As Várias Formas de Amor

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Na mansão dos Valencia, se encontravam quatro pessoas: Daniel, seu pai, Loreto e Fernanda. Eles tomavam café à mesa quando o Sr. Valencia resolveu fazer um pronunciamento:

- Meu filho, há algo que quero conversar com você já há um tempo.

- Pode falar, pai - ele se virou para ouvi-lo atentamente.

- Já se passaram alguns meses desde que sua mãe se foi, e você sabe que sempre sentirei um carinho enorme por ela. Afinal de contas, fomos casados por mais de trinta anos - o filho assentiu e ele continuou - Bom, Maria agora vive em Nova York, você já está na faculdade… E acho que chegou a hora de me abrir pra você, de te contar o que verdadeiramente se passa dentro de mim…

- Eu sei sobre o senhor e o Loreto, pai… 
Fernanda sufocou um riso e Loreto colocou as mãos na boca, surpreso.

- Você sabe? - Ele estava receoso.

- Sei. E eu apoio. Quero que seja feliz! 

- Obrigado, meu filho - ele pegou nas mãos do filho em um gesto carinhoso e ambos sorriram.

- Nossa, eu achei que isso seria mais difícil, sinceramente, eu tinha todo um discurso preparado! - disse Loreto, ofendido.

- Loreto… - a amiga sorria.

- Mas fico feliz que entenda, menino Valencia. Eu gosto muito do seu pai e tenho certeza que seremos muito felizes juntos!

- Tenho certeza que sim! - Daniel sorriu.

- Bom, isso merece uma comemoração, né? Vamos estourar um champagne? - disse Loreto.

Os dois saíram em direção à cozinha, deixando Fernanda e Daniel a sós.

- Isso foi lindo! - ela sorriu - Obrigada por entender!

- Que isso… É o amor, não tem o que entender! 

Eles sorriram um para o outro e houve silêncio.

- Você não me ama de verdade, ama? - ele perguntou em tom calmo.

- Não - ela suspirou.
- Eu imaginei - ele parecia conformado.

- Sinto muito por decepcioná-lo, de verdade…

- Nunca diga isso, você nunca me decepcionou! - ele segurou suas mãos - Devemos seguir os nossos corações!

- Obrigada por entender!

- E é por isso que acho que você deve ir atrás do Miguel.

Ela engoliu em seco e seu coração disparou:

- Você sabe do Miguel?

- Sim - ele não parecia bravo.

- Há quanto tempo? 

- Eu já desconfiava desde o começo para ser sincero, mas recebi uma mensagem da Valéria me confirmando tudo, após o casamento.

- Daniel, eu nunca quis magoá-lo…

- Não me magoou. De verdade. É claro que esperava um pouco mais de sinceridade da parte de vocês dois, mas no final das contas, eu realmente relevei tudo. Afinal de contas, cresci vendo isso. Um casamento onde um traía o outro e tudo estava bem.

- Espero que você entenda que isso não é sinônimo de amor.

- Eu sei que não é. E é exatamente por isso que acho que não devemos mais ficar juntos, e que você deve correr atrás de quem ama. E de quem também te ama. 

- Obrigada! - ela se levantou e o abraçou - Por tudo! Mas acho que entre eu e o Miguel, não pode haver mais nada. De toda forma, você é uma pessoa muito especial pra mim. Não menti quando disse que te amava. Mas a verdade é que te amo de um jeito diferente, não do jeito que amo o Miguel. 

- Eu sei, é recíproco. Afinal de contas, eu me abri pra você, inteiramente. E é isso que os amigos fazem!

- Então ainda seremos amigos? - ela sorriu.

- Não vejo o porque não seríamos!

Eles se abraçaram por alguns longos segundos e Daniel lhe beijou carinhosamente na testa. No final das contas, sua tia estava errada em uma coisa: é possível sim amar duas pessoas ao mesmo tempo. Até mesmo três, quatro! A verdade é que Rubi nunca amou ninguém além de si mesma, e por isso, terminou a sua vida infeliz.   

Rubi - O RetornoWhere stories live. Discover now