Sentimentos e Bebedeira

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Alguns meses já haviam se passado desde a festa de Aniversário do filho mais velho dos Valencia. Há alguns quilômetros dali, o Dr. Cárdenas e sua esposa jantavam com seu filho e a namorada dele, em sua mansão:

- É um prazer recebê-la, Maria - Maribel era muito amorosa.

- O prazer é meu! - ela agradeceu o convite.

- Soube que seus pais expandiram as lojas para o exterior, é verdade? - Alessandro perguntou.

- Sim, é verdade. Meu irmão está tomando conta de algumas lojas também.

- Fico muito feliz em saber disso, sua mãe é uma grande amiga da família! - disse Maribel.

O jantar se estendeu por mais algumas horas, e então, o filho dos Cárdenas se prontificou para levar a namorada embora:

- Volte mais vezes, Maria!

- Com certeza voltarei! - ela agradeceu e entrou no carro.

Desde que a Sra. Cárdenas resolveu voltar para a casa, seu marido fazia de tudo para que ela se sentisse à vontade: comprou presentes, flores, reservou viagens, mas as coisas não voltaram mais a ser como antes. Ela havia perdido o seu brilho e ele, a sua paixão pela vida. Eles se deitaram na cama, Maribel quase caindo dela, enquanto o Dr. Cárdenas tentava uma aproximação - sem sucesso:

- Meu amor, eu adorei muito o jantar de hoje! - ele dizia em tom suave.

- Sim, foi bom - ela respondeu sem tirar os olhos do livro.

- Nosso filho está crescendo. Acredito que não vai tardar muito em se casar.

- Espero que ele não tome uma decisão errada. Isso pode afetá-lo pelo resto da vida - ele sentiu a indireta.

O Dr. Cárdenas gentilmente tirou o livro das mãos da esposa e a abraçou. Seus lábios foram de encontro ao pescoço dela, mas a expressão dela não era convidativa. Alguns segundos depois, ela o afastou:

- Alessandro, eu estou cansada. Vou dormir.

Ela apagou o abajur ao seu lado e se deitou, deixando um Alessandro magoado e sem esperanças de reconciliação ao seu lado.





Após alguns meses - e muitas provas de fidelidade da parte de Carlos - Maria voltou a aceitar a presença da cunhada em casa. Ela não a convidava mais para tomar sol na piscina, mas também não reclamava quando Fernanda se juntava à ela.

As festas ainda ocorriam com frequência na mansão dos Valencia, mas uma presença nunca mais foi vista desde então: a de Miguel. Fernanda se perguntava se o teria magoado tanto ao ponto de cortar os laços de amizade com Daniel, mas este dizia que o amigo estava se dedicando muito aos estudos, e por isso, não participava mais das festas. É claro que ela sabia que isso não passava de uma desculpa esfarrapada para não vê-la nunca mais.

Em um desses dias ensolarados na mansão, Fernanda se deparou com uma presença inusual em volta da piscina: uma mulher mais ou menos da sua idade, com os cabelos pretos e lisos até a cintura, trajando um biquíni fio dental tão curto que quase lhe era possível enxergar o útero. Era muito atraente. Tinha uma franja que contrastava perfeitamente com o formato de seu rosto e seus olhos eram azuis como o oceano. Ria bastante enquanto conversava com Maria, mas a risada se extinguiu quando Fernanda se aproximou. A garota a mediu dos pés à cabeça e perguntou à Maria:

- E essa aí, quem é? - tinha um riso debochado enquanto mordia o canudo de seu drinque.

- Eu é que te pergunto, querida - Fernanda respondeu em um tom superior - Quem é você?

Rubi - O Retornoजहाँ कहानियाँ रहती हैं। अभी खोजें