O Início do Plano

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O Sr. Valencia havia se recuperado de seu acidente e já não precisava mais estar entubado, entretanto, o médico lhe ordenou que ficasse pelo menos um mês em repouso completo. Quatro enfermeiras foram contratadas para se revezarem e darem assistência à ele 24 horas por dia. Coincidentemente - por ironia - Loreto era mais visto na mansão dos Valencia nos últimos dias do que já foi visto nos últimos oito meses.

- É melhor parar de subir as escadas a cada cinco minutos para o quarto do velho, ou todos começarão a desconfiar! - Fernanda alertava o amigo.

- Quanta maldade! - ele se sentiu ofendido - Eu só vou lá para o ajudar a beber, a comer, para distraí-lo um pouco...

- Esse é o trabalho das enfermeiras, que estão sendo mais bem pagas nesses últimos quatro dias do que você já foi no último mês!

- Bom, e pra quem você acha que ele vai dar um carro zero depois que se recuperar do acidente? Para as enfermeiras? Ou para o bombom aqui? - ele apontou para si mesmo em um gesto grandioso.

- Se você não começar a ser mais discreto, vai sair dessa sem nenhuma bala para contar história!

- Ai! - ele se fez ofendido - Não é só pelo dinheiro do velhote que estou preocupado. É por ele também!

- Ah, conta outra, Loreto! - A amiga riu.

- É verdade! - Ele passou as mãos elegantemente pelos cabelos - Eu comecei a gostar dele.

- Está falando sério?

- Seríssimo - seu tom era sincero - Estou há anos solteiro, uma hora a idade chega e nós começamos a procurar alguém para sossegar...

- Loreto, você sabe que ele nunca vai te assumir, não sabe? Ainda mais com o nome importante que tem e com os dois filhos!

- Você é muito malvada! - Ele fez uma cara de choro.

- Estou falando isso para o seu bem! Não quero que quebre a cara...

- Eu sei, Primor! Mas pode ficar tranquila! Se ele não me assumir, pelo menos terei vivido bem - e arrancado muita grana do velhote para preencher o meu vazio! - eles riram - E como vai com o doutorzinho júnior?

- Já começaram os preparativos do casamento e os convites já foram lançados.

- Finalmente chegou a hora?

- Sim, Loreto. A partir de hoje, vou transformar a vida dele em um inferno! - ela deu um meio sorriso maligno.



O sol já estava se pondo quando todos se recolheram da piscina. Maria e o irmão estavam no quarto do pai quando Fernanda resolveu pôr seu plano em ação.

O banheiro da piscina contava com uma ducha, que todos usavam antes de entrar para a mansão. Fernanda se encontrava nesse banheiro, observando pelo reflexo da janela qual seria o momento perfeito para agir. Avistou uma sombra vindo na direção do banheiro, e rapidamente colocou seu plano em ação: ligou a ducha e se despiu por completo.

A porta do banheiro estava entreaberta e, pelo reflexo da luz, mesmo virada de costas para a porta, ela podia saber que Carlos estava parado ali, a observando. Ela deixou que a água caísse pelo seu corpo desnudo, vez ou outra virando-se de lado para que ele pudesse observar seus seios. Fingindo não saber que ele estava ali, ela continuou a passar o sabonete por todo o seu corpo, da forma mais sensual que conseguiu.

Ele a observava fixamente, pensando que nunca na vida, havia visto criatura mais bonita do que a que se encontrava diante dele. Desejou naquele momento ser cada gotícula de água que tocava e explorava cada parte de seu corpo. Se pudesse entrar ali agora e pudesse fazer tudo o que lhe passava pela mente, ele a encostaria contra a parede e beijaria cada parte de seu corpo desnudo. Lhe faria sua mulher e ali mesmo, embaixo do chuveiro, a colocaria de quatro e lhe penetraria sem dó nem piedade.

Seus pensamentos foram levados por cenas libertinas por alguns minutos, até que percebeu que sua bermuda ficou apertada devido a sua ereção. Será que ela iria gostar se ele entrasse ali agora e lhe fodesse inteira?

"Que mulher gostosa!"

Ele começou a se perguntar se alguma vez na vida iria ter o prazer de sentir o seu membro a penetrando por inteiro, escutando seus gemidos - que deviam soar como música para os ouvidos - com seus seios pulando ali, na sua frente, ou até mesmo...

"Ah droga, eu gozei na bermuda!"

Fernanda observou a luz da porta refletir no banheiro novamente e então, desligou o chuveiro. Colocou sua roupa e então sorriu para si mesma em frente ao espelho, pois sabia que seu plano estava dando certo.

No quarto da filha mais nova dos Valencia, Carlos observava sua noiva se trocar enquanto seus pensamentos voavam para longe.

- No que você está pensando? - ela perguntou.

- Eu? - ele gaguejou - Em nada.

- Em nada?

- No quanto você é linda!

Ela sorriu e o beijou. Começou a se despir diante dele, mas foi interrompida no mesmo instante:

- Me desculpe, amor. Estou meio cansado. Podemos dormir?

Eles se deitaram e ele se virou para o lado. Maria adormeceu rapidamente, mas Carlos ficaria acordado pelas próximas duas horas, imaginando como seria seu futuro ao lado de Fernanda. 

Rubi - O RetornoWhere stories live. Discover now