Amantes e Negócios a Parte

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Fernanda se jogou na cama assim que Loreto abriu a porta de casa. O amigo lhe preparou um chá e lhe fez uma massagem:

- Alguma razão em específico para essa sua carinha de tristeza?

- Eu me descontrolei, Loreto...

- Eu percebi, preciosa! Quase voou no pescoço daquela sem sal lá no hospital!
- Que inferno! Por que eu agi assim? Eu não consigo entender...

- Nós não mandamos no coração, primor! Mas quase que você bota tudo a perder com o menino Valencia. Afinal de contas, você gosta ou não gosta dele?

- É claro que eu não gosto dele, Loreto! Mas ele me está sendo útil para me aproximar do filho do Alessandro!

- E ele também não está nada mal! Se fosse você, tirava logo uma lasquinha! - Uma lasquinha não, uma lascona! - eles riram.

- Eu não sei não, hein Loreto. Ele é bonito, mas tem uma cara de quem transa mal. Muito mal!

- Eu não subestimaria tanto um Valencia assim, hein?

- Que papo é esse seu agora, hein? - Ela se virou curiosa, com um sorriso no rosto.




Loreto:

Todo o glamour dessa festa me faz sentir como se tivesse voltado há mais de vinte anos no tempo. Se tem uma coisa que sinto falta, é de todo o luxo que eu e Rubi vivemos. É claro que hoje em dia não passo mais necessidades como passei, quando Rubi foi à falência e precisei morar na rua, mas apesar da minha primor júnior - Fernanda - ter me ajudado a me reerguer, ainda me falta muito para recuperar o que perdi.

Minha missão agora é ajudá-la a completar a vingança que sua tia começou, mas dessa vez eu irei até o final.

- Seja bem-vindo - O Sr. Valencia me cumprimentava enquanto eu estava sentado à mesa com sua filha. Levei minha mão ao seu encontro, esperando que ele a beijasse, o que não aconteceu - Você é o amigo de Fernanda, não é mesmo?

- Sim senhor - respondi, lembrando-me que minha preciosa se encontrava na cozinha e eu precisaria dar-lhe cobertura dentro de alguns minutos - Loreto Echague, à seu dispor!

- Fernanda comentou que você é um ótimo estilista.

- Ótimo não, o melhor! - sorri charmosamente.

- Bom, já deve conhecer minha esposa, Angelina, e eu sou Antonio - a senhora Valencia trajava um elegante vestido casual dourado de pedrarias - não tão bonitos quanto os que eu costumo confeccionar. Seu colar e brincos topázio revestidos a ouro refletiam o luxo e o glamour daquela família.

- Encantadíssimo - apertei suas mãos rugosas e magras demais para a sua altura. Seu anel de topázio reluziu no reflexo da iluminação da festa.

- Acha que poderia desenvolver alguns looks para a minha esposa? - O Sr. Valencia conduzia todo o rumo da conversa, enquanto a Sra. Valencia me encarava, sem nenhum tipo de expressão. Talvez estivesse sorrindo, mas tinha tanto botox aplicado na cara que realmente não dava pra saber.

- Será um enorme prazer! - respondi, admirando o Sr. Valencia dos pés à cabeça. Já era um senhor com aproximadamente sessenta anos, muito bem vestido em uma elegante camisa social preta com detalhes dourados. Era gordinho, o que lhe atribui especialmente a enorme caneca de cerveja que tinha em mãos, mas ainda assim, um homem de uma beleza peculiar. Seus bigodes estavam perfeitamente alinhados, assim como seu sorriso.

- Venha, vou lhe acompanhar até o closet - ele fez um gesto com as mãos me indicando o caminho.

- Ah, muito obrigado, mas eu estou esperando a Fernanda...

Rubi - O RetornoWhere stories live. Discover now