Quem Matou Rubi Perez?

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Loreto e Fernanda encontravam-se na sala do apartamento, Loreto enrolado em um cobertor, enquanto Fernanda lhe servia uma generosa xícara de chá, que ele aceitou sem agradecer. Alguns minutos de silêncio se passaram, até que Fernanda já impaciente, disse:

- Vamos Loreto, melhore essa cara! – ela servia uma quantidade generosa de sushis em seu prato, enquanto ele a olhava com nojo.

- Como é que você consegue comer tudo isso depois do que viu?

- Loreto, eu estou com fome. Todo esse trabalho pesado me desgastou, e você também deveria comer!

- Não consigo... Não vou conseguir por uns dias.

Fernanda deu a volta pela mesa e sentou-se ao lado de Loreto:

- Loreto, pela minha tia, já não se pode fazer mais nada. E você sabe muito bem disso.

- Fernanda, ainda não acho correto não termos chamado a polícia...

- Loreto, será que dá para você pensar com clareza por um minuto? – ela estava mais impaciente do que nunca – Você já parou para pensar que a cena do crime já foi toda alterada a partir do momento em que entramos na casa? Outra coisa, já parou para pensar que você seria o principal suspeito?

- Eu? – ele gritou chocado – Por que eu? Não a vejo há anos!

- Sim, você! A polícia iria investigar o seu passado e saber que a amizade de vocês não acabou bem. E que coincidentemente, você sabia o paradeiro dela depois de todos esses anos.

- Eu estava com você!

- Ah, por favor Loreto, ninguém vai desconfiar de mim! Eu sou a sobrinha dela! E você acha mesmo que vou colocar todo o plano a perder? Se Alessandro sonhar que eu tinha qualquer tipo de contato com a minha tia, ele vai se ligar na hora. E você, melhor do que eu, sabe que não é isso que minha tia ia querer. Ela ia querer que eu continuasse com o plano!

- Fernanda, nós escondemos um corpo!

- Um corpo que ninguém mais se lembra que existe! – sua paciência estava acabando – Loreto, se existe uma chance de encontrarmos o verdadeiro assassino da minha tia, essa chance não é entregando para a polícia! Aquela carta foi direcionada para mim! Caso contrário, para quem mais seria? Eu sou a única que ainda a visitava! E nós não escondemos o corpo! Demos para a minha tia um enterro digno. Ela está em paz agora.

Loreto ficou em silêncio, pois sabia que Fernanda tinha razão. Ele deu mais um gole em sua xícara e cobriu-se ainda mais com o cobertor.

- Loreto – ela abaixou-se e ficou de frente para ele, olhando-o no fundo dos olhos – Agora mais do que nunca, eu preciso de você do meu lado!

Ele ficou em silêncio por alguns segundos e perguntou:

- Você acha que sua tia teria me perdoado?

- Eu tenho certeza que sim.

Ele a abraçou e ela a consolou. Ambos não conseguiram conter suas lágrimas e durante toda aquela noite, dedicaram seu tempo às lembranças de Rubi. Eles riram, choraram, comemoraram e se abraçaram. Uma garrafa de champagne fora estourada naquela noite. As taças se ergueram e o brinde foi feito:

- À Rubi!

As taças dos dois se encontraram e eles sorriram. As duas únicas pessoas que realmente se importaram com ela. Os dois únicos amores verdadeiros de Rubi.  

Rubi - O RetornoDonde viven las historias. Descúbrelo ahora