O Pedido de Matrimônio

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Miguel:

Ela me entregou as chaves do carro e eu fiquei ali, paralisado. Seria essa mais uma das suas jogadas? O quão filha da puta uma mulher precisa ser para mentir assim?

Ou será que eu estava ficando paranóico? Afinal de contas, eu mesmo conversei com a Sra. Cárdenas e ela me confirmou que Fernanda não tem contato com a tia desde muito pequena. Será que a estou forçando a se lembrar de um passado que ela luta para esquecer? Ou será que ela está brincando comigo igual aquela maldita Rubi costumava brincar com o meu pai?

Merda.

Eu não poderia me deslocar com ela até a mansão dos Cárdenas. Se eu estivesse errado, seria um transtorno para todo mundo, e se eu estivesse certo, também. Além do mais, o Carlinhos nunca me perdoaria por colocar o casamento de seus pais em risco novamente.

Peguei a chave das mãos dela em busca de um olhar de medo ou esperando que ela desistisse e confessasse tudo, mas recebi um olhar firme e decidido em retorno. Dei a volta pela mesa e guardei a chave em seu devido lugar.

- O que isso quer dizer? - ela me perguntou, desconfiada.

- Quer dizer que eu cansei.

- Cansou de me atormentar? - Ela arqueou uma das sobrancelhas. Porra, como isso era sexy.

- Cansei dos teus joguinhos. Sinceramente, se você tem uma vingança ou não para realizar, isso não é problema meu e não vou entrar no seu caminho. Mas em caso afirmativo - meu olhar pousou sobre o dela, desafiador - espero que pense três vezes antes de tentar algo contra um dos meus amigos - e lhe dei as costas.

Observei-a sair da mansão batendo os pés em direção ao portão. Antes de sair, me deu uma última olhada de relance, e se eu já não estivesse tão embriagado, poderia jurar que seus olhos estavam me pedindo perdão.

É verdade que há alguns meses atrás perdi a cabeça por causa dela. Mas outro fato sobre mim é que, crescer escutando de sua mãe histórias absurdas sobre como seu pai havia se deixado levar até a morte por uma mulher, me fez crescer jurando tomar todas as decisões contrárias às que o meu pai tomaria. Acho que é isso o que chamam de psicologia reversa.

Quando Fernanda me deu sua última palavra afirmando que realmente amava meu melhor amigo, eu precisei esfriar a minha cabeça. Por três meses, jurei que nunca mais voltaria a vê-la. Por três meses eu mal consegui dormir, querendo tê-la do meu lado e me culpando por ela não ter se apaixonado por mim antes. Foi em um desses dias, bebendo até quase morrer em uma das baladas perto de casa, que conheci a Valéria. Ela havia acabado de terminar um namoro - que segundo ela, nunca a havia assumido de verdade - e, assim como eu, tentava descontar todas as suas frustrações na bebida.

A verdade é que ela é muito paciente. É uma mulher cuidadosa, bondosa, exagerada na medida certa, e, além do mais, ela é a única que sabe sobre o meu antigo caso com a Fernanda. É por isso que ela a detesta tanto. Valéria me fez querer me abrir pra ela como nunca havia me aberto para ninguém antes, sem nunca me julgar. Eu comecei a sentir um afeto tão grande por ela quanto o que costumava sentir por Fernanda.

- Tudo bem, meu amor? - ela me perguntou preocupada.

- Sim, nós precisávamos ter essa última conversa.

- Eu sei. Mas não prometo que da próxima vez irei me controlar.

- Você chama aquilo de se controlar? - eles riram - Meu amor, você quase voou no pescoço dela!

- É o que se ganha por se envolver com o melhor amigo do namorado! - ela me beijou.

Incrivelmente, as coisas iam muito bem em casa. Levei a Valéria para conhecer minha mãe e ambas se deram bem logo de cara. Meu padrasto já não pesava mais na minha e eu não precisava mais fugir todos os dias para a casa do Daniel.

Valéria já começou a se apoderar de um espaço no meu guarda roupas - mulheres! - mas eu não me importei com isso. Pelo contrário: queria que cada vez mais, um pouco dela ficasse no meu quarto. Foi num desses dias de jantares em casa que tomei a decisão mais precipitada da minha vida:

- Quer se casar comigo? - eu me ajoelhei na sua frente, com as mais de cem pétalas de rosa espalhadas pela cama.

- Ah, eu vou pensar... - brincou - É claro que sim! - Ela me abraçou e me beijou.

Coloquei a aliança em seu dedo e, naquele instante, soube que queria terminar minha vida ao seu lado.

- Isso é tudo o que pedi a deus - ela me disse.

- Um cara gostoso e perfeito? - Nós estávamos abraçados em pé, no quarto.

- Não, um cara que me assumisse de verdade! - Nós nos beijamos.

Deitei-a com delicadeza na cama e meus dedos se entrelaçaram em seus cabelos. Nossos lábios se encontraram suavemente e minhas mãos deslizaram para os seus pequenos seios arrepiados. Tirei seu sutiã delicadamente e beijei todo o seu corpo, ouvindo seus suspiros abafados.

Suas mãos seguraram meu rosto com suavidade e uma das minhas mãos deslizou por baixo de sua saia em suas coxas, parando na parte interna delas e sentindo o calor de sua intimidade. Eu me abaixei e sem pressa, tirei sua calcinha, beijando-lhe ali mesmo e sentindo sua umidade em torno de todo o meu rosto.

Seus gemidos eram como poesia para os meus ouvidos. Com uma das mãos, levantei uma de suas pernas e percorri o caminho de sua intimidade até os seus lábios. Nossos olhos se encontraram novamente e ela proferiu com uma voz aguda e trêmula:

- Eu te amo!

- O quanto você me ama?

- O suficiente para passar o resto da minha vida com você! - nossos lábios se encontraram novamente.

Abri o botão da calça e tirei meu membro já ereto de lá. Com delicadeza, passei ele todo por seu clitóris, sentindo o mesmo pulsar de desejo. Com uma das mãos, encaixei meu membro entre suas pernas e com a outra, segurei seu rosto delicadamente. Devagar, comecei a penetrá-la ali mesmo. Seus olhos se fecharam e seus lábios se contraíram em uma expressão de prazer. Meus movimentos a faziam enlouquecer e eu sentia sua intimidade pressionando meu membro com vontade, com desejo:

- Continue assim, nesse ritmo! - ela gemia.

Eu continuei a penetrá-la sem pressa, sentindo todo o seu calor e desejando que aquele momento nunca acabasse. Após alguns minutos, meu membro já implorava para que o aliviasse enquanto ela me pedia:

- Goze em mim! - ela implorava para que eu jorrasse todo meu amor dentro dela.

Senti o liquido do meu amor lhe preencher por dentro mas não quis sair dali imediatamente. Deixei que meu corpo descansasse ali mesmo, em cima do dela, enquanto ouvia sua respiração ofegante ao meu lado. Ela me abraçou e me beijou na testa:

- Seremos muito felizes! 

Rubi - O RetornoWhere stories live. Discover now