Capítulo 22.1

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[... Mark ]

Saio do quarto deixando a Ivy com a Vic e corro a procura de Lisa, entro em alguns quartos e nada. Mas não vou desistir. Ela não vai desistir de nós, não admitirei isso! Quando vou entrar em mais um quarto, ouço um choro doloroso, sigo o som dele e paro em frente ao banheiro. Respiro fundo e bato... que os céus me ajude e ela não rejeite a minha presença.

Demora um pouco e ela grita um "Ocupado" e ouvir sua voz anasalada pelo choro me parte.

- Eu sei que estar ocupado e é justamente com a pessoa que a ocupa que quero falar. – me pronuncio de forma firme, porém calorosa, pois sei que com ela pressão alguma funciona.

- Mark. – ela fala meu nome de maneira dolorosa, dando uma grande pausa e continua: - Melhor conversarmos depois. Não estou bem para brigarmos mais, não hoje com tanta gente por perto. – diz tentando fazer o que eu temia: Me afastar. Mas não sou homem de desistir no primeiro não, se fosse assim não teria me tornado o advogado que sou hoje.

- Lisa, você sabe bem que não vou sair daqui, então nos poupe tempo e abra a merda dessa porta. – digo esquecendo a cautela e começo a andar de um lado para o outro, puxando meus cabelos, que nem percebo que ela abriu a porta e estar na soleira da mesma me olhando.

- Finalmente! – suspiro e corro ao seu alcance, mas assim que chego perto, ela se afasta e cruza os braços. Encarando-me de uma maneira de que julga a si mesma. - Fale. – diz sucinta e ponho as mãos nos bolsos da fantasia.

- Sei o que você está pensando, Lisa. Sei que esta se punindo com pensamentos de que não é digna de uma relação comigo e quero deixar bem claro que te proíbo de pensar assim. – despejo e ela gargalha na minha cara.

- Proíbe? Quem você pensa que é para me proibir algo, Mark? E você está certo, eu não mereço uma relação com você. Olha o que acabei de fazer, lhe julguei por ouvir coisas defasadas. E ainda por cima não me dei ao trabalho de enxergar todos os fatos e, com toda a certeza, acabei de jogar toda aproximação que conseguir com a Ivy, no lixo. Além de tê-la assustado. – ela expõe de uma vez só, virando de costas e se abraçando.

- Eiii, olha bem. Realmente foi um exagero. E me senti mal em saber que ainda não conquistei sua confiança totalmente, como acreditara, mas isso não pode ser o fim da nossa relação. – expresso com toda sinceridade, sem me aproximar dela, pois sei que ela está precisando de espaço e não de alguém que a sufoque.

- Aí estar o ponto da coisa, Mark. Eu confio em você. Confio a minha vida, meus dias, a minha própria confiança em você. No entanto eu não consigo aplacar a minha insegurança. Eu sei que tenho um problema, não adianta por panos quentes nisso... É óbvio que estou bagunçada. – ela desaba em palavras, enquanto sai da sua posição inicial e se apoia na bancada da pia, me olhando pelo espelho. Refletindo nele o que acabou de admitir: A insegurança.

- Posso lhe tocar? – pergunto antes de falar qualquer coisa, pois tudo que quero agora é consolá-la. Esquecendo a sua necessidade de espaço.

- Você quer me tocar? – indaga me encarando pelo espelho.

- É o que eu mais quero neste momento. – dito isso, ela se vira para mim e fala:

- Então se sinta a vontade em me dar o lar que são seus braços. – mal suas palavras saem de sua boca e eu já estou indo em sua direção e rodando meus braços em seu corpo torneado, macio e pequeno. Abraço por mim, por ela, por nós. A abraço por não saber o que dizer. A abraço mais por ela que por mim, pra mostrar que não me importo em fazer parte da sua insegurança; da sua bagunça; do seu mundo.

- Eu não me importo com a sua insegurança, Lisa. Eu só quero que me permita tentar lhe ajudar. Lhe dar uma nova perspectiva de que você merece mais do que sua cabeça diz não ser merecida. – ela chora em silêncio no vão do meu pescoço.

Marcas Do Passado ⇝ Livro 1《Concluída》Where stories live. Discover now