O Desconvite

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Eles estavam dentro do carro de Daniel seguindo o táxi pelas ruas da cidade, vez ou outra furando um sinal vermelho para não perdê-lo de vista:

- E desde quando você sabe disso? - perguntou Miguel.

- Já te disse, desde o dia da cafeteria. Ela estava acompanhada do ex.

- E por que não me disse logo?

Ela olhou para ele de relance e voltou sua atenção para o trânsito:

- É sério que você está me perguntando isso? Você não queria nem entrar no carro comigo agora! Não poderia te contar sem antes ter algum tipo de prova!

- Se isso for verdade...

- Isso é verdade! - Ela estava impaciente.

- Se isso for verdade - ele ressaltou a frase - como é que vou avisar os convidados que não vai mais ter casamento?

- Antes avisar os convidados que não terá mais casamento do que viver em um casamento sendo corno! Veja - ela apontou para o táxi - Ela está estacionando!

Eles a observaram sair do táxi e atravessar a rua, quando, para a surpresa de Fernanda, Valéria se dirigiu a uma loja de vestidos de noiva na esquina. Olhou para o lado e percebeu Miguel a olhando furiosa:

- Satisfeita? - Ele tirou o cinto e abriu a porta do carro.

- Miguel, não! Eu juro que...

- Eu não quero saber! - Ele gritava - Parabéns por outra das suas grandes mentiras, dessa vez eu quase caí. Mas francamente, me fazer duvidar da minha própria noiva duas semanas antes do meu casamento, foi baixo demais, até mesmo para alguém como você!

- Você precisa acreditar em mim!

- Escute! - ele diminuiu o tom - Eu sei que você estará no casamento porque vai acompanhar o Daniel. Mas saiba que se dependesse só de mim, você estaria desconvidada! - ele bateu a porta do carro.

- Merda! Merda! Merda! Merda! - ela começou a socar a buzina.

Fernanda deu meia volta, dirigiu-se até a mansão dos Valencia, deixou o carro de Daniel e pediu um táxi até o seu apartamento. Contou a Loreto tudo o que aconteceu enquanto o amigo a consolava. Após alguns minutos, seu celular tocou. Era de um número desconhecido, mas a foto da garota morena de franjas lhe era bem familiar, trazendo a seguinte mensagem:

"Achou mesmo que ia se safar? Te peguei, vadia!"



No dia seguinte, Fernanda chegou à mansão dos Valencia pronta para confrontar Valéria na frente de todos. Iria pressioná-la até que dissesse a verdade, mas quando chegou ao portão...

- Sinto muito, mas a senhorita não pode entrar - disse o porteiro.

- Como é que é? - ela já estava com os nervos à flor da pele.

- Ordens da senhorita Maria.

- Quem essa pirralha acha que é para me barrar? Vamos, abra logo essa porcaria!

- Me desculpe, mas não posso. Se abrir, estarei encrencado.

- Você vai ficar encrencado - ela puxou o celular da bolsa - se eu fizer agora uma ligação para o meu namorado e disser a ele que você não está me deixando entrar. É isso o que você quer? - ela ameaçou discar o número.

Ele relutou por um tempo, mas em seguida, abriu o portão:

- Foi o que eu imaginei.

Fernanda entrou triunfante a passos zangados. Caminhou rapidamente em direção à piscina, onde se encontravam Carlos, Maria, Valéria e Miguel. Apressadamente, caminhou em direção à cadeira de Maria, pronta para lhe cobrar uma satisfação:

Rubi - O RetornoWhere stories live. Discover now