Festa de Gala

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- Pai? – Carlos batia à porta do escritório do pai, em sua mansão.

- Sim, meu filho? – perguntou o Dr. Cárdenas, sem desviar o olhar da papelada que lidava.

- Como é que as pessoas fazem para saber se uma mulher está interessada?

Nesse momento, o Dr. Cárdenas desviou o olhar de sua papelada, retirou seus óculos e fitou o filho por alguns segundos.

- Está interessado em alguém, meu filho? – perguntou sorrindo.

- Bom, sim – ele parecia sem graça – Mas não sei se é recíproco. As vezes parece que sim, mas as vezes... Eu não consigo diferenciar. Existe uma forma de saber? Devo tratá-la com indiferença?

- Meu filho – o Dr. Cárdenas dera a volta pela mesa do seu escritório e se apoiou nela em pé, em frente ao seu filho – A única forma de saber, é pelo seu coração. Se você sente que é recíproco, deve investir. Mas nunca deve trata-la com indiferença.

- Mas meu amigo disse que...

- Não interessa o que o seu amigo disse. Ele namora?

- Não.

- Então parece que não entende tanto assim sobre mulheres, concorda?

Carlos consentiu com a cabeça.

- O que quero dizer, Carlinhos, é que o amor não é um jogo. Não deve ser tratado como tal. Ele deve apenas ser sentido, deve ser puro e sincero. Destratar uma mulher apenas para que crie interesse em você, é omitir dela sua essência. Isso não significa, é claro, que você deva se rebaixar nem ser humilhado por uma. Deve saber o seu valor, e ao mesmo tempo, mostrar a ela que reconhece o valor dela.

- Obrigado, pai! – Carlos já ia se retirando do escritório, quando o pai o chamou novamente:

- Filho, e essa garota? – perguntou, sorrindo.

- Não é uma garota, já é uma mulher – respondeu – É aluna do segundo ano na faculdade.

- Uau, estou impressionado – o pai o apoiou com um tapinha nas costas – E será que um dia vamos conhece-la?

- Quem sabe...




A bela moça de olhos verdes estava sentada ao sofá de seu apartamento, assistindo a um filme junto de seu fiel companheiro:

- Você chama isso de filme bom? – perguntou ela ao amigo.

- Primor, é uma comédia romântica, não é para ser bom, é pra entreter!

- Me dê aqui o controle dessa porcaria...

A campainha tocou. Loreto a olhou intrigado:

- Está esperando visitas? – ele perguntou.

- Não. Você chamou alguém para vir aqui?

- É claro que não, fofinha...

Fernanda colocou seu roupão de cetim vermelho e cautelosa, olhou pelo olho mágico da porta de entrada. Sem entender muito bem, abriu a mesma:

- Daniel?

- Rubi...

- O que é que você está fazendo aqui? – perguntou, curiosa.

- Bom, eu tentei de ligar, mas você não retornou as minhas ligações... Será que posso entrar?

- Pode – respondeu, abrindo caminho.

Rubi - O RetornoOnde histórias criam vida. Descubra agora