não precisa mentir pra mim! Está tudo bem. Eu estou com o Daniel, para a infelicidade do seu amiguinho.

- O que você quer dizer com isso?

- Ora, Carlinhos, por favor... Por que é que você acha que o seu querido amigo não te queria junto comigo? Para te proteger? Ou para ter o caminho livre?

- O Miguel não é assim!

- Pense como quiser. Mas não é à toa que ele está aqui todos os dias quando estou, e sempre me oferece carona. Bom, mas o que uma mulher como eu que mal o conhece poderia saber da vida dele, não é? Se ele é tão seu amigo assim e você confia tanto nele como diz, não tem com o que se preocupar. Agora com licença, preciso fazer companhia ao Daniel.

Ela se retirou e o deixou plantado no mesmo lugar, refletindo sobre o que acabara de ouvir. Será possível que seu amigo realmente sentia algo por ela? Ele o teria traído para ter o caminho livre para si?

- Aqui está a sua cerveja.

Ele deu as mãos para Maria, mas seus pensamentos não estavam nela. Ficou parado observando Daniel junto da mulher que há pouco tempo atrás, o fizera perder a cabeça. Teria ele jogado toda a sua felicidade para o alto?

A festa continuava rolando quando Fernanda sentiu-se cansada. A música alta a irritava e por enquanto, não tinha como voltar para a casa. Resolveu entrar na mansão e passar um tempo no quarto de Daniel, e quando abriu a porta...

- O que é isso? – exclamou ela assustada, ao se deparar com Miguel e uma universitária, totalmente nus na cama.

- Que merda você está fazendo aqui! – ele gritou enquanto pulava da cama de um salto.

A menina pegou rapidamente as roupas e saiu do quarto. Miguel continuava nu.

- Eu é que te pergunto! Aqui não é motel pra você ficar trazendo qualquer uma!

- Está com ciúmes, é? – disse ele sorrindo.

- Que porcaria de ciúmes, se ligue garoto! E será que dá pra você se vestir?

- Calma, já estou me vestindo... – disse ele enquanto colocava as roupas sem pressa – Sabe, é falta de educação interromper alguém enquanto transa.

- Você não quer realmente me dar uma aula sobre falta de educação, quer? – disse ela, indignada – Era só o que me faltava.

- Sabe o que eu acho? – disse ele, dando a volta na cama e ficando de frente para ela – Que essa sua implicância comigo é pura atração...

Ele estava só de cueca quando a encurralou contra a parede. Ela não pode evitar olhar para o membro dele ainda duro e seu corpo esculpido. Por mais irritante que fosse, era muito atraente. Ele se inclinou em direção a ela para beijá-la e ela sentiu que não conseguiria resistir.

- Miguel! – uma voz a porta o chamava. Carlos olhava paralisado a cena.

- Carlinhos! – disse Miguel, saindo rapidamente de perto de Fernanda – O que foi?

- Eu... Estou indo embora. O que é que você está fazendo? – perguntou desconfiado.

- Já estou de saída. Eu estava aproveitando com uma gatinha, mas a sua amiga aqui interrompeu a minha diversão. Vamos, já está tarde – disse ele saindo do quarto com o amigo.

Rubi - O RetornoOnde histórias criam vida. Descubra agora